São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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Senado e PT
"Havia pensado em enviar um e-mail para o senador Mercadante pela coragem demonstrada em manter pontos de vista consoantes com a sua consciência ao colocar à disposição o cargo de líder do PT naquela Casa.
Infelizmente, voltei atrás ao verificar que, longe disso, ele queria, na verdade, mais um afago do mestre Gepetto em meio aos demais bonecos da oficina petista...
E nós, pobres espectadores das vilanias que se cometem no mais alto foro legislativo do país, vemos, desiludidos, que mais uma vez a honradez, a correção, a probidade, a dignidade e a honra são pisoteadas pelas botas sujas da malta que nos governa.
Será que Marina Silva vai conseguir modificar esse panorama?"
ROBERTO DE LORENZI (Rio de Janeiro, RJ)

 


"Excelente a definição de Fernando Gabeira (Opinião, 21/8) sobre o Senado de hoje: "instituição putrefata que exala seu horrível fedor sobre as forças que mantiveram Sarney". Eu diria mais: forças malévolas, forças que querem que o Brasil ande para trás, que seja sempre o país retrógrado e atrasado que estamos acostumados a ver."
MATEUS LUIZ CAMILLO DE SOUZA (São Paulo, SP)

 


"Eliane Cantanhêde se referiu, na coluna de 21/8, à "alma do PT" e ao preço que o partido está pagando em nome da tal governabilidade.
É bom que pensemos no preço das nossas próprias almas. Senão, vejamos: Lula sempre se autoelogiou por sua capacidade de negociação. Até em debates afirmou que ele era o único capaz de unir as forças políticas em torno do interesse nacional. Agora percebemos a quantas anda essa capacidade.
Fala-se que até com o coisa-ruim faz acordos em nome da tal governabilidade. Imagina Dilma, como se deve sair... Se o coisa-ruim deu alguma lambujem ao Lula no seu jogo político, deve estar aguardando para cobrar com juros em 2010."
BEZALEEL GONÇALVES GUIMARÃES (Boa Vista, RR)

 

"Não é possível colocar no mesmo saco as saídas do PT de Marina Silva e Flávio Arns.
Marina o fez por decência; Arns, pelo oportunismo de quem se elegeu usando a sigla no Paraná, mas que sempre esteve ao lado dos ruralistas. E escolheu o momento oportuno para bandear-se."
MÁRIO SÉRGIO DE MELO (Ponta Grossa, PR)

 

"Que o Senado é uma fraude, todos já estão cansados de saber. Que o Senado perdeu por completo todo o sentido de ética e de moral, também não é novidade para ninguém.
Agora parece que perderam, também, a noção do que vem a ser dignidade. Os que ainda têm respeito a si mesmos já deixaram o partido que se apodreceu. Outros ficam agarrados à estrutura corroída do poder."
ARY BRAGA PACHECO FILHO (Brasília, DF)

 

"Quem ainda duvida da falência do Legislativo brasileiro, sobretudo do Senado, que leia os artigos de ontem na pág. A2 desta Folha, onde Clóvis Rossi, Fernando Rodrigues e Ruy Castro sintetizam o triste espetáculo do Senado patrocinado por Lula.
Os articulistas realçam o alheamento do povo quanto aos fatos políticos, a gratuita autodesmoralização de Aloizio Mercadante e o lodaçal onde Lula atolou o PT -que, no passado, julgava-se detentor do monopólio da ética.
Esse melancólico lance da política nacional é um soco no estômago de quem nutria um resto de esperança por um Parlamento mais qualificado e menos submisso."
ANTONIO CARLOS DE SOUZA (Mirante do Paranapanema, SP)

