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ELIANE CANTANHÊDE
O pêndulo tucano
BRASÍLIA - Merecem atenção
duas frases meio soltas, às quais a
imprensa nem deu muita bola.
De Geraldo Alckmin, apesar de
desvincular 2008 de 2010: "O governador de São Paulo e o PSDB se
fortalecem. Estão muito bem".
De Gilberto Kassab, jurando que,
se eleito, vai cumprir os quatro anos
de mandato: "Não votem em mim
se eu sair [para se candidatar ao governo do Estado]".
Com o devido desconto de que
políticos falam o que convém falar,
e não exatamente o que sentem e o
que pretendem fazer, as duas frases
sinalizam que a entidade PSDB-DEM está botando suas cartas na
mesa para 2010 em São Paulo: Kassab quietinho na cadeira de prefeito, Alckmin para o governo (até por
falta de outro/outros) e José Serra
para presidente, livre para negociar
com o PMDB.
A derrota desune, a vitória une.
Os tucanos paulistas engolem em
seco velhas mágoas e tentam se acomodar diante da perspectiva de
eleição de Kassab -pelo Datafolha,
ele tem 54%. Só falta combinar com
o "adversário" que vem de fora.
Aécio Neves saiu cabisbaixo do
primeiro turno em Belo Horizonte,
onde lançou com o PT a candidatura Márcio Lacerda (PSB) e levou
um susto atrás do outro. Primeiro, o
estouro de Jô Moraes, mulher, paraibana e do PC do B. Depois, o do
desimportante Leonardo Quintão,
do PMDB, o azarão que chegou apenas dois pontos atrás de Lacerda,
apesar de tudo e de todos.
Depois de um bom sacolejo na
campanha, porém, Lacerda se recupera em todas as pesquisas e, segundo o Datafolha, tem cinco pontos a mais que Quintão (45% a
40%). Ao mudar de figura em Minas, a coisa muda de figura também
no jogo tucano para 2010.
Serra foi a estrela do primeiro
turno e é o grande personagem da
eleição. Mas, se Lacerda dispara no
final, os louros recairão naturalmente sobre Aécio. O que reequilibrará tendências -e ambições-
dentro e fora do PSDB nacional.
elianec@uol.com.br
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