São Paulo, sábado, 25 de junho de 2011

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PAINEL DO LEITOR

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Aviso prévio
É preocupante como o governo está dificultando cada vez mais a vida do empresário brasileiro. Primeiro, uma carga tributária de quase 40%, fora a loucura que é calcular esses impostos devido às normas tributárias do Brasil. Segundo, para manter um empregado, a empresa paga quase dois salários de tributos.
Depois, aparecem políticos demagogos dizendo que vão brigar pela redução de jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário -achando que as empresas vão contratar mais e, com isso, os sindicatos vão ter maior contribuição sindical, aumentando o seu caixa. Agora, com a lei do aviso prévio, o STF vai dificultar mais ainda a manutenção de empregados.
CARLOS APRILE COVER (São Paulo, SP)

União gay
O juiz de Goiás Jeronymo Villas Boas é a antítese do que deve ser um magistrado num Estado laico e democrático de Direito. Pela ordem cronológica, cometeu os seguintes erros. Primeiro, agiu de ofício, sem ser provocado, descumprindo o princípio da inércia da jurisdição, pelo qual o caso vai ao juiz, e não o juiz ao caso por sua escolha.
Segundo, agiu de forma duplamente inconstitucional no mérito da questão, ao negar o direito do casal homoafetivo, que teve a união estável temporariamente cancelada, e, do ponto de vista processual, ao se arrogar a competência para fazer tábula rasa de uma decisão do STF.
Finalmente, incorreu numa contradição: sobre a sua fé e a sua condição de pastor evangélico, diz que não interferem em seus julgamentos, ao mesmo tempo em que afirma que "Deus me impingiu a decidir".
GERARDO XAVIER SANTIAGO (Rio de Janeiro, RJ)

Santos
Parabéns ao Santos! Agora é rezar para que propostas milionárias não desfaçam esse time.
RONALDO GOMES FERRAZ (Rio de Janeiro, RJ)

Combustível
No começo do ano, o litro da gasolina podia ser comprado a R$ 2,17 em vários postos do Brasil. Hoje, a média cobrada pelo litro é de R$ 2,70, quase 25% a mais. Antes, a desculpa era o preço do álcool na entressafra. O preço do álcool baixou, mas a gasolina não o acompanhou. O que mais causa espanto é que tudo segue como se nada estivesse ocorrido. O fato é que pagamos uma das gasolinas mais caras do mundo e ninguém reage.
JOSÉ APARECIDO RIBEIRO (Belo Horizonte, MG)

Minas terrestres
Se for comprovado que as minas terrestres usadas na Líbia são de fabricação brasileira, muito provavelmente terão sido as que saíram do Brasil há quase três décadas, uma vez que o país não fabrica esse armamento desde 1989 e, em 1999, assinou o Tratado de Ottawa, que proíbe o uso, o armazenamento, a produção e a transferência de minas antipessoais ("Brasil vai averiguar a origem de minas instaladas na Líbia", Mundo, ontem).
O problema em questão é que a ONG ICBL (International Campaign to Ban Landmines) está tratando do assunto como se a venda tivesse ocorrido há pouco tempo e julgando o nosso país de forma completamente errônea.
DANIEL LOTUFO CINTRA FERREIRA (São Paulo, SP)

Gravata
Que discussão mais inútil essa sobre um advogado dever ser ou não obrigado a usar paletó e gravata diante de um juiz no verão ("Decisão do CNJ sobre uso de terno e gravata revolta OAB", Cotidiano, 23/6)! Paletó e gravata são tão necessários como o chapéu ou a saia rodada. Só mesmo nossos juízes, mais preocupados com a forma do que com o conteúdo, podem opor-se à sua eliminação nos fóruns e julgamentos.
RADOICO CÂMARA GUIMARÃES (São Paulo, SP)

Salários
O projeto que dobra o salário do prefeito Gilberto Kassab e reajusta em 250% os ganhos dos secretários municipais é um verdadeiro desrespeito à população.
Quando começarem a receber a bolada, terão muita dificuldade para olhar na cara do servidor municipal, que recebeu reajuste ínfimo. Também terão de desviar o olhar do contribuinte, pois a maioria deles, quando muito, teve a reposição da inflação do ano, ao redor de 5% ou 6%.
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, dirigente da Aspomil - Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo (São Paulo, SP)

Drogas
Os doutores Ronaldo Ramos Laranjeira e Ana Cecilia Petta Roselli Marques, autores do texto "Maconha, além do tabu" ("Tendências/Debates", 23/6), acertaram apenas quando escreveram que "debater é preciso", ao abordarem a possibilidade cada vez mais próxima de legalização da maconha. Então debatamos.
O ponto crucial do artigo está na defesa que fazem de "drogas lícitas". A leitora Monica Baptista Ciari ("Painel do Leitor", 20/6) fez excelente defesa do uso terapêutico da maconha, que a ajudou a vencer enjoo e falta de apetite durante a quimioterapia contra o câncer de mama, e alertou: drogas lícitas para tais fins são "caríssimas" e "quase nunca a rede pública as disponibiliza".
A condição "doutoral" dos articulistas parece abrigar uma posição, no fundo, pró-laboratórios.
KATIA REINISCH (Florianópolis, SC)

 

Não me parece uma boa ideia tirar os viciados da rua à força. Acredito que, com isso, a Prefeitura de São Paulo apenas irá transferir o problema.
Como já observamos, parte deles migrou para a área do centro velho, especialmente para o largo do Paissandu, e também para outras partes da cidade.
Deveriam criar um parque nos moldes de Amsterdã, uma espécie de "noiódromo". Além de oferecer um serviço médico e psicológico, acredito numa migração voluntária se oferecerem a própria droga, rebatizada e servida em doses homeopáticas e cada vez menores.
LUIZ CALANCA (São Paulo, SP)

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