São Paulo, domingo, 23 de abril de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br

Mãos sujas
"As fotos de capa dos jornais brasileiros de ontem -e possivelmente de jornais do exterior também- estampam claramente quão sujas ficaram as mãos do presidente Lula."

David Neto (São Paulo, SP)

MST
"O MST é um dos poucos movimentos realmente populares e democráticos com legitimidade e força no Brasil, e suas reivindicações são mais do que justas: reforma agrária, distribuição de renda e justiça social. Apesar disso, é sistematicamente 'demonizado" pela mídia, que faz o jogo das elites e dos grandes proprietários rurais, mostrando-os como se fossem um bando de baderneiros e criminosos."

Renato Khair, defensor público (São Paulo, SP)

Telê
"Belíssimo o texto de ontem de Juca Kfouri sobre Telê Santana ("Morreu um brasileiro de primeira", Esporte). Tudo de bom, de ético e de bonito que o futebol brasileiro produziu nas últimas décadas teve forte influência de seu trabalho como treinador e de sua conduta moral fora das quatro linhas. Um técnico maravilhoso, um homem de caráter inesquecível."

Francisco José Tenório Magalhães (Maceió, AL)

Lei eleitoral
"Muito oportuna a coluna de ontem de Fernando Rodrigues sobre o artigo das novas normas eleitorais que obriga necessariamente a filiação partidária de alguém que queira participar de propaganda eleitoral em apoio a um candidato ("Uma lei fascista", Opinião). Essa lei é tão fascista quanto quase toda a legislação eleitoral, pois tudo é proibido, a não ser votar e ser votado. Isso é certamente resquício do nosso subdesenvolvimento crônico, porque somos uma das poucas nações civilizadas do mundo a manter Tribunais Eleitorais e a ter uma legislação que se altera a cada eleição, ao bel-prazer dos congressistas de plantão."

Luiz Roberto Peres (Bauru, SP)

Arte erótica
"A carta do artista Gil Carlos Teixeira ("Painel do Leitor" de ontem), que se disse afrontado com a retirada de exposição pública de uma obra -a qual ele chama de arte mesmo sem ter visto-, não levou em consideração que afrontar contra símbolos religiosos é tão grave quanto um centro cultural retirar a obra de um artista, o qual, se quiser, pode expô-la numa galeria particular. Não houve, no episódio aludido pelo leitor, nenhum cerceamento à liberdade de criação artística. Foi apenas um ato de bom senso, sem nenhuma relação com o papado da Idade Média. Ser artista não impede o indivíduo de ter bom senso, para evitar ser censurado pela sociedade."

Paulo Marcos G. Lustoza, capitão-de-mar-e-guerra da reserva (Rio de Janeiro, RJ)

Simplório saber
"De que adianta o "notório saber" se, assim como seu patrão, o ministro Márcio Thomaz Bastos "não sabia de nada". Se nós nos guiássemos pelo "simplório saber", poderíamos ter chegado mais rapidamente a conclusões importantes. Como dizia minha mãe, "quem fala com a boca mole diz tanta mentira que ninguém engole"."

Geraldo Siffert Júnior (Rio de Janeiro, RJ)

Anvisa
"Como é bom ser funcionário público! O pessoal da Anvisa está em greve há dois meses, os remédios essenciais e o sangue estão acabando, os laboratórios estão prejudicados... E o sindicato acha tudo normal. Quem morrer, azar. Os novatos querem o mesmo salário dos antigos funcionários, e fim. Até hoje não aceitaram nenhuma proposta do governo. Também, pudera, quando voltam da greve, se o governo quer cortar os dias parados, eles entram na Justiça e ela determina que os dias sejam pagos -como aconteceu com o pessoal do INSS. Além disso, não podem ser demitidos. Desse jeito, quem precisa ter responsabilidade? Haja mamata."

Maria Thereza Pereira (Belo Horizonte, MG)

Cor
"Achei muito oportuno o artigo "Das estatísticas de cor ao estatuto da raça" ("Tendências/Debates", 21/4), de Simon Schwartzman. Essa malfadada lei, de cunho racista e discriminatório, poderá ser aprovada sem grande repercussão na mídia, embora vá alterar significativamente o contexto social brasileiro daqui por diante e promover uma enxurrada histórica de processos na Justiça. Como pode ser "igualitária" uma lei que cria privilégios para uma determinada parcela da população? Pseudolíderes e ONGs interesseiras estão por trás dessa aprovação, que violenta as leis e tradições étnicas do Brasil. Sim, tradições étnicas. Ninguém no Brasil até hoje se importou em saber se era branco, negro ou pardo. Agora precisaremos estampar em documentos quem achamos que somos. Minorias raciais de países com forte preconceito racial, como os EUA, matariam para ter a democracia e a liberdade étnica que existe no Brasil. Muitos visitantes já me confidenciaram isto: jamais viram semelhante entrosamento étnico em qualquer lugar do mundo. Os negros não conseguem entrar nas universidades não porque são negros, mas porque são pobres e estudam em péssimas escolas, ao lado de muitos colegas brancos, igualmente desafortunados. A solução não é criar cotas, mas melhorar o ensino! Ou será que o branco pobre não tem direitos? E, diante desse quadro altamente perturbador, a imprensa se cala, com medo da repercussão desses grupelhos racistas que, com certeza, apontariam seus dedos para acusá-la de racismo."

Gilberto Antônio Silva (São Paulo, SP)
 

"Demétrio Magnoli, em seu texto "A cor das idéias" (Opinião, pág. A2, 20/4), defende que a Câmara dos Deputados não aprove a lei das cotas raciais nas universidades federais sob pena de vermos acabada a "igualdade" legal entre os cidadãos brasileiros. Diante do texto do respeitável articulista, pergunto: negros e brancos são tratados pela polícia com a mesma dignidade e respeito como manda a lei? São tratados igualitariamente em seus locais de trabalho? Quem é o chefe? Quem é o faxineiro? Passou da hora de reconhecermos que, no Brasil, não há igualdade de fato -e muito menos legal- entre brancos e negros. Para os negros, depois da chibata, sobraram os sub-empregos, as periferias, os maus-tratos e tudo o mais que os brancos descartam. Para ajudar a mudar esse quadro: cotas para os negros nas universidades federais!"

Jean Carlos de Siqueira Colmeal Gil (Mogi das Cruzes, SP)

Perfeição na saúde
"A vasta maioria da população brasileira é um bando de idiotas que, anualmente, gasta uma fortuna em planos de saúde, quando, na verdade, o país possui um sistema de saúde hospitalar que beira as raias da perfeição. Essa é a concepção do mais alto mandatário da nação, que, assim como ele próprio, acha que a população também nada sabe sobre o que acontece ao seu redor."

Felix Pereira dos Santos Neto (Rio de Janeiro, RJ)

Texto Anterior: Luiz Felipe de Alencastro: Constitucionalismo à brasileira

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.