São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008

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Editoriais

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Mais um teste

O CHAVISMO enfrenta hoje mais um duro teste nas eleições regionais venezuelanas. Vinte e três dos 24 Estados escolherão governadores, e a quase totalidade dos 335 municípios renovará prefeitos.
A campanha foi marcada por níveis inéditos de intimidação, até para os parâmetros do presidente Hugo Chávez. Quatro fortes candidatos oposicionistas foram banidos do pleito pela Controladoria Geral, politicamente inclinada para o chavismo. Na tentativa de garantir vitória maciça, o governo central ameaçou cortar verbas de regiões que sufragassem adversários.
Apesar da intimidação, sondagens indicam em torno de seis governos estaduais sendo reconquistados pela oposição. Além disso, Chávez pode ser derrotado em regiões como a cidade de Sucre, base simbólica do chavismo.
Nas últimas eleições regionais, há quatro anos, o presidente estava revigorado com a vitória no referendo para afastá-lo do poder. Na ocasião, houve boicote da oposição, o que permitiu ao chavismo a vitória em 22 Estados e em mais de 70% dos municípios.
Tendo renunciado ao golpismo e aos boicotes, a oposição se renova e se revigora a cada pleito desde então. Além disso, antigos aliados do presidente deixaram o governismo, sem terem aderido à oposição, e ensaiam a implantação de uma terceira via. É possível que um país menos polarizado emerja destas eleições.
O pleito será um marco para a principal ambição chavista: a reforma constitucional que permita reeleição ilimitada. Em 2007, a população barrou essa pretensão de Chávez em referendo.
O presidente terá menos chance de retomar o projeto se não mostrar força nas urnas. O aumento da resistência doméstica a Chávez, associado à vertiginosa derrocada do petróleo, coloca em xeque o caudilhismo panfletário da "revolução bolivariana".


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