|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ATENÇÃO AOS ALUNOS
A crise a qual atravessa o ensino superior privado não vem de
hoje, mas os seus efeitos deletérios
sobre os alunos se fazem sentir cada
vez mais. As dificuldades financeiras
vividas por diversas empresas do setor já levaram ao fechamento de cursos, a atrasos de salários e a demissões de funcionários e professores.
Apenas na cidade de São Paulo, nada
menos que sete dessas instituições
fecharam cursos ou atrasaram pagamentos de professores.
A crise explica-se ao menos em
parte por razões de mercado. O ensino privado cresceu desmesuradamente nos últimos anos. Apenas de
1998 a 2002, foram criados mais de
7.000 novos cursos no país, sendo
75% deles em instituições particulares. De 2002 a 2004, o saldo entre
criação e eliminação de cursos se
manteve positivo. Segundo o Censo
da Educação Superior, o aumento de
vagas oferecidas pelas particulares
foi de 16,8%, enquanto o ingresso
cresceu apenas 2%. Atualmente,
quase 50% das vagas do sistema estão ociosas, embora, paradoxalmente, apenas 17% dos brasileiros que
têm entre 18 e 24 anos estejam matriculados no ensino superior.
Quaisquer que sejam as causas da
crise, é preciso equacionar ao menos
o problema dos alunos, evitando que
o tempo e o dinheiro investidos nesses cursos tenham sido despendidos
em vão. Esse problema é ainda mais
grave no que tange aos estudantes
beneficiados pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), projeto
do governo federal que provê bolsas
de estudo para alunos carentes.
É preciso assegurar o reconhecimento de parâmetros mínimos para
a realocação desses estudantes. A
exemplo do que se faz quando quebram os planos saúde, o sistema de
ensino superior deve garantir a intercambialidade entre cursos para que
alunos não percam dinheiro nem a
perspectiva de seu diploma.
Texto Anterior: Editoriais: NORMAS PARA TODOS Próximo Texto: São Paulo - Vinicius Torres Freire: Corações e mentes do eleitor Índice
|