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COMÉRCIO IRREGULAR
A Prefeitura de São Paulo
prepara-se para realizar o recadastramento de todas as firmas comerciais da capital. A medida é tardia, mas mesmo assim bem-vinda.
O comércio irregular é abundante na
metrópole. São freqüentes irregularidades como o desrespeito à Lei de
Zoneamento, a apropriação indevida
de calçadas e áreas públicas, a inadequação sanitária e tantas outras.
Em grande medida, essa situação
se deve a uma injustificável ausência
de dados básicos que subsidiem o
trabalho de fiscalização por parte da
prefeitura. Como o secretário das
Subprefeituras, Walter Feldman
(PSDB), admitiu à reportagem desta
Folha, a municipalidade não dispõe
de informações confiáveis para determinar quantos imóveis comerciais irregulares há na cidade. Estima-se, por exemplo, que apenas na
Freguesia do Ó (zona norte), 60%
dos comerciantes não possuam nem
sequer alvará de funcionamento.
Com o recadastramento será possível traçar um mapa dos estabelecimentos irregulares e forçar a sua legalização ou, quando essa opção for
impossível, o seu fechamento. Outro
aspecto positivo da medida é o prazo, a princípio de 18 meses, que será
dado a quem optar pela regularização de seu negócio.
São providências corretas, mas que
poderão esbarrar nas maldisfarçadas
pretensões eleitorais do prefeito José
Serra, cotado para ser o presidenciável tucano em outubro. Pouca garantia pode ter o cidadão paulistano de
que essa e outras diretrizes importantes da gestão serão mantidas caso
o vice-prefeito assuma o posto.
Além disso, não custa lembrar que
outras promessas ambiciosas de melhora do ambiente urbano feitas pela
administração Serra ainda não saíram do papel. No ano passado, por
exemplo, foi anunciado um grande
programa de regularização da atividade dos motoboys. Mas quem trafega nas ruas da capital nota que, até
hoje, nada mudou.
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