São Paulo, quarta-feira, 25 de fevereiro de 2004

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FERNANDO RODRIGUES

2004 acabou

BRASÍLIA - É praxe dizer que o ano no Congresso começa depois do Carnaval. Desta vez, é possível que o ano esteja terminando para deputados e senadores nesta Quarta-Feira de Cinzas. Pelo menos no que diz respeito a votações importantes para a modernização do país.
Ainda que o melhor cenário se transforme em realidade para o governo no caso Waldomiro Diniz -a não instalação de uma CPI-, haverá seqüelas por semanas ou meses. Ficará quase inviável aprovar leis polêmicas nesse período. Essa é a conseqüência mais nefanda do atual escândalo para o país.
No dia 3, o PT não fará manifestações para aprovar a lei de falências ou a nova regulamentação do setor elétrico. O partido de Lula gastará energia promovendo um ato de desagravo a José Dirceu, o ex-chefe de Waldomiro Diniz. Deputados e senadores ficarão no seu já habitual estado de catatonia crônica.
Mesmo sem CPI, o Congresso passará os próximos 90 a 120 dias dominado pela discussão da MP dos bingos, que proíbe esse tipo de jogatina no país. Quem será o relator? Quem será chamado para falar? O tema sugará todas as atenções. Paralisará o restante da agenda legislativa.
Uma das principais votações deste ano seria a da reforma do Poder Judiciário. Virou pó. O PT ficou em situação delicada para cobrar decência e moralidade dos juízes.
Nem tudo é ruim nessa paralisia do Congresso. Devem ser catapultadas para o espaço sideral as péssimas PECs (propostas de emendas constitucionais) paralelas da Previdência e da reforma tributária. Outra boa notícia seria o enterro da reforma (sic) política de Ronaldo Caiado.
Daqui a três ou quatro meses, a situação se normalizará. É quando a campanha eleitoral para prefeitos estará nas ruas, a todo vapor. A essa altura, 2004 caminhará rapidamente para o seu fim sem nunca ter acontecido para valer no Congresso.


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