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Água e geopolítica
"Extremamente importante o tema tratado por Emílio Odebrecht
em sua coluna de domingo ("O aquífero Guarani').
O aquífero Guarani, como destacou o articulista, é uma das maiores
reservas de água doce do mundo.
Mas ele não é relevante apenas por
essa característica, em si mesma já
suficiente do ponto de vista socioambiental para justificar a elaboração expedita de uma política
pública consistente e transparente
sobre seus domínios e usos.
Ele também é importante por se
constituir em inegável ferramenta
de geopolítica no Cone Sul, eis que
abrange vastíssima área do território nacional (São Paulo sobretudo),
além de áreas do Paraguai, do Uruguai e da Argentina.
Em contexto político nacional
em que assoma à disputa presidencial a candidatura da senadora Marina Silva, ambientalista séria e
consequente, parece de todo oportuna -e alvissareira- a introdução
desse tema no debate político nacional, tanto mais que levantado
por um empresário do porte e da
respeitabilidade do indicado
articulista.
Oxalá possamos ver o tema acolhido nas futuras plataformas de
governo para que o Brasil, como ali
alvitrado, possa de fato liderar essa
agenda."
LUCIANO ROLLO DUARTE
(São Paulo, SP)
Embrião
"A charge de Angeli publicada ontem deixou-me em dúvida: dentro
do vidro há um embrião do Mercadante ou do Sarney?"
LUIZ HENRIQUE DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)
Palocci
"Li que o STF tende a inocentar
Palocci e seus sequazes no caso da
violação da conta bancária do caseiro Francenildo. Será mais um crime
sem criminosos? O Brasil, ao que
parece, especializou-se em tal
prática: há o cadáver, a arma, as digitais, as testemunhas, mas não há
criminosos.
Ao que parece, o que se aceitaria
como "prova" seria somente uma
confissão de próprio punho, com
firma reconhecida em cartório, em
três vias, acompanhada de imagens
de vídeo. Senão a conclusão sempre
é de que "não há provas".
Nem mesmo uma confissão ao vivo, a cores e em rede nacional serviu, como no caso de Duda Mendonça, que confessou ter depositado milhões de reais em uma conta
do PT no exterior.
No Brasil, Hercule Poirot ou
Sherlock Holmes estariam perdidos. Trabalhando apenas com deduções lógicas, indícios, testemunhos e o famoso "a quem interessa o
crime?", jamais veriam suas conclusões aceitas pela Justiça."
MARIA CRISTINA ROCHA AZEVEDO (Florianópolis, SC)
Estradas
"Em notícia de ontem, vi que Lula
assinará com Evo Morales compromisso para financiar estrada em região cocaleira da Bolívia.
O Centro Oeste, maior região
agrícola do Brasil, responsável quase exclusiva pelos saldos de nossa
balança comercial, pena com a falta
de infraestrutura rodoviária e com
o descaso público na manutenção
da malha existente. Mas, aos olhos
deste governo, mais importante é
usar os nossos recursos para escoar
safra de cocaleiros.
Aonde chegou a ótica enviesada
da geopolítica petista..."
MARCO ANTONIO BIASI (São Paulo, SP)
Multidisciplinar
"A coluna de Gilberto Dimenstein de domingo ("Se você estiver
com dor de dente", Cotidiano) toca
em uma questão importante.
Quando se fala em melhoria na
educação, o debate deve ser multidisciplinar. Do contrário, boas
medidas correm o risco de dar errado por conta da amputação de
variáveis.
Um exemplo é o de tornar as escolas públicas inclusivas. Há vários
casos em que professores aprendem a Língua Brasileira de Sinais
(Libras), porém não se aprofundam
no estudo da lógica do pensamento
de crianças com deficiência auditiva. Dessa forma, o intérprete acaba
agindo de forma assistencialista,
prestando um desserviço para o
aluno surdo.
A alfabetização dos surdos é um
caso emblemático. Na Libras não
há o uso de conectivos nem a conjugação de verbos. Características
que tendem a ser projetadas nos
textos escritos por alunos surdos.
Muitos professores, no entanto,
desconhecendo essa característica,
avaliam o aluno como incapaz. Isso
acaba gerando um altíssimo índice
de repetência e de evasão escolar,
principalmente entre alunos oriundos de classes mais pobres."
PEDRO VALADARES (Brasília, DF)
Drogas
"Achei péssimo o exemplo usado
pelo ex-presidente FHC ao dizer,
em suas palestras em defesa da descriminação da maconha, que o
mundo nunca vai viver sem sexo e
sem drogas ("Mundo sem droga é
tão difícil quanto sem sexo, diz
FHC", Cotidiano, 22/8).
Só faltou ele acrescentar "e sem
rock'n roll", para relembrar, literalmente, o irresponsável lema de
vida praticado pelos hippies na
década de 60.
Lamento dizer que o nobre professor FHC, formado pela famosa
Sorbonne, acertou apenas a metade
da questão -que é hoje o maior
problema do Brasil e do mundo-
quando se referiu ao sexo, sem o
qual não haveria vida humana ou
animal no planeta Terra, ao contrário do uso e abuso indevido de qualquer tipo de droga, cujo nefasto e
destruidor vício, comprovadamente, só leva a três caminhos: cadeia,
manicômio ou cemitério."
MAURO BORGES , coordenador nacional da campanha Droga Mata (São Paulo, SP)
Fumo
"A analogia empregada por Luiz
Felipe Pondé ("A volta das freiras
feias", Ilustrada, ontem) fala contra seus próprios argumentos.
Chama de fascista a lei antifumo,
indagando hipoteticamente se seria legítimo ao Estado confinar fumantes caso exalassem partículas
cancerígenas.
À parte o absurdo da hipótese,
creio que, se isso fosse verdade, e se
câncer fosse contagioso, a limitação
do trânsito dos fumantes seria, sim,
legítima. Assim como também é legítimo ao Estado impor restrições
ao trânsito de qualquer pessoa com
doença contagiosa e potencialmente fatal, especialmente quando se
apresentam aos milhões, como o
caso dos fumantes.
Ou alguém acha que, se houvesse
um risco de epidemia de, digamos,
infecção pelo vírus ebola, a quarentena não seria legitimamente
imposta?
O esperneio contra essa nova lei
deveria se pautar por um mínimo
de razoabilidade."
RICARDO LUÍS BOMFIM VAZ (Franca, SP)
Trânsito
"A análise dos índices de lentidão
em São Paulo registrados pela CET
com a volta às aulas, na semana passada, comprova claramente o que
todos previam: a restrição aos fretados imposta pela Prefeitura de São
Paulo conseguiu piorar o trânsito
na cidade.
Tanto na comparação com o mesmo período do ano passado como
com o mês de junho deste ano, os
índices atuais são superiores. E as
dificuldades são facilmente percebidas, em qualquer hora do dia.
Embora as autoridade municipais neguem esse fato, o prefeito
Gilberto Kassab criou um monstro
e não tem humildade suficiente para reconhecer seu erro e voltar
atrás."
MARCELO CRUVINEL MARSIGLIO (São Paulo, SP)
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