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Editoriais
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Boa receita
A partir do ano que vem, várias
das mais importantes redes de fast
food do país tornarão acessível ao
consumidor o valor nutricional de
seus produtos.
Lanchonetes e doceiras, entregadoras de produtos alimentícios
variados, num total de 62 empresas, aderiram a um acordo com a
Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério Público Federal de Minas Gerais. Vinha deste órgão mineiro, aliás,
iniciativa anterior obrigando conhecida rede americana a divulgar a quantidade de calorias, gorduras e outros nutrientes em seus
lanches, cujo consumo imoderado preocupa autoridades.
De qualquer modo, evitou-se no
acordo, que terá validade em todo
o território nacional, o excessivo
paternalismo do Estado, que com
frequência parece desdenhar da
capacidade de julgamento de cada indivíduo a respeito das suas
decisões de consumo.
Em vez de uma campanha punitiva contra o fast food, preferiu-se
investir em mais informação para
o consumidor -e, sem dúvida,
num estímulo para que as próprias empresas tratem de concorrer no campo da culinária mais
saudável. Corretamente, preferiu-se o esclarecimento do cidadão a
vetos e constrangimentos que não
raro agridem liberdades e tentam
forçar os indivíduos a fazer escolhas "corretas".
É direito de todo consumidor,
com efeito, ter acesso a informações verdadeiras e facilmente localizáveis sobre as implicações
para a saúde dos alimentos que o
tentam, tantas vezes com sucesso,
em seu cotidiano.
No acordo entre o Ministério Público Minas e representantes de
restaurantes, redes de franchising
e empresas de fast food, o espírito
do acordo político, sem excesso de
intromissão governamental, foi
seguido. Aliou-se o bom costume
daquele Estado, que é o da moderação, à prática, tão corriqueira
nos países desenvolvidos, de respeito aos consumidores, e de atenção ao que há de insalubre nos
seus hábitos e padrões de vida.
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