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Editoriais
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Mais um teste
O CHAVISMO enfrenta hoje
mais um duro teste nas
eleições regionais venezuelanas. Vinte e três dos 24 Estados escolherão governadores,
e a quase totalidade dos 335 municípios renovará prefeitos.
A campanha foi marcada por
níveis inéditos de intimidação,
até para os parâmetros do presidente Hugo Chávez. Quatro fortes candidatos oposicionistas foram banidos do pleito pela Controladoria Geral, politicamente
inclinada para o chavismo. Na
tentativa de garantir vitória maciça, o governo central ameaçou
cortar verbas de regiões que sufragassem adversários.
Apesar da intimidação, sondagens indicam em torno de seis
governos estaduais sendo reconquistados pela oposição. Além
disso, Chávez pode ser derrotado
em regiões como a cidade de Sucre, base simbólica do chavismo.
Nas últimas eleições regionais,
há quatro anos, o presidente estava revigorado com a vitória no
referendo para afastá-lo do poder. Na ocasião, houve boicote da
oposição, o que permitiu ao chavismo a vitória em 22 Estados e
em mais de 70% dos municípios.
Tendo renunciado ao golpismo
e aos boicotes, a oposição se renova e se revigora a cada pleito
desde então. Além disso, antigos
aliados do presidente deixaram o
governismo, sem terem aderido
à oposição, e ensaiam a implantação de uma terceira via. É possível que um país menos polarizado emerja destas eleições.
O pleito será um marco para a
principal ambição chavista: a reforma constitucional que permita reeleição ilimitada. Em 2007,
a população barrou essa pretensão de Chávez em referendo.
O presidente terá menos chance de retomar o projeto se não
mostrar força nas urnas. O aumento da resistência doméstica
a Chávez, associado à vertiginosa
derrocada do petróleo, coloca
em xeque o caudilhismo panfletário da "revolução bolivariana".
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