|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FERNANDO RODRIGUES
O PFL se acomoda
BRASÍLIA - A direção magoada do PFL pode desejar tapar o sol com a
peneira, mas a realidade é que o partido caminha celeremente rumo ao
PSDB nos Estados.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), declara que "há uma diferença grande entre apoio, que vem com entusiasmo, e
acomodação". Mais ou menos.
Não foi exatamente entusiasmo
que Marco Maciel emprestou para as
candidaturas de Fernando Henrique
Cardoso em 94 e em 98. Foi o tempo
de TV do PFL.
Bornhausen pode argumentar que
os preciosos minutos do PFL na TV
agora não serão entregues para o
pré-candidato tucano a presidente,
José Serra. Ocorre que essa valiosa exposição televisiva será entregue aos
tucanos que concorrem ao governo
de Estados importantes.
Pefelistas e tucanos estão unidos
nas eleições pelos governos de Rio e
São Paulo. Esses Estados têm, juntos,
31,13% dos votos do país.
É quase certo que em São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) irá ao segundo turno. Com a ajuda do tempo de
TV do PFL. É preciso muita boa vontade para concordar com o pensamento de Bornhausen, segundo o
qual esse tipo de aliança não beneficiará José Serra.
A associação entre pefelistas e tucanos vai se reproduzir em vários Estados. É uma ajuda considerável à candidatura oficial ao Planalto.
Se vencer, Serra estará no melhor
dos mundos. Dirá que conquistou a
Presidência sem as oligarquias representadas pelo PFL nacional.
Já o PFL terá de se esforçar para se
manter unido. Assim como já ocorreu com o PPB, o PFL também será
canibalizado se os tucanos continuarem no Planalto. Os políticos de direita continuarão a entrar no PSDB para se transformarem em verdadeiros
(sic) social-democratas.
Texto Anterior: Roma - Clóvis Rossi: Excesso de campanha Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: A Copa e a vacina Índice
|