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PAINEL DO LEITOR
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União
"Lula elogia Serra, que elogia
Kassab, que elogia Martha...
(Primeira Página de 21/5).
Até parece poesia de Drummond,
com música de Chico Buarque. Parece, mas não é. Fingem-se antagonistas e unem-se, adulam-se por
seus interesses políticos.
Entre eles, a união faz a farsa."
GILBERTO MARTINS COSTA FILHO (Santos, SP)
Luta armada
"O leitor Francisco da Costa Oliveira passa atestado de não haver
entendido toda a história contemporânea brasileira em sua missiva
de ontem neste "Painel do Leitor",
em que tece loas ao artigo de Marco
Antonio Villa.
A luta armada foi conseqüência
do estabelecimento de uma sangrenta ditadura em nosso país.
O método de luta adotado pode
merecer críticas na revisão histórica, mas, não fosse ela e os resistentes desarmados, muitos dos quais
foram assassinados, o senhor Oliveira nem sequer poderia hoje estar
usufruindo de uma democracia que
lhe possibilita externar suas opiniões, muito embora eu as julgue
destituídas de fundamentos."
CESAR LUIZ DA SILVA PEREIRA (Curitiba, PR)
Banco do Brasil
"O Estado de São Paulo se recusa
a cumprir ordens do Judiciário para
pagar servidores, pensionistas, aposentados e desapropriados.
Atraso de mais de dez anos nos
precatórios alimentares, mais de 60
mil credores mortos sem receber,
milhões de processos entulhando o
Judiciário. As vitimas do calote,
servidores principalmente, entram
no cheque especial (do banco do seu
devedor!) pagando os juros mais altos do mundo. A lentidão da Justiça
faz com que R$ 12 bilhões se acumulem, remunerados a 6% ao ano e
emprestados a 40% ou 50%...
O governo caloteiro ganha três
vezes: calote, agiotagem e captação
grátis a juros minúsculos. Agora
quer ganhar mais vendendo também as ações do banco."
FLAVIO BRANDO, presidente da Comissão de
Precatórios da OAB-SP (São Paulo, SP)
Álcool na estrada
"Ao permitir a venda de bebidas
alcoólicas nas estradas federais, o
Congresso mostrou estar mais afeito à manutenção das ganâncias de
alguns, que sustentam as suas candidaturas políticas, do que à segurança e à saúde do povo."
ALBERTO MURRAY NETO (São Paulo, SP)
Índios
"Será que devemos manter nossos índios como animais de zôo,
sendo vistos dançarem seus rituais,
se eles já têm celulares, TVs, DVDs?
Não seria melhor que se tornassem cidadãos brasileiros e participassem com sua cultura e suas tradições, enriquecendo mais o nosso
caldo cultural?
Por que deixá-los em territórios
de maneira paternalista? Para que
ONGs vivam da sua exploração?"
FRANCISCO XAVIER FERNANDEZ (São Paulo, SP)
"Os nossos índios não são mais
tupis, guaranis, ianomâmis ou outros quaisquer. Desde que o Brasil
nasceu, foram subjugados, e não
têm mais nação.
Assim como japoneses, italianos,
alemães e outros que vieram para o
Brasil. Não são mais japoneses, italianos etc., são brasileiros.
Todos os nascidos nesta terra são
brasileiros. Não há que reivindicar
nação separada. Todos os brasileiros têm os mesmos direitos e deveres. E assim têm que ser tratados.
Já passa da hora de considerar os
nativos, que são mais brasileiros
que todos os outros, como cidadãos,
com os mesmos direitos e deveres.
E aqueles que ainda não estejam
aculturados, que o sejam. E que o
Estado brasileiro cumpra com suas
obrigações para com eles."
NEWTON B.G. DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
Justiça espírita
"Em relação ao debate sobre juízes espiritualistas e depoimentos
vindos do além, eu pergunto: será
que uma hora dessas eu posso acabar sendo preso por ter cometido
crime em uma vida passada?"
GABRIEL SCLIAR (Belo Horizonte, MG)
"A propósito da recente reportagem sobre juízes espíritas, venho
reafirmar que não vivemos em um
Estado laico, como reza a Constituição. Basta ver o calendário e a imensidão de feriados dedicados à religião católica. Um absurdo."
MARCO ANTONIO LOURENÇO DE PAULA (Jales, SP)
Crime
"Achei lamentável os noticiários
da TV não mostrarem a cara e não
darem o nome do traficante que foi
preso no aeroporto do Galeão. Pelo
menos a Folha divulgou seu nome
(José Luiz Aromatis Netto).
Por que quando o criminoso é
um pé-de-chinelo aparece algemado e encostado na parede e quando
é do Recreio dos Bandeirantes é escondido? Mostrar a cara de bandido, assim como a própria prisão, é
mesmo para PPPs no Brasil"
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)
Impostos
"Pesquisa publicada pela Folha
em 16/5 apontou que os pobres pagam mais impostos que os ricos.
Gostaria de acrescentar que a situação poderia ser pior, já que boa
parte dos pobres mora em favelas.
Sendo assim, não pagam vários impostos, como o IPTU e o ITBI. O comércio e a prestação de serviços
nas favelas e periferias funcionam
na informalidade, o que "libera" esses comerciantes e prestadores de
serviços de recolherem impostos
como IRPJ, IPI, CSLL, COFINS,
PIS, INSS, ICMS e ISS.
Mesmo assim, os pobres ainda
arcam com a maior parte da carga
tributária. Já pensou se pagassem
esse mundo de impostos?"
GERALDO MAGELA DA SILVA XAVIER
(Belo Horizonte, MG)
"Este nosso governo é mesmo
ímpar! A arrecadação e a inflação
explodindo e ele nem sequer cogita
em conter gastos. Para quê? A população é sempre o "burro de carga"
que paga a conta, tanto no aumento
dos impostos como no da inflação.
E o nosso competente e honesto
Legislativo é que vai decidir! Socorro, sinto-me completamente sem
saída, não sei a quem apelar.
E pensar que só com a sangria dos
cofres do BNDES a saúde do pais
poderia estar bem melhor -e sem
precisar de mais imposto."
PRISCILA SCATENA (São Paulo, SP)
Psiquiatria
"Sobre a reportagem "Redução de
leitos psiquiátricos é lenta" (Cotidiano, 18/5), é necessário esclarecer que, para alguns pacientes, com
risco de suicídio ou comportamento violento, por exemplo, a internação em hospital especializado pode
ser necessária. No hospital que
atende pacientes com transtornos
mentais, a equipe médica pode administrar o tratamento adequado,
além de prevenir possíveis danos ao
próprio paciente ou a terceiros.
A Associação Brasileira de Psiquiatria defende a criação de uma
rede de atendimento completa,
com serviços nos diversos níveis de
atenção, que deveria ser implementada em paralelo com o fechamento
de leitos psiquiátricos. Do contrário, haverá desassistência.
O tratamento de pacientes com
transtornos mentais graves é difícil
e caro, mas a rede de assistência não
pode discriminá-los."
LUIZ ALBERTO HETEM, vice-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (Ribeirão Preto, SP)
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