São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 2007 |
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CLÓVIS ROSSI O butim
SÃO PAULO - Quem ainda lê o noticiário político está sendo embromado há praticamente quatro meses com noticiário inútil em torno
da reforma ministerial.
Nunca neste país, para me apoiar
na muleta retórica do presidente,
foi tão oco o debate em torno da
composição do ministério.
Nunca se diz uma palavra sobre
duas coisas essenciais:
1 - Quais os planos e projetos de
cada partido que ambiciona sua cota de poder no governo Lula?
2 - Quais os planos e projetos de
cada "ministeriável" apresentado
pelos partidos ao presidente?
Alguém aí acha, a sério, que o
PMDB, por exemplo, tem algum
plano ou projeto para o país? Não
tem nem pode ter, porque, para ficar em apenas dois nomes, Roberto
Requião, governador do Paraná, e
Delfim Netto, neoguru de Lula, não
falam a mesma língua, embora ambos sejam do PMDB. Poderia estender a lista dos incompatíveis entre
si no partido (e em vários outros,
quase todos aliás) até acabar o espaço desta coluna.
Nem o PT, que passou seus primeiros 20 e poucos anos sendo repetidamente citado como único
partido realmente ideológico, tem
um projeto para o Brasil. Tanto que
várias de suas lideranças/correntes
ficam falando em "socialismo", como se fosse possível qualquer coisa
remotamente parecida com essa
palavra em um governo cujo chefe
já disse que não é bom da cabeça
quem, de velho, continua de esquerda.
Sem falar que os quatro primeiros anos de Lula foram de rendição
absoluta ao velho capitalismo.
Você aí tem alguma idéia do que
Marta Suplicy faria de diferente do
atual ministro das Cidades? Nunca
ninguém disse a diferença, até porque pouca gente sabe o nome do
ministro (Márcio Fortes) e o que
ele fez até agora, se fez.
Não seria mais honesto trocar a
expressão "reforma ministerial"
por "repartição do butim"? |
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