São Paulo, sexta-feira, 24 de agosto de 2007 |
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JOSÉ SARNEY Arquitetura e Supremo
APÓS A SEGUNDA Guerra
Mundial, quando o Parlamento britânico havia ficado em ruínas, cresceu uma discussão envolvente sobre como deveria
ser a reconstrução. Uma corrente
levantou a idéia de buscar-se uma
nova área e aproveitar a oportunidade para construir um prédio moderno. Outra corrente defendeu a
reconstrução com a ampliação dos
módulos, modernizar as velhas
instalações. O gênio de Winston
Churchill disse um grande não às
duas propostas e decidiu que a Câmara dos Comuns, aquela sala modesta, que se reúne como se fosse
uma família, deveria ser reerguida
como sempre fora: com galeria pequena, mesa central, bancos nas laterais e modéstia setecentista. Seu
argumento era o de que o estilo do
Parlamento britânico correspondia à sua arquitetura. Fazia fugir da
retórica, decidir como se fosse uma
família, ser veemente sem ser verboso, irônico sem ser vulgar. A arquitetura se confundia com o trabalho parlamentar, e modificá-la
seria modificar a Inglaterra. Escreveu uma página brilhante sobre o
assunto.
jose-sarney@uol.com.br JOSÉ SARNEY escreve às sextas-feiras nesta coluna. Texto Anterior: Rio de Janeiro - Nelson Motta: A Constituinte de Marte Próximo Texto: Frases Índice |
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