São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Terra
"O título do texto "Ministro acha que invasões de fazendas são compreensíveis" (Primeira Página, 23/2) não condiz com a entrevista concedida ao repórter Eduardo Scolese.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, enfatizou na entrevista que defende rigorosamente a aplicação da lei e mencionou que poderia achar compreensíveis ocupações em dois casos específicos: em terras públicas comprovadamente griladas, com ocorrência de crimes ambientais, e em terras onde há comprovadamente o trabalho escravo.
Ao repórter, foi salientado que nenhuma das 13 propriedades rurais ocupadas recentemente no Estado de São Paulo está incluída nesses dois casos. Da mesma forma, não procede o subtítulo aplicado no material jornalístico -"Petista afirma que a lei deve ser respeitada, mas diz que ações em terras griladas, por exemplo, podem ser aceitáveis" (Brasil, pág. A7).
O ministro não utiliza o termo "ocupação aceitável" em ponto nenhum da entrevista."
PATRICIA LINDEN, coordenadora de comunicação social do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Brasília, DF)

Praça da República
"Solicito correção de declarações a mim atribuídas na reportagem ("Praça da República agora tem bancos antimendigos", Cotidiano, pág. C5, 22/2).
A respeito dos bancos antimendigos instalados pelo prefeito Kassab e seu secretário Andrea Matarazzo, declarei, inicialmente, que não tinha conhecimento do assunto, pelo que não teria condição de me manifestar especificamente a respeito. Foi-me pedido, então, que me manifestasse sobre "a política higienista" da prefeitura, o que fiz, declarando que os pobres e os mendigos têm direito à cidade tal como qualquer habitante.
A repórter indagou se não se trataria de criar condições para tirar os mendigos da rua. Respondi que não se tratava disso e que, embora eles tenham direito a essas políticas, têm também o direito de escolher se querem continuar morando na rua.
O que foi publicado pode representar um apoio disfarçado à política fascista da administração municipal paulistana."
ATON FON FILHO, diretor da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos (São paulo, SP)

Carnaval e história
"Parabenizo Leandro Narloch por seu artigo de ontem na Ilustrada ("A Beija-Flor mente sobre a África'). Está mais do que na hora de divulgar amplamente toda a verdade sobre a escravidão e o conseqüente racismo de parte a parte que existe no planeta. Só a educação completa e irrestrita de todos trará luz e entendimento entre as raças. A propósito, a nossa "raça" é humana."
IVAN KING (Salvador, BA)

"O artigo do jornalista Leandro Narloch representa um belo exemplo de desconhecimento do que foi a chamada escravidão moderna, pois tem a capacidade de colocar "no mesmo saco" o processo de escravidão anterior às chamadas grandes navegações e à conseqüente "colonização do Novo Mundo" e um outro processo histórico de escravização que teve causas e contextos diferentes.
O jornalista, a pretexto de criticar o enredo da Beija-Flor, prática o "crime" de que acusa a escola de estar praticando, pois diz que a escravidão ocorrida nas Américas é fruto da ganância dos reis africanos.
Ora, o que o digno jornalista faz também é ver a história sob um prisma maniqueísta. E, ainda pior, o faz sem uma análise consistente da história da escravidão."
DANIEL ANTONIO, sociólogo do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal de Uberlândia (Uberlândia, MG)

Violência
"Queremos manifestar aqui nossa indignação e nosso profundo pesar diante da morte de Maria Cícera Santos Portela (Cotidiano, 22/2), assassinada por um policial na varanda de sua casa na favela São Remo durante um confronto com crianças que brincavam perto de sua viatura.
Cícera nos recebia diariamente na porta da lanchonete da Faculdade de Educação da USP sempre com um sorriso pleno de futuro e com atitudes da mais extrema gentileza.
Foi morta por uma "bala perdida" lançada inadvertida e irresponsavelmente pelo policial. Não era dirigida a ela, e isso talvez torne mais incompreensível e dolorosa a sua perda, assim como o crime parece mais bárbaro quando o policial, diz o jornal, "rodou a arma no dedo".
É inaceitável que sua morte fique relegada aos "faits divers" do cotidiano e que a ação violenta da polícia seja legitimada com a soltura imediata do policial mediante uma fiança de R$ 300.
Até quando pessoas caídas, mortas por balas perdidas, continuarão a fazer parte da paisagem de regiões pobres? Até quando um aparato policial incompetente e despreparado continuará legitimado por um Estado ausente diante da violência e do abandono de regiões pobres do país?"
SONIA PENIN, diretora, em nome dos professores e funcionários da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP)

Radiação
"Moro próximo à avenida Paulista desde 1984 e constatei que nos últimos cinco anos a instalação de novas antenas de transmissão se acelerou na região. Creio que essas antenas eram no máximo cinco; hoje devem ser mais de 20. A última delas a ser instalada emite, durante toda a noite, uma luz que invade meu apartamento.
Venho sentindo dores de cabeça matinais e pressão na cabeça. As pessoas que moram em casa vêm apresentando os mesmos sintomas -que desaparecem quando saio de São Paulo.
Será que existe algum trabalho sobre essas radiações e seus malefícios? Há estudos sobre qual é o nível atual de radiação na avenida Paulista e quais seus efeitos sobre a saúde das pessoas?"
HUGO PENTEADO (São Paulo, SP)

Folha, 86
"A Folha agradece as felicitações por seus 86 anos recebidas de: Luiz Roberto Barradas Barata, secretário de Estado da Saúde de São Paulo (São Paulo, SP); José R. A. de Sant'Anna, professor da Faculdade de Direito da UFBA (Salvador, BA); Roberta Assis, assessoria de imprensa da LBV (São Paulo, SP).

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