São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros FERNANDO RODRIGUES Dilma na web BRASÍLIA - Depois de longo silêncio, a presidente Dilma Rousseff voltou ontem à internet. Seu site, o dilma.com.br, disparou mais de 2 milhões de e-mails para militantes da última campanha eleitoral. Coincidência ou não, a petista reativa seu endereço na internet depois de José Serra ter feito o mesmo no início do mês, relançando o seu joseserra.com.br. O tucano começou a postar artigos sobre temas diversos. A petista tenta ser mais utilitária. A ação de ontem visa a recadastrar todos os seus simpatizantes. Mas o e-mail mostra que a presidente ainda está distante da linguagem apropriada para se conectar com o vasto público no mundo virtual. Dilma usa o plural majestático o tempo todo, a começar pela linha de assunto: "Gostaríamos de manter contato com você". Embora a mensagem tenha uma foto da remetente, o tom é impessoal. Inexiste indicação de que ela tenha redigido o texto. Custava muito começar com "oi, aqui é a Dilma"? No corpo da mensagem, os milhões de internautas aprendem que a presidente iniciará "agora uma nova etapa". As "informações fornecidas" serão usadas para mais "interação" e na preparação de "materiais sob medida" para cada um dos militantes. O site lista 15 temas e pergunta por quais o apoiador virtual se interessa. Somadas, as iniciativas de Serra e de Dilma não valem meio Barack Obama na web. O presidente dos EUA nunca sai da internet e fala de forma direta com seus militantes. Ontem, a petista deu até um passo relevante ao perguntar os temas de interesse de seu público. Mas Dilma e Serra terão de interagir de verdade para prosperar no mundo virtual. A petista tem sido até agora a presidente que menos fala em público em décadas. Na sua reentrada na web, despediu-se com um "muito obrigado e até breve". Depois de eleita, falou a mesma coisa e acabou ficando mais de seis meses sem dar o ar da graça. fernando.rodrigues@grupofolha.com.br Texto Anterior: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Palocci Fiction Próximo Texto: Rio de Janeiro - Ruy Castro: Nomes imortais Índice | Comunicar Erros

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