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PROBLEMAS DA OPOSIÇÃO
Até o final da semana, devem ser
definidos os nomes que irão ocupar
os espaços políticos, exíguos e desestruturados, capazes de viabilizar
novas candidaturas de oposição a
Fernando Henrique Cardoso em 98.
Apesar dos rumores que alvoroçaram o cenário eleitoral nos últimos
dias, até agora não é possível vislumbrar bases partidárias de centro-esquerda minimamente sólidas e organizadas para traduzir em alternativa
política impulsos voluntaristas e aspirações pessoais de poder.
O dissidente Ciro Gomes tenta obter um espaço apostando, por um lado, no eventual desgaste da imagem
do governo Fernando Henrique Cardoso, e, por outro, no processo de
visível fragilização do PT.
Sua eventual candidatura, no entanto, esbarra na falta de apoios mais
substantivos e menos nebulosos e na
ausência de uma legenda que queira
acolhê-lo. Mesmo o PSB, partido
inexpressivo, de frágil coesão política e eleitoral, hesita em fazê-lo.
Mais ao centro, os ex-presidentes
José Sarney e Itamar Franco -que
deve filiar-se ao PMDB- insuflam
suas candidaturas, de resto excludentes, também na suposição de que
só a estabilidade da moeda não será
suficiente para garantir a reeleição.
Ambos representam respostas de tipo populista a uma insatisfação com
FHC, o que, a julgar pela última pesquisa do Datafolha, ainda não tem
base identificável.
Fragiliza-os ainda mais o fato de o
PMDB não ser hoje um verdadeiro
partido político -a não ser a título
de cortesia- e sim um agregado de
facções regionais, ademais dividido
entre a situação e a oposição.
Lula, que nas pesquisas consta como principal líder oposicionista, é
refém das disputas internas que colaboram para o atual enfraquecimento
do PT, além de ter contra si índices
historicamente altos de rejeição.
Até 3 de outubro, os virtuais candidatos a anti-FHC devem estar mais
ou menos definidos. Isso não significa necessariamente que o presidente
vá enfrentar ameaças reais em 98.
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