Duas almas
"O artigo "Os dois corpos do jurista" ("Tendências/Debates", 20/8) acerta ao apontar para a quebra ética que existe na dissonância entre o discurso e a prática, especialmente quando aquele toma esta como premissa ou finalidade.
Todavia, impende colocar os pingos nos "is", uma vez que, se, de um lado, concordamos que há práticas nebulosas nesse campo, é preciso, de outro, deixar claro que é uma ilusão supor que as nossas "academias" produzem sempre um saber puro e imune à complexidade da própria vida em sociedade.
A questão central, porém, não está numa "fronteira nebulosa" que merece ser "vigiada", e sim na existência de plena liberdade e transparência no exercício da pesquisa acadêmica e da advocacia, ambas sempre submetidas ao crivo da crítica pública e aberta, e sem falsos moralismos de quem quer que seja.
O problema não está em o jurista ter dois corpos, mas, sim, duas almas."
LUIZ EDSON FACHIN, professor doutor em direito das relações sociais pela PUC-SP e titular de direito civil da UFPR, e MELINA GIRARDI FACHIN, mestre em direito constitucional pela PUC-SP e professora de direito (Curitiba, PR)

Gil e Rouanet
"Transformar Gilberto Gil em um símbolo, fritando-o em público por causa de uma solicitação na Lei Rouanet não avança em nada a discussão sobre renúncia fiscal ("Ex-ministro inscreve projeto na Lei Rouanet", Ilustrada, 21/ 8). Se a inscrição de Gil é legal, qual é o objetivo da entrevista? Saber se ele está em paz com sua consciência? Em vez de atracar-se com figuras conhecidas, por que não ir atrás de fatos interessantes e ainda desconhecidos, como os de artistas e pseudoprodutores anônimos que captam parte da verba aprovada pelo MinC e nunca chegam a finalizar seus projetos? Ou finalizam projetos que ninguém vê?
Os R$ 539 mil de Gil, que em 40 anos de carreira nunca deixou de apresentar o resultado do seu trabalho ao público, nem sequer são ilustrativos diante das somas gigantescas de dinheiro público que são perdidas pelo caminho da mal gerida produção cultural brasileira."
RICARDO BUNIER (Belo Horizonte, MG)

 

"É preciso alterar a Lei Rouanet ou fiscalizar sua aplicação. O Estado deve fomentar a cultura, mas não pode ser fonte de renda para artistas bem-sucedidos, já ricos.
A gente vê jovens talentos batalhando, vendendo seus CDs na porta dos restaurantes à noite, e o Gil, que é muito rico, certamente venderá muitos CDs, embolsando esse dinheirão. Isso precisa acabar.
O Ministério Público Federal deve analisar os processos nos quais o Ministério da Cultura liberou dinheiro pela Lei Rouanet e verificar em que casos pessoas foram beneficiadas contrariamente à lei.
No caso do R$ 1,7 milhão para Caetano Veloso, o parecer técnico do MinC foi contrário, mas o ministro usou o seu poder de revisão para fazer a liberação."
JOSÉ GERALDO DA COSTA LEITÃO (Florianópolis, SC)

Cracolândia
"Prender o usuário não resolve o problema. A não ser que consideremos que o problema é a existência física dessa pessoa. Jogar no calabouço do sistema penitenciário não é solução para dependentes. Precisamos de uma política integrada de saúde e assistência social que tenha a capacidade de aproximar o dependente de crack do sistema de saúde.
Por muito tempo, ignoramos o problema do consumo de crack na região central de São Paulo, e a força tarefa que está sendo implementada parece não dar conta também. São policiais demais e agentes de saúde e educadores de menos. Tratar o problema da dependência e do uso de crack como sendo da polícia e dos agentes de segurança irá afastar o usuário do sistema de saúde, local ideal para receber aqueles que estão nesta situação."
MARCO MAGRI , cientista social (São Paulo, SP)

Agricultura
"A senadora Kátia Abreu ("Agricultura x ideologia", "Tendências/ Debates", 21/8) diz que visões contrárias ao agronegócio são fruto de um debate de "identidades políticas", não de argumentos. Ora, os "argumentos" da senadora defendem um tipo de atividade econômica que sabemos concentrar terra e renda e se opor a quaisquer medidas sociais e ambientais benéficas.
Quem está com a palavra, a presidente da CNA ou o lobby do agronegócio no Congresso?
Parece que argumentos e ideologia política realmente se confundem."
JÚLIO CEZAR BASTONI DA SILVA (São Carlos, SP)

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