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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Saúde mental
"Na reportagem "Arrocho e gestão do governo mantêm projetos paralisados" (Brasil, pág. A4, 19/10), assinada pelas jornalistas Marta Salomon e Luciana Constantino, informa-se ao leitor, em ampla ilustração, que o programa de saúde mental "não saiu do papel". É dever desta coordenação contestar tal informação com base nos dados que constam de arquivo anexo (uma síntese de dados sobre gastos em saúde mental) e do Sigplan -Relatório de Dados Físicos - Programa Saúde Mental (0018), que é a fonte mencionada pelas autoras da reportagem. A reforma da assistência psiquiátrica -que inclui a criação de serviços para pacientes psiquiátricos e para usuários de álcool e de outras drogas em todos as regiões do país- é uma das prioridades do atual governo e vem sendo implantada com vigor, apesar das dificuldades inerentes à mudança de um modelo assistencial que dominou por décadas a assistência pública no Brasil. A própria Organização Mundial da Saúde tem reconhecido oficialmente o esforço do Brasil nesta área, recomendando a outros países que adotem as diretrizes gerais do programa brasileiro."
Pedro Gabriel Delgado, coordenador de saúde mental do Ministério da Saúde (Brasília, DF)

Resposta das jornalistas Marta Salomon e Luciana Constantino - As informações citadas na reportagem são referentes a investimentos do governo. Até o dia 3 de outubro, de acordo com dados do Siafi, o programa de saúde mental não havia gasto nada dos R$ 2,137 milhões previstos para investimento neste ano.

AGU
"A nota "Vai entender", publicada no "Painel" (Brasil, pág. A4) em 18/10, merece correção. Na lista de servidores do extinto Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (Dner) que passaram para o quadro da AGU em São Paulo não consta nenhum policial ou fiscal, como informou a nota. A especificação dos cargos dos servidores cedidos se enquadra exclusivamente na categoria administrativa. São sete agentes administrativos, um auxiliar de portaria, um motorista oficial e um auxiliar operacional de serviços diversos. Tais servidores formam o quadro de apoio da Procuradoria Geral Federal, órgão da AGU em fase de implantação nos Estados. Todos eles serão submetidos a uma avaliação técnica do órgão para verificar a adequação às funções que vão desempenhar."
Marcia Oliveira Gomes , assessora de imprensa da Advocacia Geral da União (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fabio Schivartche, do "Painel" - Em conversas gravadas, funcionários admitem que trabalhavam como fiscais em rodovias, informação confirmada por técnicos do governo e pelo sindicato do setor.

CEU
"Consideramos preconceituosa e unilateral a reportagem "Um dia no CEU" (coluna "Mônica Bergamo", Ilustrada, 12/10). Estamos em cartaz com o espetáculo "Quase de Verdade" no CEU visitado e fomos entrevistadas sobre nossas experiências com a comunidade local. Surpreendeu-nos o enfoque pessimista e generalizado e o tom sarcástico da reportagem, já que concluiu, por meio de comportamentos isolados, as atitudes de todos os frequentadores. A maior preocupação da reportagem foi a rotulação e a classificação do espaço e de seus usuários. Um exemplo disso foi o destaque dado a "um" comentário de "um" espectador em "uma" das sessões da peça, apontado como comportamento padrão. Ao mesmo tempo, foram omitidas as reações positivas de mais de 2.000 crianças que lotaram e continuam lotando a platéia nas outras apresentações, como foi informado por telefone à reportagem da Folha. Independentemente de nossas posições políticas, pareceu-nos que, em lugar de informar o leitor, o jornal optou por uma descrição superficial e tendenciosa, supervalorizando as deficiências e, por outro lado, ignorando os evidentes benefícios de um projeto socializador."
Cecília Magalhães, atriz da Cia. Delas de Teatro (São Paulo, SP)

PFL
"O artigo "Edith Piaf e as mentiras do PFL" (Opinião, pág. A2, 20/10) contém insultos e grosserias que se esgotam por si mesmas -salvo se as vítimas se prestarem a revides do mesmo nível. Mas, desprezadas as incivilidades, típicas de radicais, o artigo pode ser tomado como sintoma de dois fatos políticos que se registram nesse momento. Primeiro, que o PT e seu arco de matizes, que vai do radicalismo esquerdista aos executivos do arrocho fiscal direitista do governo Lula, estão irremediavelmente fixados no passado. A qualquer crítica procuram mostrar que nada mais fazem do que repetir o governo FHC. Segundo, que a renovação programática com que o PFL se afirma ideologicamente está sendo insuportável para esses esquerdistas que sempre venderam a imagem da modernidade. Os "pefelês", como eles chamam, estão desafiando as contradições do governo petista e das esquerdas em geral. O PFL se renova, oxigena-se, assumindo a vanguarda da defesa da classe média, patamar mínimo a que devem ser elevados todos os trabalhadores, no lugar da exploração demagógica dos mais pobres, condenados a eterna indigência pelo assistencialismo. A legenda "por mais emprego e menos tributos", do PFL, acena para o futuro com otimismo e desenvolvimento."
Geraldo Cesar Althoff (Tubarão, SC)

Publicibras
"Fico indignado com o que a Petrobras está gastando na mídia em geral. Em última análise, somos nós, os contribuintes, que estamos pagando. Tenho sempre uma pergunta para a qual não consigo imaginar uma resposta: quem a propaganda quer atingir? Não vejo como essas propagandas veiculadas nos meios de comunicação possam motivar-me a usar mais os produtos que já utilizo. Se está sobrando verba, vamos remanejá-la para fins mais úteis, como saúde, educação, alimentação."
Telmo Antonio de Almeida (São Paulo, SP)

Funcionalismo
"A coluna de Fernando Rodrigues de 15/10 ("O sonho errado", pág. A2) investe contra os servidores públicos, a quem chamou de "aquilo que mais atrasado existe". A ressalva que faz - "uma parcela, não todos, que só pensa em manter privilégios'- não o livra da responsabilidade da agressão gratuita à imensa maioria dos servidores. Seu comentário é reducionista, desairoso para com os servidores e feito com filosofia de cronista esportivo, pois encerra sentença anatemática, definitiva, que expressa preconceitos, desinformação, equívocos e toma como o todo alguns de seus aspectos específicos, particulares. Estigmatizar como atrasados os servidores contrários à reforma implica afirmar que uma organização complexa como o Estado brasileiro está entregue a pessoas despreparadas, atrasadas e inconfiáveis, o que é uma grosseira inverdade."
Jackson Vitoriano Ulhoa (Rio de Janeiro, RJ)


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