São Paulo, domingo, 25 de janeiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Ministério
"Lula nomeou Tarso Genro para o Ministério da Educação. No site pessoal do ex-prefeito de Porto Alegre, há ensaios, artigos e obras sobre os mais diversos temas, além de um histórico político respeitável. Mas não há absolutamente nada sobre a área de educação. Por acaso não teria o nosso presidente se equivocado de ministério ao convidar seu talentoso amigo e companheiro gaúcho para assumir justamente essa pasta?"
Jorge Alberto Nurkin (São Paulo, SP)
 

"O presidente avalia que Cristovam Buarque "é um bom formulador, mas um mau gestor". Está cansado de "acadêmicos" e reclamou das críticas do ex-ministro da Educação sobre a falta de verbas. Bons gestores, na concepção do presidente, devem ser os peemedebistas que chegam nos próximos dias para ocupar, sem academicismos, ministérios e órgãos. Esses, para alívio de Lula, certamente não convocarão uma caminhada até o Congresso a fim de "pressionar os deputados a dar mais dinheiro para a educação"."
Thiago Lopes Ferraz Donnini (São Paulo, SP)

São Paulo
"Parabéns, São Paulo, por mais um aniversário! Cidade que acolhe o branco, o negro, o árabe, o judeu, o oriental, o nordestino. Engalfinham-se, mas a cidade, bestamente politicamente correta, a todos acolhe e nomeia. Todos convivem junto aos bueiros entupidos, conversam, xingam, reclamam e se desviam do cocô de cachorro nas ruas. São Paulo que lança moda, como os seqüestros relâmpagos, os trombadinhas, a gangue da batida. São Paulo que trocou o bom-dia por "mãos ao alto". São Paulo que acompanha o país e também instaura o fisiologismo na Assembléia estadual e na Câmara Municipal. São Paulo dos mendigos na rua. São Paulo contra o aborto e a favor de melhor qualidade de vida. São Paulo da prefeita boa de reza e devagar no andor. São Paulo dos 450 buracos nas ruas, dos 450 pontos de alagamento, dos 450 pontos de assalto, dos 450 desmandos na Câmara, das 450 árvores podres oferecendo perigo, dos 450 votos contra dona Marta se ela ousar alianças com nefastos políticos outrora desafetos. Que esse 450 cabalístico traga bons pensamentos aos políticos; eles parecem precisar de 450 tapinhas na cara para criar um pouco de vergonha. Apesar dos probleminhas, ainda é a melhor cidade do país."
Maurício C. Villela (São Paulo, SP)
 

"Sou filha de João Rubinato, nome civil do compositor paulista Adoniran Barbosa. Fiquei muito contente com a pesquisa informal da Folha Online que mostrou ser "Trem das Onze" a música favorita dos paulistanos -pelo menos do universo que lê a Folha. Também foi a música favorita numa enquete da prefeitura que pode ser confirmada no site www.anhembi.com.br/450anos/index.asp?fuseaction=noticias&idNoticia=124. Por causa desse favoritismo, que muito me emociona e orgulha, é que fiquei espantadíssima ao ler na Folha de sexta-feira que Caetano Veloso, que deve subir ao palco por volta da zero hora do dia 25 para fazer seu show, dará o pontapé inicial na festa com a música "Sampa". Nada contra Caetano, sou sua fã. Mas será que ele sabe que "Sampa" ficou em segundo lugar e que os paulistas preferem "Trem das Onze'? Não acredito que saiba. Artista sempre muito ético, creio que, se soubesse, começaria com "Trem das Onze" e, depois, cantaria a sua brilhante "Sampa". Pronto, já desabafei! Deixo o resto com os paulistanos, que, com certeza, cantarão Adoniran nos bares da cidade, com muita alegria, pois estarão cantando uma música querida e homenageando um paulista que sempre amou São Paulo acima de tudo..."
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa (Rio de Janeiro, RJ)

Sonhos
"Desolador o artigo "Sonhos de Mumbai" ("Tendências/Debates", 22/1), que massifica a população jovem, acusando-a de ser "desinformada dos debates políticos polarizados do passado" ou de ter um "radicalismo infantil". Subestima, em primeiro lugar, o poder que possui a vivacidade e a vontade juvenil de indagar-se e de indignar-se sobre as mazelas sociais, não deixando que essas caiam no niilismo -esse, sim, pueril. Subestima também a intelectualidade que a utopia, tão arraigada nos mais novos, provoca quando coloca à luz a realidade e as suas misérias circundantes. O professor Navarro deveria mostrar interesse em conhecer o nosso mundo, e não desperdiçar um espaço no jornal para rotular os jovens."
Abelardo Osni Rocha Júnior (Santo Amaro da Imperatriz, SC)

USP, 70
"Gostaria de parabenizar a Folha pelo caderno especial sobre os 70 anos da USP. Entretanto lamento que pouco tenha sido escutado o pilar central de qualquer instituição de ensino: o aluno. Aos seus 70 anos, a Universidade de São Paulo mostra condições precárias de ensino, principalmente na área de humanas, e um total apartamento dos estudantes em relação aos processos políticos internos. Temos pouca representatividade nas decisões, tanto estratégicas quanto de infra-estrutura, e pouco acesso aos documentos que podem nos esclarecer sobre como são gastos os milhões que anualmente chegam aos cofres da USP. Tal panorama se estende também aos funcionários e a outros membros da comunidade. Espero que nos próximos anos, com o esclarecimento da população sobre os trâmites internos desta universidade, possamos ir mudando a realidade uspiana para dar mais voz ativa aos alunos, aos funcionários e aos demais representantes deste universo do qual orgulhosamente faço parte."
Lucas Couto C. dos Santos, aluno do 3º ano de publicidade e propaganda na USP (São Paulo, SP)

Democracia para alguns...
"Gostaria de parabenizar Gustavo Ioschpe pelo seu excelente artigo "De quando o preconceito é "compreensível" ("Tendências/Debates", 23/1). É reconfortante quando alguém restabelece a verdade e, por meio de fatos históricos, e não de "achismos", mostra que a realidade é bem diferente daquela que alguns ideólogos da mentira tentam apregoar. Ponto para a Folha e para a democracia."
Ricardo Berkiensztat (São Paulo, SP)
 

"Fiquei surpresa ao ler no artigo de Gustavo Ioschpe que "Israel é uma democracia que acolhe em seu Parlamento partidos árabes". Ele se esqueceu de mencionar que esse mesmo Parlamento democrático expulsou o deputado de origem palestina Nasmi Bechara por ser contrario à violência empregada pelo Exército israelense contra a população civil palestina, que está confinada nos territórios ocupados da Cisjordânia e da faixa de Gaza como em um grande campo de concentração. E afinal, quais democracias no mundo mantêm territórios militarmente ocupados?"
Aida Kadri (Taboão da Serra, SP)



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