São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Celso Furtado
"A despeito de sua frustrada tentativa de alcançar uma estabilidade em meio ao torvelinho político, no governo João Goulart, enfrentando a disparada da inflação e a debilitação das contas externas para poder tomar o caminho do desenvolvimento econômico, Celso Furtado será sempre um dos maiores e mais dedicados intelectuais comprometidos com as causas sociais deste país. Com ele se vai mais um exemplar daquela já rara espécie de economistas que se bacharelam idealistas, preocupados com princípios de bem-estar geral e ética. Foi, aliás, a partir da leitura de sua clássica obra "Formação Econômica do Brasil", quando ainda estava no terceiro ano do colegial, que eu me interessei pelo estudo dessa ciência social. Valeu, grande mestre!"
José de Almeida Amaral Jr. (São Paulo)

 

"A morte do grande economista e humanista Celso Furtado ainda nos deixa mais tristes e perplexos quando o comparamos com os economistas de hoje, tão desvinculados do pensamento social e humano. A maioria não aprendeu a lição do mestre, deixando o país refém de uma política macro e microeconômica que enxergue além de cifras e números."
Jaime Leitão (Rio Claro, SP)

 

"Leio da direita festiva rasgados elogios ao recém-falecido economista Celso Furtado. No entanto esses neoliberais convictos, quando instalados no poder e com as rédeas da economia e do crescimento do país na mão, relegaram por completo sua obra. Pura demagogia."
Francisco Camilo de Campos (Campinas, SP)

Mais do mesmo
"O PT está ficando tão parecido com o PSDB que -embora pareça absurdo- não podem ser aliados, assim garante-se a aparentemente democrática alternância de poder entre os dois partidos sem que, de fato, nada mude. E os outros grandes partidos? Receberão cargos."
Alvaro Bernal de Almeida (João Pessoa, PB)

Violência no Rio
"Depois de a senhora japonesa de 61 anos ter sido esfaqueada, agora um turista espanhol foi covardemente assassinado na zona sul do Rio. Onde iremos parar? O Rio é a "Cidade Maravilhosa", com suas praias, montanhas, lagoas e encantos mil. Mas é inadmissível que a insegurança, a violência e o caos dominem a cidade. É urgente a adoção de políticas públicas de resgate da cidadania, inclusão social e distribuição de renda. Governantes demagogos, corruptos e bisonhos estão levando o Rio de Janeiro a uma situação insustentável. É preciso reagir o quanto antes e dar um "basta" a essa situação caótica."
Renato Khair (São Paulo, SP)

Consciência negra
"O esforço do Estado para propor ações e políticas sociais que façam um contrapeso a preconceitos de brancos contra negros é só uma ponta de iniciativa; cabe à sociedade ir tomando consciência dessa necessidade da presença dos negros em todos os postos de autoridade, fazê-lo presente nas escolas, nos palácios, nas bibliotecas, nos esportes etc. Mais de 40% da nossa população tem ascendência ou representa diretamente a comunidade negra. Cabe também a eles lutarem pela sua inclusão social. A cidadania é uma conquista da sociedade toda -uma conquista também dos excluídos, que devem dar a sua cota de luta para saírem da inércia e passarem a galgar dignidade, cidadania e participação no seio social."
Fábio André Balthazar (São Paulo, SP)

Mais!
"Brilhante a ampla e profunda matéria sobre Joseph Mengele (21/11) na nova fase do caderno Mais!. Entre outros méritos, recordou a cumplicidade que o criminoso nazista encontrou no Brasil. Mas, até hoje, nunca se soube de nenhuma punição da Justiça do nosso país contra os casais Bossert e Stammer, que tanto o ajudaram. "
Alfredo Sternheim (São Paulo, SP)

 

"Pra que mexer em time que está ganhando?" O Mais! virou uma salada. Não gostei."
Magda Leardini (Rio Claro, SP)

Plebiscito
"Muitos países desenvolvidos, como os EUA e o Canadá, adotam o plebiscito como forma de aprovar ou não leis de interesse popular -sobre as quais políticos não têm coragem de decidir. É a forma mais verdadeira de democracia que eu conheço. Por isso já está na hora de fazermos o mesmo no Brasil e decidirmos de uma vez por todas os principais temas nacionais, que não são votados no Congresso, e sairmos desta eterna sonolência. Vamos acordar o Brasil!"
Mauro Gondim (São Paulo, SP)

Drogas
"Muito distante da realidade nacional (e do próprio cotidiano) a manifestação do ex-secretário nacional Antidrogas Wálter Maierovitch ("Narcossalas e novos rumos", pág. A3, 20/11). Minhas escusas ao articulista, mas, na atividade policial, nunca deparei com usuários de drogas conscientemente disciplinados e não consigo sequer vislumbrar a possibilidade de dependentes de drogas, ordeiramente, dirigindo-se às chamadas "narcossalas" para se drogarem, sob o olhar leniente do Estado a patrocinar tais recintos. O Estado tem, sim, que combater com rigor as drogas -inclusive mantendo criminalizado o uso de entorpecentes, pois, sem usuários a adquiri-los, não há traficantes a vendê-los."
Antonio Vieira da Silva Hadano , delegado da Polícia Federal (Santos, SP)

 

"Quero cumprimentar o doutor Wálter Maierovitch pelo excelente artigo "Narcossalas e novos rumos". É preciso que a humanidade repense os modelos conservadores e obtusos de combate às drogas que vigem na maioria das nações, sobretudo nas do Terceiro Mundo. Em sociedades culturalmente mais avançadas, o usuário de drogas há muito deixou de ser tratado como criminoso. O Estado, nessas sociedades, vai esvaziando o "mercado" dos narcotraficantes e simultaneamente vai tratando e controlando o vício, impedindo que usuários de droga transformem-se em criminosos e até se matem por usá-las sem cuidados mínimos. No Brasil, porém, antes de implementar qualquer política de Estado mais avançada em relação ao consumo de substâncias ilegais, é preciso educar nossa sociedade, ainda extremamente preconceituosa e ignorante nesse assunto."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

Pelada
"Apenas uma pergunta: o deputado Romeu Tuma Jr. foi eleito para cuidar dos interesses do povo ou do Corinthians? Será que ele não tem nada mais importante para fazer a não ser "resolver" os problemas do seu clube de coração? Ou cargo público no Brasil não serve para nada mesmo?"
Fabio Luiz Silveira (São Paulo, SP)


Texto Anterior: Ideli Salvatti: Amnesi-hausen
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.