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Ficha Limpa
Tentei ontem ver a TV Justiça,
em que, ao vivo, o STF julgava o
caso Roriz, se ele poderia ou não
ser candidato. Durante mais de
três horas, vi um excesso de "juridiquês", um leigo fica embasbacado. Fiquei cansado, esperei
os comentários dos analistas da
televisão. Continuei no mesmo.
Vi a inutilidade da TV Justiça
para o cidadão comum, que não
entende a complicada linguagem dos bacharéis.
JAIRO VEIGA (Cajati, SP)
Corrupção
Na semana passada o povo da
cidade de Dourados (MS) foi contido pela polícia para não linchar
políticos pegos com a "mão na
massa", roubando dinheiro público na Câmara Municipal e na
prefeitura daquela cidade.
Nesta semana, ao contrário,
centenas de "cidadãos" amapaenses receberam com festa no
aeroporto de Macapá o ex e o
atual governador do Estado, ambos acusados de corrupção, em
investigação da Polícia Federal,
com gravações que comprovam
desvio de dinheiro público.
A atitude mostra entre outras
coisas que a corrupção deixou de
ser abominável, e em alguns locais passou a ser aceita. Os políticos amapaenses não precisam
fazer, basta roubar, enquanto
nos outros Estados até "podem"
roubar, mas precisam fazer.
JOSÉ APARECIDO RIBEIRO (Macapá, AP)
Eleições
O colunista Luiz Fernando
Vianna ("Tiririca é o show da vida", Opinião, ontem), mais uma
vez, mostra o nosso brasileiro
"complexo de vira-lata", ao citar
os programas ruins na TV dominical. Vi passando muita porcaria
na TV inglesa e na francesa, e
veem-se em filmes americanos sujeitos barrigudos, com latas de
cerveja na mão, vendo jogos e programas de auditório idiotas. Os
brasileiros são os únicos no mundo a ver porcarias na TV?
CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis, SC)
Neymar
Pode-se fazer um paralelo entre o fato ocorrido em campo de
futebol e o que ocorre todos os
dias nas salas de aula das escolas públicas brasileiras, ou seja,
alunos xingando professores,
numa demonstração clara de indisciplina e desrespeito.
Neymar representa esses alunos que nunca são punidos nas
escolas e que, depois, continuam
agindo da mesma forma em sociedade. Ele é o exemplo do descaso escolar, do caos em matéria
de educação. O Santos culpa o
técnico, assim como os governos
estaduais culpam os professores.
VALÉRIA DA FONSECA CASTREQUINI (Ribeirão Preto, SP)
Em um país onde abundam
maus exemplos dados por pessoas públicas, em especial políticos, seria de se esperar que, pelo
menos no meio desportivo, atletas dessem aos nossos jovens
exemplos de cidadania e de atitude social respeitosa.
Infelizmente, o Santos Futebol
Clube, ao demitir seu técnico por
discordar de sua exemplar punição a Neymar, legitima o aspecto
comercial do futebol, menosprezando o fato de que um atleta
tem de ser completo: bom na técnica e no caráter.
MARCOS A. PAULINO (Brasília, DF)
Metrô
Como usuário da linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo, estou indignado com a frequência
dos problemas. Todos os dias pela manhã e à tarde está impossível usar esse meio de transporte
sem se estressar.
Acredito que o fato de ser uma
empresa pública, sem a necessidade de seus colaboradores e diretores terem que mostrar suas
competências para se manterem
nos empregos, seja o motivo de
tamanho descaso com os usuários. Fica claro, olhando para os
funcionários, que estão ali apenas esperando seu horário para
ir para casa e seu tempo de serviço para se aposentarem.
GERSON PIRES (São Paulo, SP)
Bienal
Sou grande admirador dos posicionamentos acerca das liberdades e garantias que defende o
presidente da OAB-SP, o dr.
D'Urso. Porém, tais investiduras
contra a Bienal por parte da ordem ("OAB pede para Bienal de
SP retirar obra polêmica", Ilustrada, 18/9) são um contrassenso.
Logo, deveria também o advogado reivindicar que sejam retiradas das emissoras Globo, Record,
SBT e outras, que transmitem novelas, as cenas de assassinatos,
muitas vezes por meios cruéis.
MARCOS ANTONIO DE LUCENA (São Paulo, SP)
"A impactante manifestação
artística na recente Bienal em
São Paulo, envolvendo figuras
ilustres, foi oportuna.
O artista traduziu com maestria a indignação da maioria dos
cidadãos de bem deste país.
Além disso, foi uma sacudida para "acordar", alertar e encorajar
a sociedade, principalmente a
parte mais "culta", para a necessidade de ações concretas e enérgicas contra a corrupção.
LOTARIO WESSLING (Venâncio Aires, RS)
Maconha
O Neip (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos) esclarece que o artigo do
pesquisador Rafael Guimarães
dos Santos ("Falta ciência na discussão sobre a maconha", "Tendências/Debates", 22/9) reflete
sua opinião, não a do núcleo.
O Neip considera que o tema
da maconha não se reduz aos estudos científicos sobre os seus
efeitos, mas se trata de uma
questão de direitos civis e democráticos dos milhões de consumidores dessa planta que não querem que continue a violência que
a guerra ao tráfico acarreta.
A própria investigação científica é obstaculizada pela proibição. Por isso, somos a favor da
legalização da maconha, além
de defendermos uma intensificação dos estudos sobre seus potenciais terapêuticos.
BEATRIZ LABATE, EDWARD MACRAE, HENRIQUE
CARNEIRO, MAURÍCIO FIORE e SANDRA GOULART , Neip (São Paulo, SP)
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