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SERGIO COSTA
Independence Day
RIO DE JANEIRO - A data mágica
para a campanha de Geraldo, ex-Alckmin, agora é 7 de setembro, para quando está -ou pelo menos estava até o último Datafolha- previsto o início da caça ao Lula com
artilharia pesada.
Depois do feriadão, começará a
reta final da eleição, o povo estará
mais ligado na disputa, as denúncias de corrupção e desmandos vão
finalmente colar no presidente. Em
umas três semanas, calcula o tucano, sua equipe de marketing conseguirá virar um jogo que desde março, mesmo com todas as promessas
de que dali em diante a campanha
começaria para valer, tem insistido
em lhe ser desfavorável.
Primeiro, o motivo era o de que
ainda não havia sido ungido candidato tucano. Em seguida, porque o
candidato ainda não era conhecido.
Assim que o eleitor tomasse ciência
de seus feitos, tudo seria diferente.
Depois, o novo prazo passou a ser o
início do horário eleitoral. Desta
vez, a data mágica virou o Dia da Independência.
É bom se apressar, porque logo
adiante estará o 1º de outubro,
quando, pelo menos segundo o discurso no programa eleitoral, começará uma nova fase. "Segundo turno
é uma outra eleição", se apega à esperança o tucano no ar.
Cuidado, doutor Geraldo. De tanto remarcar data para o início da
reação, periga o senhor acordar
num 1º de abril. Até lá, terá tempo
para entender por que o Zé, que o
senhor tomou a vez de disputar o
trono, preferiu esquecer seus santinhos no caminho que traçou solitário rumo ao Bandeirantes. Se em
São Paulo é assim, imagina no Nordeste. Pergunte aos cearenses.
Aliás, do jeito que os números estão, é capaz de o calendário pular de
1º de outubro para o 1º de janeiro e
pegar o senhor, doutor Geraldo, de
pijama, com cara de quem foi o último a saber o que lhe aconteceu.
Seus colegas estarão assoviando.
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