São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Ex-ministro
"Tenho a impressão de que o (agora ex) ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, ao afirmar que "há focos de corrupção dentro do governo", citando órgãos controlados pelo PMDB, como o DNER, perdeu uma grande oportunidade de permanecer calado. No afã de partir em defesa do neo-oposicionista ACM, o ilustre baiano surpreendentemente "esqueceu" as recentes notícias sobre os descalabros administrativos do INSS no Rio de Janeiro, onde, há anos, vêm sendo pagos benefícios irregulares a fantasmas e a outros apaniguados de um vergonhoso esquema de corrupção. É a velha máxima: "Não atires pedras se tens o telhado de vidro"." Rodrigo Muniz Santos (Curitiba, PR)

Penitenciárias
"As penitenciárias brasileiras são mesmo bombas-relógio. É preciso conceder, a cada condenado, de fato, pela Justiça, o direito humano de pagar pelos atos criminais cometidos com dignidade, respeito e, principalmente, direito de ser acompanhado no cotidiano carcerário por profissionais técnicos e solidários, que tenham caráter, e não por "agentes comerciários" como os existentes nas penitenciárias." Célio Borba (Curitiba, PR)

"Atribuir só a membros do PCC a maior rebelião nos presídios do país é ignorar a realidade do sistema carcerário. A atuação do grupo foi a gota d'água para problemas que vêm-se avolumando e que são do conhecimento das principais autoridades estaduais e federais, como a superlotação das cadeias, os maus-tratos, o descaso e o desrespeito. Isso também acontece com os menores sob custódia do Estado, que, para eles, só existe para punir. Como acontece no morro e na favela, na ausência do Estado, esses grupos assumem a tutela. Nos presídios de São Paulo, é o PCC quem assume o papel do Estado." Emanuel Cancella (Rio de Janeiro, RJ)

"Após ler a entrevista feita com o criminalista Evandro Lins e Silva ("Esse sistema penitenciário é inteiramente falido", Cotidiano, pág. C6, 22/2), o meu desejo, e acredito que o desejo de muita gente, é poder felicitá-lo. Se, dentro do "núcleo governante" do nosso pais, houvesse mais homens do gabarito do sr. Evandro, com certeza o Brasil estaria marchando no verdadeiro caminho da democracia e das soluções sociais dentro da dignidade, que tanta falta faz neste momento. Robert Badinter, ministro da Justiça da França no governo do presidente François Mitterrand, foi o responsável pela abolição da pena de morte naquele país. Disse ele, um dia: "Tirar a esperança do coração do homem é uma forma de matar e de entregar esse homem à desesperança, à violência e ao ódio"." Yannick d'Agrèves Vautier Franco (São Paulo, SP)

Igreja
"Com relação ao artigo de Otavio Frias Filho de 22/2 ("Fumaças de papa", Opinião, pág. A2), tenho a dizer que a Igreja Católica pode mudar em tudo aquilo que é acessório, mas naquilo que é principal -a sagrada doutrina que seu divino fundador lhe confiou- ela nunca mudou, sendo esse seu maior capital no mercado ideológico do mundo de hoje. Não há nenhuma instituição ou pessoa que consiga vencer a igreja em coerência. De qualquer maneira, é necessário aplaudir a educação e o respeito que o sr. Otavio Frias Filho demonstra em relação àqueles de quem discorda." Luiz Rodrigo Lemmi (São Paulo, SP)

Tributos
"Com a deslavada desculpa de que o expediente bancário do próximo dia 28 seria muito curto, a Receita Federal decidiu antecipar para o dia 23 o vencimento dos tributos que deveriam ser pagos no dia 28. Como se ela, a Receita, se preocupasse muito com o contribuinte que fica na fila do banco ou com o funcionário que faz hora extra. Em contrapartida, a Fenacon, a federação que reúne as empresas de serviços contábeis, sugeriu que o vencimento fosse prorrogado para o dia 1º de março. Então a Receita recuou e manteve o vencimento no dia 28. Ou seja: antecipar o vencimento em cinco dias, tudo bem; prorrogar em um dia, nem pensar. É muita cara-de-pau." Waldir Clementino da Silva (São José do Rio Preto, SP)

80 anos da Folha
"Em nome dos Advogados Públicos de São Paulo que represento, cumprimento pelos 80 anos de defesa intransigente da liberdade de imprensa e da democracia. Vitore André Zilio Maximiano, presidente do Sindicato dos Procuradores do Estado, das Autarquias, das Fundações e das Universidades Públicas do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

"É com grande alegria que a Agência EFE vem cumprimentar este jornal e toda sua equipe, pela comemoração de seus 80 anos de existência nos quais sua trajetória está baseada no compromisso com a informação e o leitor. Que o sucesso desses 80 anos seja apenas uma etapa de muitos anos de êxito que terá em seu futuro." Francisco R. Figueroa (Rio de Janeiro, RJ)

"Adorei o caderno sobre os 80 anos da Folha, mas faltou uma coluna: a do leitor comum. Vamos a ela: Comecei a assinar a Folha em meados dos anos 80. Eu e dois amigos, metalúrgicos do ABC. Precisávamos ficar cientes das coisas que aconteciam. Recebia o jornal em casa e o levava até a fábrica. Para lê-lo, precisávamos escondê-lo dentro da camisa ou da calça e ir ao banheiro. Casei, mudei e a Folha foi comigo. Nova casa, novo lar, jornal "velho". Às vezes, a mulher cogita reclamar da sujeira que o jornal deixa sobre a mesa, mas sabe que meu caso com a Folha é mais antigo. Trocar de mulher? Difícil. Trocar de jornal? Impossível!" Ailton Tenório, fotógrafo (São Caetano do Sul, SP)

"Sempre contestei a Folha no seu apregoado, mas nem sempre praticado, modelo de "imprensa critica, pluralista e independente'; contudo, em muitas outras situações estive ao lado desta Folha. Uma relação de amor e ódio verdadeiros. Parabéns, Folha! Enezio E. de Almeida Filho (Piracicaba, SP)

Agradecimentos

A Folha agradece as mensagens pelos 80 anos recebidas de: Amilcare Dallevo Júnior, Rede TV! (São Paulo, SP); Arthur Antonio Sendas, presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ); Carlos Suarez, OAS (Salvador, BA); Cassio Mesquita Barros, advogado, professor titular da USP (São Paulo, SP); Cintia e Carlos Antonio Rocca (São Paulo, SP); Dorival Braga, deputado (São Paulo, SP); Edson Simões, presidente do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (São Paulo, SP); Emmerson José, vereador, presidente da Câmara Municipal de Salvador (Salvador, BA); Evaristo de Moares Filho (Rio de Janeiro, RJ); Isaias Raw, Instituto Butantan (São Paulo, SP); Jacó Guinsburg, diretor da editora Perspectiva (São Paulo, SP); João Pojucam, jornal "O Liberal" (Belém, PA); João Uchoa Borges, presidente honorário da Acrefi (São Paulo, SP); Jorge Wolney Atalla (São Paulo, SP); José Carlos de Salles G. Neto, grupo Meio & Mensagem (São Paulo, SP); Paulo Bonfim, Academia Paulista de Letras (São Paulo, SP); Paulo Camarda, Fundação Cásper Líbero (São Paulo, SP); Ricardo Izar, deputado federal (PMDB-SP) (Brasília, DF); Welson Gasparini, presidente da Associação Brasileira de Municípios (Brasília, DF).



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