São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009

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PAINEL DO LEITOR

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TV a cabo
"A colunista Maria Inês Dolci (Vitrine, 24/10) externou com muita propriedade a indignação dos consumidores com os serviços oferecidos pelas operadoras de TV a cabo, assim como bem registrou a inversão de papéis vivida pelas agências reguladoras. Quanto a essas, era de se esperar que elas tivessem uma atuação de fiscalização e de defesa dos interesses dos consumidores. Infelizmente, porém, não é isso o que acontece. Pouquíssimos consumidores procuram essas agências: preferem o Procon ou ir direto ao Judiciário. As agências também estão pouco atentas aos anseios dos consumidores. Dão mais atenção aos reclamos das empresas que elas deviam fiscalizar.
Qualquer um com relativa proximidade com as associações empresariais sabe disso. Tem-se um problema, conversa-se com as agências para que elas regulamentem a questão e eliminem a omissão legislativa. Talvez isso aconteça porque muitas dessas agências são dirigidas por pessoas do mercado, que estão mais preocupadas na formação de seu networking e com as consultorias que vão conseguir quando o mandato acabar do que com o interesse público."
CLODOMIRO FERNANDES LACERDA (São Paulo, SP)


Desmatamento
"Tem total razão o cacique Raoni por estar preocupado com as mudanças climáticas no Alto Xingu (Ciência, 24/10). Devido aos desmatamentos, às queimadas e à destruição da floresta amazônica, a região do Xingu está mais seca, ventosa e com mudanças climáticas nunca antes sentidas. O alerta de Raoni está feito: se não preservarmos e cuidarmos do meio ambiente e da ecologia, iremos todos sucumbir."
RENATO KHAIR (São Paulo, SP)

 

"A legislação ambiental brasileira é absolutamente restritiva, deixando os empreendedores deste país verdadeiramente reféns da má-fé e do fundamentalismo ambientalista. Creio que essa situação iniciou-se com as assinaturas do Brasil na Eco-92, aceitando os princípios da precaução e da prevenção, dentre outros, cuja aplicação tem sido feita na base de conceitos subjetivos e muitas vezes surrealistas, e não com base na técnica e no conhecimento científico, como deveria ser. Ou seja, ela submete o empreendedor à velha lei do "criar dificuldades para vender facilidades".
O pior de tudo é que esta visão ambientalista foi provocada e alimentada por ONGs estrangeiras, a serviço do agronegócio dos países ricos, que se pelam de medo da grande vantagem competitiva do agronegócio brasileiro, o maior do mundo, que tem mostrado as vísceras da ineficiência deles, através de subsídios absolutamente desleais.
A descentralização destes assuntos, saindo de Brasília, é outro ponto muito importante. Os Estados e municípios são muito mais eficientes na conservação e na gestão ambientais do que o Ibama, por exemplo, com vários casos de corrupção (concussão) em seu currículo. Acho até que o Ibama deveria ser extinto, a bem do serviço público.
O novo Código Ambiental não é uma ação, mas uma justíssima reação aos quase 20 anos de exageros e irracionalidades cometidas contra o empreendedor brasileiro."
RICARDO BRISTOT BORGES (Paranaguá, PR)

Royalties
"É correta a proposta de redistribuição de royalties do petróleo em benefício de Estados não produtores. Afinal, as riquezas do subsolo pertencem à União, conforme o artigo 20 da Constituição, o que vale dizer, pertencem a todo o povo brasileiro. Mas também seria correta a redistribuição equânime dos royalties sobre o minério de ferro, que também é um recurso natural não renovável e que pertence igualmente a todo o povo brasileiro."
CARLOS ROBERTO DALIA (Rio Claro, SP)

Acervos
"Sou descendente do artista Hércules Florence (1804-1879, inventor da fotografia no Brasil em 1833, pintor e desenhista) e discordo do filho de Lygia Clark (Ilustrada, 21/10), para quem o acervo de artistas mortos deve permanecer sob a responsabilidade da família, por ao menos um motivo, que exemplifico com a história dos Florence. Com a passagem das gerações, hoje as obras de Hércules estão nas mãos de duas pessoas, que podem abusar do poder de "donas da bola", tomando atitudes como cobrar para exibir as obras para a imprensa, a contragosto de todo o resto da família.
Um acervo de interesse público deve ficar à disposição do público, e só um órgão do Estado pode providenciar isso ao longo dos anos. Ao contrário do que diz Álvaro Clark, quem tomaria conta desses acervos não seriam as administrações, mutáveis de quatro em quatro anos, mas sim o corpo de funcionários públicos especializados e fixos por uma boa sequência de anos."
MARIA CECILIA FLORENCE (Rio de Janeiro, RJ)

Funcionalismo
"O editorial "Valorização docente" (24/10) se equivoca ao afirmar que vai no rumo certo o projeto do governador José Serra, aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, que institui progressão salarial para professores da rede estadual baseada em avaliação de mérito.
Além de criar uma casta de docentes -pois apenas 20% dos candidatos serão premiados a cada ano, desde que haja previsão orçamentária-, o referido projeto ignora solenemente os professores aposentados, que há muito tempo não têm um reajuste digno. Será que também não temos mérito? Por que somos considerados pelos sucessivos governos tucanos párias da sociedade, após muitos anos de dedicação exclusiva ao magistério?"
GERALDO TADEU SANTOS ALMEIDA (Itapeva, SP)

Bancos
"Na entrada de uma agência do Banco do Brasil, fui questionado pela moça que entregava as senhas acerca do tipo de serviço bancário que eu procurava. Ao responder que era um depósito, perguntou-me se seria superior ou inferior a mil reais. Quando disse que seria inferior, advertiu-me que nesse caso eu só poderia fazer a operação nos caixas eletrônicos. Inconformado, fui até o gerente e disse-lhe que hão havia nenhuma lei aprovada pelo Congresso que me impedisse de fazer o depósito no balcão da agência e que, se eu não fosse atendido, iria a uma delegacia e ao Procon para registrar queixa por omissão nesse tipo de prestação de serviço.
Diante disso, o gerente resolveu liberar, só para mim, o atendimento pleiteado, como se aquilo fosse um ato de exceção diante da reação de alguém que não estava disposto a ver seu direito de cliente atropelado por uma norma fora da lei, dessas que são colocadas em prática todos os dias, pisoteando a cidadania dos brasileiros, como se nós fôssemos párias dessa sociedade desgovernada em que vivemos hoje."
LINO TAVARES (Porto Alegre, RS)

Congresso
"O editorial "Competição distorcida" (23/10) expõe o que todos sabem, menos os tribunais eleitorais, que nada fazem e fingem que o problema não é com eles. Estão lá não se sabe bem para quê, com sua estrutura gigantesca e absurdamente cara. Democracia não tem preço, diriam em uníssono. Incompetência tem preço, diria eu. O uso do dinheiro público pelos parlamentares em patrocínio de suas campanhas à reeleição é um golpe antidemocrático a ser coibido. Que chances tem um candidato em primeira candidatura frente aos recursos financeiros e materiais dos candidatos à reeleição? São no mínimo desiguais. Se não cabe aos tribunais coibir isso, então algo está profundamente errado em nosso sistema."
PAULO MAGALHÃES (São Paulo, SP)

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