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São Paulo, quinta-feira, 25 de setembro de 2003

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ELIANE CANTANHÊDE

Passado e futuro

BRASÍLIA - O ministro Cristovam Buarque não está mais falando sozinho. O representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, começou a falar a mesmíssima coisa: é preciso mais verbas para a educação! Aliás, para educação, ciência e tecnologia.
Segundo ele, o governo do PT já deu o "choque de confiança", mantendo os juros nas alturas e aumentando espontaneamente o superávit fiscal (com corte de investimentos públicos). Ok, tudo muito bem. Agora, todo mundo já sabe que o governo do PT não vai fazer revoluções e, então, chegou a hora de jogar pesado no que interessa. Educação, principalmente.
Não por acaso, a Unesco patrocinou na segunda e na terça, em Brasília, um encontro de educação, ciência e tecnologia de seis países: Finlândia, Irlanda, Coréia do Sul, Malásia e Reino Unido. O que eles têm em comum? Projetaram seu desenvolvimento investindo nessas três áreas.
Os resultados estão aí. Esses países não deixaram "o bolo crescer para depois dividir". Ao contrário: dividiram (via educação, por exemplo), e o bolo cresceu que foi uma beleza.
De Brasília, o seminário migra para a Argentina, onde o presidente Néstor Kirchner acaba de anunciar a duplicação do Orçamento para ciência e tecnologia no próximo ano. Bom exemplo, não?
A auto-estima brasileira vai às alturas quando um presidente como Lula proclama o combate à fome em palanques internacionais. Mas a cidadania vai lucrar mais se a prioridade do seu governo for educação, ciência e tecnologia. Ou seja, futuro.
O que -como alerta Werthein- não significa apenas montanhas de dinheiro e a velha numeralha. Significa qualidade: estratégia, consciência nacional e envolvimento de Estados e municípios. Além do principal: investir em educação é investir dois terços em... professor.
É isso, nada menos, que se espera de um governo do PT, de um governo Lula. E não dá para ser amanhã, depois, quem sabe. Tem de ser já!


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