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FERNANDO DE BARROS E SILVA
Hegemonia à paulista
SÃO PAULO - Hoje, o tucano Geraldo Alckmin seria eleito governador
de São Paulo em primeiro turno.
Com 49% das intenções de voto, ele
supera, com grande folga, os 33%
dos seus adversários somados.
O senador Aloizio Mercadante,
do PT, é o segundo colocado, com
16% dos votos, de acordo com o Datafolha. E Celso Russomanno, do
PP de Paulo Maluf, vem em terceiro, com 11%. Os demais, juntos, têm
6% (incluindo aí o empresário Paulo Skaf, do PSB, com apenas 2%).
Se confirmar o favoritismo, Alckmin dará ao PSDB uma hegemonia
de duas décadas em São Paulo. O
Estado é tucano há 16 anos consecutivos, desde que, em 1994, na esteira do Plano Real, Mário Covas
derrotou Francisco Rossi, populista
de direita egresso da Arena, então
no PDT e atualmente no PMDB.
Em 1998, Covas se reelegeu ao
vencer Maluf numa disputa acirradíssima. Foi a partir daí que a hegemonia tucana em SP se enraizou.
Mais do que isso: desde então, o
PT passou a ser, também em SP, o
"outro" do PSDB, reproduzindo a
polarização que já ocorria no plano
nacional desde 1994. O malufismo,
em torno do qual gravitava a direita
até o final dos anos 90, perdeu o
protagonismo e vem murchando,
em benefício, sobretudo, do PSDB.
Mas a situação de Alckmin pode
ser menos folgada do que parece.
Se Russomanno não derreter, é provável que haja segundo turno. Dilma Rousseff tem hoje 30% das intenções de voto no Estado. É óbvio
que Mercadante deve subir, inclusive pelo bom momento do país.
Há, além disso, um padrão no
comportamento do eleitorado paulista nas últimas eleições. Em 2002,
Alckmin derrotou José Genoino, no
segundo turno, com 58% dos votos.
No primeiro turno, o petista havia
alcançado 32%, marca idêntica à de
Mercadante em 2006, quando perdeu o governo para Serra, que o
venceu no primeiro turno com os
mesmos 58% de Alckmin. Ir agora
ao segundo turno já será uma vitória para o PT. Sim, porque derrotar
Alckmin hoje seria um milagre.
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