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ELIANE CANTANHÊDE
Passado e futuro
BRASÍLIA - O ministro Cristovam Buarque não está mais falando sozinho. O representante da Unesco no
Brasil, Jorge Werthein, começou a falar a mesmíssima coisa: é preciso
mais verbas para a educação! Aliás,
para educação, ciência e tecnologia.
Segundo ele, o governo do PT já deu
o "choque de confiança", mantendo
os juros nas alturas e aumentando
espontaneamente o superávit fiscal
(com corte de investimentos públicos). Ok, tudo muito bem. Agora, todo mundo já sabe que o governo do
PT não vai fazer revoluções e, então,
chegou a hora de jogar pesado no que
interessa. Educação, principalmente.
Não por acaso, a Unesco patrocinou na segunda e na terça, em Brasília, um encontro de educação, ciência
e tecnologia de seis países: Finlândia,
Irlanda, Coréia do Sul, Malásia e Reino Unido. O que eles têm em comum?
Projetaram seu desenvolvimento investindo nessas três áreas.
Os resultados estão aí. Esses países
não deixaram "o bolo crescer para
depois dividir". Ao contrário: dividiram (via educação, por exemplo), e o
bolo cresceu que foi uma beleza.
De Brasília, o seminário migra para a Argentina, onde o presidente
Néstor Kirchner acaba de anunciar a
duplicação do Orçamento para ciência e tecnologia no próximo ano.
Bom exemplo, não?
A auto-estima brasileira vai às alturas quando um presidente como
Lula proclama o combate à fome em
palanques internacionais. Mas a cidadania vai lucrar mais se a prioridade do seu governo for educação,
ciência e tecnologia. Ou seja, futuro.
O que -como alerta Werthein-
não significa apenas montanhas de
dinheiro e a velha numeralha. Significa qualidade: estratégia, consciência nacional e envolvimento de Estados e municípios. Além do principal:
investir em educação é investir dois
terços em... professor.
É isso, nada menos, que se espera de
um governo do PT, de um governo
Lula. E não dá para ser amanhã, depois, quem sabe. Tem de ser já!
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