São Paulo, sexta-feira, 24 de março de 2006

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Sigilo
"É de estranhar que a Polícia Federal peça a quebra do sigilo bancário (já quebrado ilegalmente) do caseiro Francenildo Costa, que, segundo noticiam, é testemunha do caso que envolve o ministro Palocci. Daí uma pergunta que não quer calar: por que não pedir a quebra de sigilo bancário dos acusados e de pessoas que realmente são suspeitas? Que não são poucas."
Helena Yukie Tawaraya (São Paulo, SP)

Fim do mundo
"Maravilhoso e contundente o artigo de ontem de Eliane Cantanhêde ("Fim do mundo", Opinião). Realmente estão acontecendo coisas inacreditáveis no governo, coisas jamais vistas, como relata a articulista: o aluguel da casa para a turma de Ribeirão Preto, a quebra do sigilo do caseiro, a submissão do Judiciário, o envolvimento de Edson Vidigal e Nelson Jobim em política, obedecendo fielmente aos desmandos do governo, o Exército negociando com traficantes, o Delúbio querendo indenização, a compra escandalosa de deputados e senadores, a absolvição dos "mensaleiros"... É mesmo o fim do mundo. Onde está a capacidade de indignação do povo brasileiro diante de tudo isso? Além disso (fato que não foi mencionado no artigo), o que dizer do escárnio do silêncio de Duda Mendonça? E do acobertamento covarde dos casos Celso Daniel e Toninho de Campinas? Tem razão Eliane: é mesmo o fim do mundo."
Silvia Takeshita de Toledo (São Paulo, SP)

 

"Parabenizo Eliane Cantanhêde pelo ótimo artigo de ontem e gostaria de avisá-la de que ainda não chegamos ao "fim do mundo", mas ele está próximo. Digo isso me lembrando do que ouvia nas ruas quando João Figueiredo era o presidente da República e do fracasso de sua política agrícola, com o famoso: "Plante que o João garante!". Nem ele nem Delfim garantiram coisa nenhuma. E dizia-se à época: "Pior do que o Figueiredo não pode haver". Depois da tragédia do Plano Cruzado, a voz das ruas era: "Pior do que o Sarney não existe". Com o confisco de Collor de Mello, a população bradava: "Pior do que o Collor não virá". No auge da privataria tucana, com FHC no timão do país, dizia-se: "Presidente pior que Fernando Henrique Cardoso não poderá existir". Agora, neste lamaçal de roubalheira e corrupção desenfreada, temos Lula como presidente e acabei de ler o "Fim do mundo". Sinceramente, tenho muito medo do que possa vir com o próximo mandatário da nação."
João Carlos Cembranel (São Borja, RS)

Elixir democrático
"A "maldição do cocar" está lançada. Lula, inadvertidamente, aceitou que fosse colocado em sua cabeça o adorno que representará a sua derrocada. Só há um elixir para espantar essa maldição. No "caldeirão da democracia", coloque generosas porções de respeito ao ordenamento legal, sobretudo à Constituição Federal. Acrescente decência, probidade administrativa, pragmatismo e retidão de caráter. Coloque uma pitada mínima de juros bancários e suavize a mistura com carinho pelo Brasil e compaixão pelos brasileiros, principalmente os desvalidos. Tome bons goles antes e depois da eleição. Não há nenhuma contra-indicação para tal elixir."
Túllio Marco Soares Carvalho (Belo Horizonte, MG)

Ministra no STF
"A declaração do "pseudo-senador" Mozarildo Cavalcanti, publicada ontem na seção "Frases" (Opinião, pág. A2), não pode ser qualificada de animalesca nem de grosseira, porque até entre os animais deve haver mais delicadeza. Não bastassem a estupidez e o deboche diante de uma senhora respeitável, a debocheira é ainda pior por que se trata da futura presidente do Supremo Tribunal Federal. Que vergonha! Que falta de dignidade!"
Álvaro Pessoa (Rio de Janeiro, RJ)

Dança na Câmara
"A deputada Ângela Guadagnin, do PT, depois de tentar salvar deputados aliados e corruptos, dança no plenário da Câmara para mostrar a sua alegria com a salvação de mais um acusado de "mensaleiro". Nós, eleitores, incrédulos com os acontecimentos, esperamos que ela dance na reeleição."
Carlos Gaspar (São Paulo, SP)

Pirataria
"John Kennedy, presidente da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), em entrevista concedida à Folha ("Indústria festeja venda digital de canções", Ilustrada, 22/3), faz uma comparação esdrúxula e mesquinha quando questionado sobre o crescimento da pirataria em razão dos altos preços dos CDs legalizados. Diz ele, em alusão aos downloads de músicas em MP3 realizados ilegalmente: "Se não posso comprar um BMW, porque é um carro muito caro, não é por isso que vou roubá-lo". Ora, convenhamos. Quando falamos de música, tratamos de cultura, e cultura não pode ser comparada ou tratada como um artigo de luxo. Se não posso ter um BMW, não vou roubar um, é evidente, mas tenho a opção de comprar um carro mais barato. E com a música? Podemos medir uma música como sendo mais ou menos valiosa? Mais cara ou mais barata? Qual é a nossa opção se não queremos pagar R$ 30 por um álbum? John Kennedy foi infeliz em seu comentário e, principalmente, em sua comparação."
Camila Conti (Santo André, SP)

Radical transformação
"Não poderia deixar de cumprimentar Oded Grajew pelo seu excelente artigo de ontem ("O mito (verdadeiro) de Robin Hood às avessas", "Tendências/Debates", pág. A3). A profunda desigualdade existente no Brasil tende a se agravar se não houver uma radical transformação no perverso sistema tributário nacional. Cabeças como a de Grajew, de Marcos Cintra (imposto único federal) e de outros deveriam se juntar e ser oficialmente prestigiadas para que fosse proposta uma verdadeira e real reforma tributária em nosso país. Se continuarmos dependendo dos arautos que defendem o pandemônio tributário em que nos metemos, até mesmo a reforma que está para ser aprovada (IVA) nunca sairá, pois esses "tributaristas" ganham fortunas com esse pandemônio, ensinando como elidir e evadir, entre outras maracutaias a que têm acesso somente a turma do eufemístico "não-contabilizado". Aliás, o IVA (que parece ser consenso e o mote da reforma nos meios especializados em Brasília) é outro modelo importado de mais um imposto indireto "declaratório", que, da mesma forma como os atuais, incidirá mais fortemente sobre os mais pobres, agravando o efeito "Robin Hood às avessas"."
Nagib Abdala Filho (Brasília, DF)

IPVA
"Em relação à carta de Aguinaldo Pereira, publicada no dia 20/3 com o título "Livre concorrência", a Secretaria da Fazenda esclarece que está cumprindo o seu papel, dentro da legalidade, ao tentar resgatar para o Estado de São Paulo os veículos licenciados em outros Estados cujos proprietários são residentes em território paulista. O leitor está equivocado ao dizer que "aqui a alíquota é o dobro da do resto do país". A alíquota do IPVA para carros de passeio (a gasolina ou bicombustíveis) é de 4%, a mesma praticada em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Cada Estado estabelece a alíquota, aprovada em lei pela Assembléia Legislativa, de acordo com as suas necessidades contidas no orçamento, para a manutenção e ampliação dos serviços públicos."
José Luiz Lima, assessoria de imprensa da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda (São Paulo, SP)


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