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KENNETH MAXWELL
Pressões conflitantes
NESTA SEMANA , o Irã vem
recebendo muita atenção
da imprensa internacional.
Há muito em jogo no país, e não só
o desfecho da intensa crise doméstica surgida após os resultados contestados da eleição presidencial.
Mas as disputas nas ruas de Teerã obscurecem outros desdobramentos não menos importantes
para o futuro e muito mais próximos de nós. Eles envolvem as importantes medidas propostas pelo
governo Obama a fim de conter os
custos e expandir os serviços de
saúde a todos os cidadãos norte-americanos, que continuam a pagar mais pela assistência médica e a
receber menos benefícios do que
qualquer outra sociedade do mundo desenvolvido.
Enfrentar as dificuldades práticas da crise envolve superar uma
série cansativa de obstáculos, erigidos não só pelos médicos e administradoras de planos de saúde como por um público que continua a
encarar com grande desconfiança
o envolvimento do governo na gestão de serviços de saúde. Essas
preocupações foram expressas de
maneira dramática nas mais recentes pesquisas de opinião pública.
Embora a popularidade pessoal
de Obama continue a ser extremamente elevada, como prova o índice de 63% de aprovação ao seu desempenho em pesquisa do "New
York Times" e da rede de TV CBS, o
apoio com que ele conta entre os
republicanos caiu a 23%, ante 44%
em fevereiro. O apoio às propostas
de Obama para a saúde, ao pacote
de resgate ao setor automobilístico
e ao plano de fechamento da prisão
na baía de Guantánamo, em Cuba,
também são muito menores do que
seu índice geral de aprovação.
O público está alarmado diante
das centenas de bilhões de dólares
despendidos em medidas de estímulo à economia, e a maioria dos
entrevistados acredita que o foco
do governo deveria, em lugar disso,
estar na redução do déficit federal.
De fato, o peso dessas preocupações segundo pesquisa do "Wall
Street Journal" e da rede de TV
NBC representa a imagem invertida do índice de aprovação a Obama: 69% dos entrevistados estão
"preocupados" ou "muito preocupados" com um envolvimento
maior do governo na GM e na gestão da saúde. E 58% acreditam que
manter o déficit baixo deveria ser
"a maior preocupação para o governo e o Congresso".
A vantagem de Obama nessas
duas pesquisas é que ninguém atribui a ele a culpa pelos déficits orçamentários. Na pesquisa do "Wall
Street Journal"/NBC, 46% dos entrevistados acreditam que o maior
responsável é o ex-presidente
George W. Bush, e só 6% culpam
Obama. "Suponho que poderíamos
escolher a inação", disse Obama ao
"Wall Street Journal". Mas, como
resultado, "os problemas piorariam em vez de melhorar".
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras
nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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