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CARLOS HEITOR CONY
Lula é imbatível?
RIO DE JANEIRO - A pulverização dos candidatos presidenciais
está colocando Lula numa situação
confortável e até certo ponto imbatível na sucessão de si mesmo. Não
sou entendido em política o suficiente para entender as razões de
cada partido e de cada candidato.
Acho que está na cara que o nexo
comum de todos (fora Lula, é claro)
é bater forte no atual presidente pelo fato de ele ser também candidato.
É evidente que cada um tem seus
programas, fazem pesquisas e promessas, têm um passado político
que é do conhecimento de todos.
Entretanto não encontraram ainda
uma grande idéia que empolgue o
eleitorado. Bater forte em Lula parece ser a tática e a estratégia de todos eles.
É óbvio que Lula dá motivos para
isso: faz um mau governo, presidiu
a avalanche de corrupção instalada
na vida pública nacional e continua
usando a máquina do governo para
fins eleitorais.
Baseados nessas constatações, os
demais candidatos se esganiçam
em acentuar os podres de Lula. Não
é um bom programa de governo,
tampouco um chamariz eleitoral. É
mesmo falta de uma idéia que centralize uma opção de governo. Prometer combate à corrupção não
deixa de ser um programa primário.
Candidatos bem-sucedidos no
passado traziam programas de metas, como JK, uma vassoura, como
Jânio Quadros, a idéia de uma nova
República, como Tancredo Neves,
ou mesmo -um exemplo nefasto-
o genocídio dos marajás, como Collor. O próprio Lula, depois de perder várias vezes, veio com seu lema
de paz e amor temperando grandes
reivindicações sociais.
Também de uma forma geral, todos eles tinham carisma que colou
no eleitorado. É o que está faltando
na atual sucessão presidencial.
Com todos os seus defeitos e falhas
de governo, Lula continua a ter esse
carisma.
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