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Medidas contra enchente
ESCALDADO pelas chuvas de
final de ano, que, embora
recorrentes, fizeram em
2009 estrago maior do que o costumeiro, o prefeito Gilberto Kassab busca anunciar medidas de
combate às enchentes em São
Paulo. É compreensível a sua
preocupação. As imagens de
bairros inteiros da cidade afogados por 14 dias numa mistura
imunda de água e esgoto demorarão a ser esquecidas pelos cidadãos -e certamente serão lembradas, no próximo pleito, pela
oposição.
É de todo modo bem-vinda a
iniciativa de ampliar a exigência
de manutenção de áreas verdes,
permeáveis, nas novas construções na cidade. Uma portaria da
Secretaria do Verde e do Meio
Ambiente determina que novos
empreendimentos deverão
manter, no mínimo, uma área de
20% de vegetação, terra ou grama para absorver a água da chuva. A exigência anterior era de
reserva de 15% do terreno.
O acréscimo de novos prédios
com maior área "verde" ao estoque de superfície já altamente
impermeabilizada da cidade, entretanto, terá pouco impacto no
combate às enchentes. A iniciativa deve desde logo vir acompanhada de outras, de mesmo escopo, que busquem impedir o acúmulo d'água nos já conhecidos
pontos de alagamento.
Um exemplo está na construção, prevista em lei, de reservatórios para águas pluviais nas
edificações da cidade, medida
que tem por objetivo o mesmo
escoamento buscado pelo acréscimo de área permeável.
Imposições ou apelos a cidadãos e empresas, no entanto, não
podem alcançar o mesmo resultado que as necessárias intervenções do poder público. As providências são conhecidas e exigem
dispêndio de mais tempo e dinheiro em obras muitas vezes
"invisíveis" para o eleitor: ampliação da capacidade de canais e
galerias que recolhem a água da
chuva, novas obras para ampliar
a vazão dos rios e mais investimentos em grandes reservatórios de água, os "piscinões".
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