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Congresso
"O artigo de ontem de Fernando
Rodrigues ("A saída é mais transparência", Opinião) discorre sobre
um assunto mais do que exigido pela sociedade brasileira: uma maior
transparência dos gastos públicos
feitos pelo Poder Legislativo.
A sucessão de escândalos provenientes de parlamentares em Brasília, principalmente neste primeiro semestre de 2009, poderia ser ao
menos intimidada se tivéssemos
uma lei federal que obrigasse todos
os parlamentares a exibirem suas
contas e pagamentos efetuados
com o dinheiro público.
Mas esse discurso não passa de
uma utopia, pois a criação de uma
lei como essa depende dos próprios
parlamentares."
FILIPE LUIZ RIBEIRO SOUSA (São Carlos, SP)
"Gostaria de conhecer a opinião
dos deputados e senadores sobre o
discurso do colega Negromonte, líder do PP: "É preciso saber que tipo
de Parlamento a sociedade brasileira quer: um deputado bem remunerado, para ser incorruptível, ou um
que ganhe pouco e vá para o Congresso defender o interesse de
grandes grupos".
Caso a opinião dos parlamentares seja igual a desse meliante, é
melhor ficar sem Parlamento.
Que país eles pensam que estão
comandando?"
VERA SIMONSEN (São Paulo, SP)
"Tenho simpatia por Fernando
Gabeira e já votei nele para deputado em duas ocasiões. Mas não dá
para aceitar a ideia de pecador arrependido que faz jogo de cena ameaçando renunciar no caso de "não
conseguir derrubar alguns privilégios".
Conversa fiada!
Primeiro ele deve identificar todas as pessoas a quem ele deu passagens aéreas.
Depois deve devolver o valor
"cheio" de cada passagem usada por
terceiros e por ele próprio e por familiares em viagens de recreação.
Chega de papo furado: que primeiro devolva o dinheiro gasto de
forma aparentemente ilegal, mas
imoral."
SERGIO TAVARES DE ALMEIDA DE REGO
(Rio de Janeiro, RJ)
"Eu tinha acabado de acordar
quando peguei o primeiro caderno
da Folha e li que deputados querem aumentar os seus salários em
troca de mais transparência no uso
das suas verbas. É o cúmulo do absurdo.
Desde quando transparência
na utilização de dinheiro público
deve ser negociada? É uma questão
de ética!
Pior ainda é ter de ler deputados
dizendo coisas como "a Casa toda
fez", "acho que a imprensa quer fechar o Congresso" ou perguntando
que tipo de políticos queremos.
Isso não é óbvio? Desejamos é que os
picaretas de plantão saiam de uma
vez por todas e que os que têm caráter, ética e vergonha na cara nos
representem."
FÁBIO FERREIRA MARINS (Guaratinguetá, SP)
"No filme "O Homem de Kiev", o
protagonista, quando pressionado a
submeter-se aos interesses do Estado, verbaliza, citando um pensador
judeu: "Quando o Estado comprime
o homem, o menor dos males é destruir o Estado".
Quando um Congresso como o
brasileiro tripudia e envergonha toda a nação, qual seria o menor dos
males?"
JOSÉ MARIA ALVES (Goiânia, GO)
Reforma ortográfica
"Enquanto a maioria dos professores de português, inclusive os que
têm colunas em jornais, procuram
justificar a reforma ortográfica, a
professora Thaís Nicoleti de Camargo ("Reforma ortográfica: mais
custos que benefícios", "Tendências/Debates", ontem) tocou no
ponto certo: essa reforma não vai
unificar o que não precisa ser unificado.
Não tem lógica nem coerência, não tem base histórica nem
prosódica nem etimológica e não
vai obter a adesão dos lusitanos. Foi
só um capricho de alguns filólogos,
que se divertiram em tirar hífen de
onde havia e colocar onde não
havia. Nem eles entendem o que
criaram.
Foi um monumental engodo de
uns doutos, que se enredaram nas
suas próprias regras. Como as diferenças na escrita vão continuar, a
reforma termina autorizando cada
um a escrever como quiser.
Daqui a alguns anos, outros doutos vão propor nova reforma."
ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF)
Estradas
"Como relator da MP-452, e por
ter sido citado no artigo da senadora Marina Silva ("Motosserra na legislação", Opinião, 22/4), presto os
seguintes esclarecimentos.
A MP, aprovada pelo plenário da
Câmara, com base em meu relatório, não dispensa o licenciamento
ambiental para novas estradas federais. Ao fazer meu relatório, não
pensei especificamente na BR-319,
entre Porto Velho (RO) e Manaus
(AM), mas nos interesses globais do
país e do governo federal.
Ao que consta, o asfaltamento da
BR-319 não está isento de licenciamento ambiental, sobretudo devido às peculiaridades da estrada e
por ela estar situada numa região
especial da Amazônia.
O meu relatório diz que o órgão
licenciador terá prazo para conceder licença ambiental, evitando o
que mais incomoda o governo Lula,
que é justamente a demora no licenciamento ambiental de obras
vitais para o país e o PAC.
Fiz o meu relatório convicto de
que as mudanças são a melhor escolha para o país, pois preservam a
essência da legislação ambiental e
aceleram o processo de investimentos internos. Além da legitimidade vinda da votação na Câmara,
tive ainda o apoio do governo para
assim proceder."
JOSÉ GUIMARÃES, deputado federal -PT-CE
(Brasília, DF)
Conferência da ONU
"Acredito que o presidente do Irã,
Mahmoud Ahmadinejad, só chegou
ao poder graças ao antiamericanismo que pairava na região na época
de sua eleição. Hoje ele está enfraquecido, com poucas chances de se
reeleger. Mas quem cometeu a pior
gafe foi a ONU.
A conferência é sobre racismo e eles colocam um dos
líderes mais racistas do mundo para
abri-la? Não tem cabimento. Obama e a UE agiram certo ao boicotar
a conferência."
GUILHERME FREITAS (São Paulo, SP)
Funcionalismo
"Comparar o Estado sueco com o
brasileiro usando publicações do
recém-aparelhado Ipea?
Ignorar que o governo Lula simplesmente dobrou as despesas com
pessoal, empregando a "cumpanherada", sem nenhuma melhora aos
serviços que supostamente deveriam prestar ao contribuinte?
Criticar as demissões de governos anteriores via privatizações?
E os que foram contratados após
as privatizações? E as imensuráveis
melhoras trazidas aos usuários,
exatamente via privatizações, casos
clássicos da nossa telefonia e da extração mineral?
Pediria ao deputado Cândido
Vaccarezza ("A lenda do Estado inchado", "Tendências/Debates", ontem) mais respeito com as nossas
opiniões."
RUY PIGATTO (Curitiba, PR)
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