São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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AVENIDA DE LAZER

São Paulo tem fome de novas áreas de lazer. É o que demonstra o sucesso da interdição para veículos da avenida Sumaré no último domingo, entre as 9h e as 14h. De acordo com os organizadores, 60 mil pessoas acorreram aos 2,5 km de vias que foram reservados para quem queria divertir-se. O público na Sumaré superou até os 35 mil que estiveram na avenida Paulista, que, desde meados deste ano, também fecha para carros aos domingos.
Como a avenida Paulista, a Sumaré contou com uma série de atividades, como apresentações de grupos de patinadores e de tai chi chuan e a presença de uma brinquedoteca. Houve até uma iniciativa sanitária: quem se dispôs pôde verificar sua glicemia (nível de açúcar no sangue).
A interdição da Sumaré deve seguir em caráter experimental por mais alguns domingos. Se for aprovada pelos moradores da região, que serão consultados em pesquisa, a tendência é que ela se torne permanente. A avenida se tornaria, assim, mais uma da cidade a converter-se em espaço de lazer aos domingos e feriados.
O fechamento de logradouros para recreio merece apoio. Trata-se, afinal, de uma alternativa possível à carência de parques e de áreas verdes. É também uma forma de tentar humanizar uma cidade que se ressente das piores mazelas de ser metrópole e de estar localizada num país pobre.
Os efeitos de uma maior integração das pessoas através do lazer, especialmente nas regiões periféricas, não devem ser menosprezados. Vizinhos que se conheçam e que se dêem bem podem produzir efeito positivo até sobre a segurança pública.
Espera-se que a prefeitura viabilize e multiplique iniciativas como a da avenida Sumaré. O sucesso de público que foi a estréia da interdição dá bem a medida de quanto o paulistano sente falta de novas e mais áreas de lazer na cidade.


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