|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GUERRA FISCAL
Com o anúncio de um novo pacote de medidas para desonerar investimentos produtivos, o governador Geraldo Alckmin inicia sua
chamada "Primavera Tributária". Segundo o governo do Estado de São
Paulo, a ação visa a aumentar a competitividade das empresas paulistas
bem como a atrair novas, seguindo a
já clássica receita de reduzir a incidência de impostos sobre certas cadeias produtivas.
Os incentivos fornecidos pelo governo estadual consistem principalmente na diminuição de alíquotas do
ICMS (Imposto sobre a Circulação
de Mercadorias e Serviços) e em alterações na sistemática de cobrança do
tributo de modo a favorecer os setores contemplados.
Tais medidas são o que se poderia
chamar de reação do governo Alckmin à guerra fiscal que, lamentavelmente, tem marcado as relações entre os vários Estados do país. De
acordo com dados do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), nos últimos oito anos, o Estado
de São Paulo viu sua participação na
arrecadação de ICMS cair de 39,4%
para 33,5% do total nacional.
Não se pode negar que circunstâncias como essas requeiram medidas
no sentido de evitar prejuízos e fortalecer a economia de São Paulo. É necessário reconhecer, no entanto, que
a ofensiva lançada pelo governo paulista terá a conseqüência nefasta de
adicionar combustível à disputa entre Estados. É de lamentar que -como sinaliza a "Primavera Tributária"- Alckmin tenha deixado de lado a postura construtiva que sempre
pautou seu discurso sobre a disputa
por investimentos e optado por partir para o ataque.
Infelizmente, a guerra fiscal não é
um fato novo na vida nacional, e, como tem mostrado a experiência, sua
prática generalizada redunda em
graves prejuízos para as finanças públicas do país. É imprescindível que
sejam encontradas soluções de equilíbrio, visando a uma pacificação
-em vez de a um acirramento-
dessa disputa sem vencedores.
Texto Anterior: Editoriais: CRÉDITO MAIS CARO Próximo Texto: Editoriais: MEIAS VERDADES Índice
|