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Editoriais
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Prioridades do Congresso
O
SENADOR Garibaldi Alves
(PMDB-RN), presidente
do Senado, desafinou o
coro reunido no Planalto a fim de
entoar loas aos 20 anos da Constituição Federal. Para constrangimento geral, disse que as medidas provisórias, introduzidas pela Carta, nada ficam a dever aos
decretos-lei "da ditadura".
O abuso nas medidas provisórias indica um desequilíbrio entre Poderes. Sua proliferação, em
desobediência aos requisitos
constitucionais de urgência e relevância, expande a iniciativa do
Executivo à custa do Legislativo.
Submetido pelo Planalto, o Senado não se submete porém, como deveria, a uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Dois
meses após a edição pelo STF da
súmula vinculante que determina o fim do nepotismo, a Casa
procrastina a demissão de parentes nos gabinetes.
Registre-se o fato de Garibaldi
Alves desdobrar-se para enfrentar o paroxismo corporativista
de seus pares. Dispensado por
ora houve só o advogado-geral do
Senado, por decisão de seu presidente, após dar-se conta de como
era desastrado o parecer do auxiliar que "reformava" a súmula.
O Senado deve uma solução rápida para a questão. No capítulo
das medidas provisórias, também é da reação do Congresso
que depende o destrancamento
de suas pautas. A emenda constitucional para extinguir esse mecanismo perverso está para ser
votada na Câmara desde abril.
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