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Direitos humanos
"Quando tudo parece estar se
perdendo nesse mar de corrupção,
hipocrisia e contrassenso, surge,
mais uma vez, a voz corajosa e idônea de Ives Gandra Martins ("Guerrilha e redemocratização", "Tendências/Debates", ontem). Tudo o que o articulista escreveu sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos
é absolutamente verdadeiro.
O PNDH é um amontoado de absurdos e afrontas aos direitos dos
cidadãos brasileiros. É o resultado
de "acordos" espúrios com pessoas e
entidades que muito longe estão de
representar os nossos direitos e interesses e os interesses do país e
que passa, inclusive, pela institucionalização do assassinato de crianças no ventre materno.
Então concluo, concordando
com o articulista, que o ideal é mesmo queimar essa excrescência, já
que não podemos (ou não devemos)
"queimar" o seu autor."
GISELA ZILSCH, advogada (São Paulo, SP)
"O artigo do nobre jurista Ives
Gandra Martins é cuidadoso na escolha dos termos.
Chama golpe de "revolução" e ditadura de "regime de exceção".
Compara os torturadores que
agiram a serviço do regime -em
nome, portanto, de um poder que
representava a coletividade brasileira, mas que não lhes era legítimo- aos opositores que buscaram
depor a ditadura. A estes chama de
"guerrilheiros", embora não conste
que Vladimir Herzog, Geraldo Vandré, Zuzu Angel ou Heleni Guariba
tenham praticado guerrilha nenhuma (mas torturados eles foram).
Não mostra a mínima preocupação com pais e filhos que até hoje
não puderam enterrar seus filhos e
pais. Diz que a OAB e o MDB foram
os principais articuladores do fim
do regime, deixando de lado a própria propaganda negativa que a tortura contra os "guerrilheiros" rendia
ao governo, bem como os movimentos operário e estudantil.
Ao final, sugere que queimar livros seria uma solução democrática, prática, como sabemos, usual na
Alemanha dos anos 1930."
LÉO BUENO (Santo André, SP)
"Após tanta polêmica em relação
ao plano de direitos humanos, resolvi, paulatinamente e ao longo
dos últimos dias, lê-lo na íntegra.
Percebi o quanto superficial foi o
tratamento dado pela Folha à
questão e o quanto, a meu ver, alguns comentários se mostram
equivocados.
Há mais pontos no plano do que
foi até agora raramente discutido.
Recomendo a todos os leitores
que façam o mesmo, a fim de embasar suas opiniões. E recomendo que
o jornal aborde o assunto com
maior profundidade e que, se for
preciso, dado a importância e extensão do decreto, destine um caderno especial a essa questão importantíssima."
WADY ISSA FERNANDES (São Paulo, SP)
Haiti
"Enquanto muitas famílias ainda
vivem em abrigos improvisados
aqui em Blumenau, desde novembro de 2008, o governo brasileiro
manda tropas, dinheiro, alimentos
etc. para o Haiti.
Irão reconstruir o Haiti. E quem
irá reconstruir Blumenau e região?
De similar modo, sofro com os
afetados pelas chuvas em São Paulo. Contudo não há jeito, o governo
gosta mesmo é de terremotos.
Resumindo: nem nossas catástrofes são ruins o suficiente para
sensibilizar o nosso governo."
NELSON HEIN, professor da Universidade Regional
de Blumenau (Blumenau, SC)
Justiça
"Na seção "Frases" de ontem
(Opinião), o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil
diz que "a independência dos juízes
é essencial para a democracia. Atacar magistrado pela decisão que
proferiu é atacar a democracia".
Juízes não são deuses, e suas decisões são discutíveis, sim, tanto
que existem recursos para instâncias superiores.
Ainda assim, cabe a pergunta: e
quando a decisão de um juiz ataca a
democracia?
A independência dos juízes, na
acepção da palavra, não existe. Há
muitos amigos da Corte."
ROBERTO ABDIAN (Tupã, SP)
25 de janeiro
"Os paulistanos já ganharam os
seus presentes. Do governador Serra, ganhamos mais um pedágio na
Castello Branco. Já do prefeito
Kassab, recebemos um grande aumento do IPTU.
Mas somos educados. Nós, paulistas e paulistanos, saberemos
agradecer nas urnas."
FRANCISCO JOSÉ CARDIA, sociólogo e professor
(Bragança Paulista, SP)
Enchentes
"Seria oportuno o PSDB devolver
aos cofres públicos todo o dinheiro
gasto com publicidade acerca do
fim das enchentes nas marginais
em São Paulo. O erário e o bom senso agradecem."
JULIO CESAR TORRES, professor
(São José do Rio Preto, SP)
Moda
"Como assinante deste jornal há
dez anos, reclamo da visível incoerência na cobertura de moda. O jornal, em sua cobertura de eventos
como a São Paulo Fashion Week,
reverencia o padrão de moda e o
modelo de mulher infantil e anoréxica propalado por essa indústria e
mercado. Ao mesmo tempo publica, talvez por um súbito pesar de
consciência, uma única página com
textos nos quais "denuncia" o culto à
insalubridade (Cotidiano, 20/1).
Coerente para mim seria um bloqueio, uma intencional não publicação e promoção das marcas, desfiles e eventos que tivessem o padrão fome como mote."
CINTIA ZANCO (São Paulo, SP)
SUS
"A reportagem "Falido, cartão do
SUS gera custo de R$ 401 mi (Cotidiano, 18/1) faz referências incorretas à empresa B2BR, do Grupo
TBA. O texto omite a decisão final
do Tribunal de Contas da União de
que não houve superfaturamento
na compra de software.
A reportagem também não diz que o processo foi arquivado por serem as acusações consideradas improcedentes e
que a decisão do TCU torna sem
efeito o relatório preliminar dos
técnicos que "apontaram que houve
superfaturamento de 126% na compra de software".
A análise inicial dos técnicos não
levou em consideração os impostos,
as atualizações de dois anos das licenças defasadas e o fornecimento
de suporte e treinamentos. A B2BR
venceu a licitação após acirrada disputa de preços.
A reportagem também vincula a
proprietária da B2BR à Operação
Caixa de Pandora. O Grupo TBA e
sua fundadora não foram alvo de
ações de busca e apreensão por parte da Polícia Federal, e tampouco
estão sendo investigados nessa operação pelo STJ.
As vendas para o Datasus em
2005 e em 2006 não têm nenhuma
relação com a Operação Caixa de
Pandora."
TERENCE ZVEITER, diretor jurídico do Grupo TBA
(São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Dimmi
Amora - A decisão do TCU está
registrada na reportagem. Sobre a Caixa de Pandora, a PF investigou a TBA e reservou dois
interrogatórios de Durval Barbosa para falar sobre a suposta
propina paga pela empresa,
conforme registrado em vídeo
em análise. A reportagem não
disse que a TBA sofreu busca e
apreensão.
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