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ELIANE CANTANHÊDE
Prevenir ou morrer
BRASÍLIA - Febre amarela e dengue são doenças graves, transmitidas pelo Aedes aegypt e podem matar, mas há uma enorme diferença
entre elas: a febre amarela é prevenível por vacina, a dengue não. Esse
é um fator decisivo entre pegar ou
não a doença, morrer ou não.
A mídia teve um papel fundamental ao alertar a população para
o aumento da incidência da febre
amarela, seus riscos, o combate ao
mosquito e a vacinação. Nunca vai
se saber quantas centenas de vidas
foram salvas neste país pela ação diligente de jornais, rádios, TVs. Apesar disso, a mídia, ao invés de receber só elogios por cumprir seu papel, está ameaçada de processos por
ter "gerado pânico" (?!).
Era janeiro, logo viriam fevereiro
e março, três meses duplamente
perigosos: muito chuvosos, favorecem a proliferação do Aedes; de férias, Carnaval, Semana Santa, multiplicam viagens, deslocamentos. E
as áreas de risco praticamente cobrem o país, alastradas por 19 Estados no Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e até partes de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul. Santa vacina!
Já a dengue, que diminuiu 40%
no resto do país, segundo o ministro José Temporão, chegou ao Rio
para ficar e para contaminar, ao ritmo de uma pessoa por minuto. Não
existem vacinas. Só o fumacê, sob a
responsabilidade das autoridades, e
o cuidado com plantas, vasos, poças, pneus velhos, que depende
também da população.
Ontem, lia-se no UOL que o diretor-geral da Defesa Civil no Rio, coronel Djalma Souza Filho, ficou espantado com "a falta de informação
muito grande" nas casas visitadas.
Pois é. Se os governos municipal
(principalmente), estadual e federal falham e os cidadãos não tomam
cuidados básicos, que pelo menos a
imprensa faça a sua parte.
Na vida, mais especialmente em
saúde, é melhor prevenir do que
(tentar) remediar. Informação, informação, informação!
elianec@uol.com.br
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