|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cessar-fogo
É IMPERATIVO suspender as
hostilidades no Líbano.
Quanto antes isso ocorrer,
mais vidas de civis serão preservadas. Lamentavelmente, são
fortes os indícios de que os EUA
bloquearão por mais alguns dias
qualquer tentativa do Conselho
de Segurança da ONU de exigir o
cessar-fogo. O governo de George W. Bush deverá dar a Israel
mais tempo para destruir o máximo possível da infra-estrutura
e da capacidade operacional da
milícia xiita Hizbollah.
O papel das Nações Unidas não
deve limitar-se a restabelecer o
"statu quo ante". Fazê-lo significaria apenas lançar para um futuro próximo a data do próximo
embate. Para garantir que Israel
não volte a atacar o Líbano, será
preciso desarmar o Hizbollah,
grupo que, apesar de ter-se integrado à política libanesa como
partido, jamais deixou de atacar
Israel. E o fazia contra a vontade
e os interesses do governo libanês, de cuja coalizão é parte.
Na verdade, dois anos atrás, a
ONU já havia aprovado a resolução 1.559, que exigia o desarmamento da milícia xiita. Nem a comunidade internacional nem o
governo libanês, entretanto, se
esforçaram para vê-la cumprida.
Esperava-se que, à medida que o
Hizbollah se incorporasse à política partidária libanesa, abandonasse as armas. Não o fez.
A fim de que a história não se
repita, uma nova resolução, para
ter mais chances de ser eficaz,
deveria ser redigida em termos
fortes e indicar precisamente a
quais sanções fica sujeita a parte
que descumprir a decisão. Isso
vale não só para os israelenses,
que precisarão suspender os ataques e retirar-se totalmente do
território do Líbano, mas também para libaneses e, principalmente, para a Síria e o Irã, que
apóiam e armam o Hizbollah.
A chave para que Israel e Líbano possam viver em paz é dar ao
governo de Beirute controle integral sobre seu território.
Texto Anterior: Editoriais: Chance para decolar Próximo Texto: São Paulo - Vinicius Mota: Classe média, o homem, o mito Índice
|