São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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FERNANDO RODRIGUES

O PFL se acomoda

BRASÍLIA - A direção magoada do PFL pode desejar tapar o sol com a peneira, mas a realidade é que o partido caminha celeremente rumo ao PSDB nos Estados.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), declara que "há uma diferença grande entre apoio, que vem com entusiasmo, e acomodação". Mais ou menos.
Não foi exatamente entusiasmo que Marco Maciel emprestou para as candidaturas de Fernando Henrique Cardoso em 94 e em 98. Foi o tempo de TV do PFL.
Bornhausen pode argumentar que os preciosos minutos do PFL na TV agora não serão entregues para o pré-candidato tucano a presidente, José Serra. Ocorre que essa valiosa exposição televisiva será entregue aos tucanos que concorrem ao governo de Estados importantes.
Pefelistas e tucanos estão unidos nas eleições pelos governos de Rio e São Paulo. Esses Estados têm, juntos, 31,13% dos votos do país.
É quase certo que em São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) irá ao segundo turno. Com a ajuda do tempo de TV do PFL. É preciso muita boa vontade para concordar com o pensamento de Bornhausen, segundo o qual esse tipo de aliança não beneficiará José Serra.
A associação entre pefelistas e tucanos vai se reproduzir em vários Estados. É uma ajuda considerável à candidatura oficial ao Planalto.
Se vencer, Serra estará no melhor dos mundos. Dirá que conquistou a Presidência sem as oligarquias representadas pelo PFL nacional.
Já o PFL terá de se esforçar para se manter unido. Assim como já ocorreu com o PPB, o PFL também será canibalizado se os tucanos continuarem no Planalto. Os políticos de direita continuarão a entrar no PSDB para se transformarem em verdadeiros (sic) social-democratas.


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