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ELIANE CANTANHÊDE
Hora da faxina
BRASÍLIA - O rompimento entre FHC e ACM já foi até tarde, passou
dos limites, mas aconteceu no melhor
momento para FHC e no pior para
ACM. FHC está pronto para tentar
reequilibrar a base aliada e melhorar
a imagem do governo. ACM nunca
esteve tão fraco e isolado.
É hora, portanto, de uma boa reforma ministerial que tire esse cheiro de
podre que contamina o ar desde as
eleições na Câmara e no Senado, com
a troca de adjetivos e substantivos
entre ACM e Jader Barbalho.
Sem ACM no centro de tudo, o eixo
dessa reforma inadiável parece natural. FHC precisa dar um cutucão no
PMDB, que está muito assanhado, e
fazer um gesto de reconhecimento
para o "PFL do B" (de Bornhausen),
que está se sentindo humilhado.
Para isso, o presidente conta com
apoio do PSDB. Depois da bem-sucedida aliança com o PMDB para eleger Aécio Neves na Câmara e Jader
no Senado, os tucanos começam subitamente a lembrar de um detalhe
quase esquecido nessa labuta diária
da política: a origem do PSDB.
Os tucanos criaram o partido em
1988 para ficar bem longe de Orestes
Quércia, considerado um símbolo da
degeneração do PMDB. Hoje, eles
não estão só ao lado de Quércia, mas
grudados em Jader Barbalho, Geddel
Vieira Lima, Newtão Cardoso. Não
são símbolos muito melhores.
Passadas as eleições congressuais, é
preciso um freio de arrumação. Isso
vale para FHC e também para os tucanos. Tanto ele quanto eles têm repetidamente elogiado os pefelistas
Bornhausen, Marco Maciel e José Jorge como companhias bem melhores e
mais saudáveis do que boa parte dos
caciques peemedebistas.
Conclusão: é hora e vez do "PFL do
B", que deve ficar com os dois ministérios retirados de ACM. E a bola da
vez é o PMDB, que não perde por esperar. Além da intervenção no DNER
e na Sudam, deve vir mais chumbo e
menos ministério por aí.
Ah. Faltou uma coisinha rápida:
Tasso Jereissati, que está muito próximo de ACM, anda precisando urgentemente trocar de padrinho.
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