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Silêncio
"Acho um absurdo o projeto de
lei do vereador Carlos Apolinário
que modifica algumas regras da lei
do Psiu (Programa de Silêncio Urbano): redução nos valores das multas, ampliação do prazo para que o
denunciado possa recorrer e a visita
do fiscal e do dono do estabelecimento denunciado à casa do denunciante. Na minha opinião, o vereador Apolinário está defendendo
os interesses das igrejas evangélicas, recordistas em reclamações.
Existem igrejas que fazem um
culto digno e exemplar, mas a maioria só faz barulho, algazarra, escândalos, não se preocupando com o
bem-estar dos moradores e vizinhos desses estabelecimentos. Se
antes a lei do Psiu já era falha e ineficiente, agora é o mesmo que considerarmos a sua extinção.
Gostaria de saber como o vereador Apolinário se sentiria se uma
dessas igrejas, bares ou restaurantes perturbassem o sono de sua família. O vereador deveria ter vergonha por criar um projeto desses,
que só prejudica os cidadãos de bem
que querem ter paz e descanso,
principalmente nos finais de semana. Por isso sempre continuaremos
sendo país de Terceiro Mundo."
IAD IBRAHIM DAOUD (São Paulo, SP)
Oriente Médio
"Enganam-se os que apostam na
diplomacia para se alcançar a paz
entre israelenses e palestinos. Por
mais paradoxal que pareça, a via do
conflito é a única que devolverá à
região a convivência respeitosa entre os dois povos. Se o Estado judeu
foi criado à força, pela mesma medida nascerá um Estado palestino."
MARCOS ABRÃO (São Paulo, SP)
Menina esquecida
"Diante da omissão do Judiciário,
Ministério Público e demais autoridades no vergonhoso caso da menina 23225, "esquecida" por anos no
Hospital Psiquiátrico Pinel (Cotidiano, 21/3), cabe salientar que a
omissão de funcionário público,
quando tem o dever de agir, pode
caracterizar crime de prevaricação
e atenta contra o princípio da moralidade. Com a palavra agora o Conselho Nacional de Magistratura e os
outros órgãos de fiscalização. Que a
polpuda indenização por danos morais que essa menina faz jus pelo
criminoso abandono seja suficiente
para encontrar amparo em alguma
instituição ou lar, já que uma menina rica jamais seria esquecida."
WASHINGTON LUIZ DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
Isabella
"O advogado de defesa do casal
Nardoni espera convencer os jurados com o depoimento dos seus
clientes Alexandre Nardoni e Anna
Carolina Jatobá. Quer que eles sejam vistos e ouvidos falando a sua
verdade. Apelando para o lado emocional, o advogado diz que "tem
mais duas crianças desamparadas,
sem pai e sem mãe, que estudam
com outro sobrenome". Na presença dos réus, os jurados terão a oportunidade de relembrar que esses
mesmos pais não pensaram em
seus outros filhos quando praticaram tamanha barbaridade. Além da
mãe de Isabella, quantas mães não
choram a perda de seus filhos por
crimes dessa natureza?"
IZABEL AVALLONE (São Paulo, SP)
Rio
"Segundo dados do Ministério do
Planejamento, o número de funcionários federais ativos do Executivo
em novembro de 2009 totalizava
550.479, dos quais 113.492 (20,6%)
estavam lotados em órgãos localizados no Rio, enquanto na capital
federal trabalhavam 61.043 (11,1%).
Após meio século da transferência
da capital para Brasília, o número
de funcionários federais lotados na
antiga capital é o dobro dos existentes no Distrito Federal. A mudança
ficou pela metade. E os fluminenses
ainda atribuem o esvaziamento
econômico do Rio à transferência
da capital para o planalto central..."
ROLDÃO SIMAS FILHO (Brasília, DF)
Apagão
"Em resposta ao comentário intitulado "Apagão e apaguinhos" (Opinião, 19/3), a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) esclarece que a última ocorrência de maior
repercussão no Estado foi provocada por causas naturais. No dia 18 de
fevereiro, um vendaval comprometeu pontualmente o fornecimento
de energia em algumas áreas de Recife. Conforme o Instituto Nacional
de Meteorologia, os ventos atingiram velocidade superior a 80 km/h.
A concessionária ressalta que o caso, motivado por fenômeno da natureza, não pode em hipótese alguma ser atribuído à suposta redução
de investimentos. Sobre o volume
de recursos investidos na rede, a
Celpe informa que o Programa Luz
para Todos (programa específico e
finito) consumiu, em 2008, R$ 150
milhões. Já no ano passado, o plano
de universalização exigiu R$ 37 milhões. O volume anual médio de investimentos da companhia, desde
2000, tem sido superior a R$ 200
milhões, valor adequado para a área
de concessão. O número médio
anual de interrupções no fornecimento de energia elétrica está abaixo do estabelecido pela Aneel e da
média da região Nordeste."
RODRIGO CARVALHO, gestor da Unidade de Relações com a Imprensa da Celpe (Recife, PE)
Política externa
"Mark Weisbrot ("Tendências/
Debates", 21/3) foi muito feliz em
suas considerações a respeito da
posição do presidente Lula. Além
de explicitar a coerência que há na
política internacional de Lula, explicitou a incoerência da posição
dos EUA. Parafraseando Weisbrot,
o mundo precisa desse tipo de crítica, e precisa seriamente dela."
ISADORA L. MACHADO (Campinas, SP)
Daime
"Pertinente a discussão sobre a
ayahuasca (Santo Daime) no Mais!
(21/3). No entanto, apesar das afirmações de que se trata de "uma droga benigna" em comparação com
outras ou que "o chá não é fisiologicamente perigoso", eventuais riscos
podem ser prontamente deduzidos
das ações de seus componentes
(DMT e harmina). Além do efeito
psicotomimético, podem ocorrer
elevações de pressão arterial e frequência cardíaca, particularmente
resultante da interação com determinados alimentos.
Os efeitos de substâncias psicoativas são bastante relacionados ao
contexto e às experiências prévias
de quem utiliza. Causa preocupação a transferência do uso da ayahuasca da floresta para o meio urbano, sobretudo por não haver um
cuidadoso controle de quem pode
fazer uso da mesma (excluindo, por
exemplo, pacientes psiquiátricos
ou com hipertensão arterial)."
FABRÍCIO DE ARAÚJO MOREIRA, professor de farmacologia da UFMG (Belo Horizonte, MG)
Drogas
"Mesmo considerando a minha
pouca simpatia pelo sr. Cesar Maia
e por seu partido, não posso deixar
de concordar com sua manifestação
contrária à "descriminalização" das
drogas (Opinião, 14/3). Não compreendo a diferença entre descriminalização e "liberou geral", e me
apavora que sejam acrescentadas
às drogas legais já disponíveis (álcool e tabaco) a cocaína, a maconha, o crack etc. Imagino estas drogas sendo vendidas em balcões de
bar e em farmácias, entregues por
motoboys etc. Faça-se isto e o país
virará uma imensa Cracolândia."
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)
Teatro
"Vejo que o prefeito Gilberto
Kassab vai patrocinar com o dinheiro dos nossos impostos a reconstrução do Teatro Cultura Artística.
Que eu saiba, não se trata de uma
entidade da prefeitura, mas privada. Se for este o caso, tem ele o direito de aumentar o IPTU para aplicar
num teatro que não é gratuito? Não
sou contra a cultura, mas contra patrocínios com dinheiro público."
ANTONIO DO VALE (São Paulo, SP)
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