São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Ópera
"Eu li a crítica do senhor Arthur Nestrovski a respeito de "Lohengrin" ("Amor total, amor sonhado, amor afinal frustrado", Ilustrada, 23/11), que conferiu à sua apresentação duas estrelas. Após lê-la, chego à conclusão de que esse crítico acredita que, se a Osesp é uma boa orquestra, a outra orquestra automaticamente tem de ser ruim -o que não é verdade. Na minha opinião, são duas ótimas orquestras, que só fazem elevar o nome de São Paulo. O trabalho que o maestro Ira Levin realizou frente à Orquestra Sinfônica Municipal é digno de louvor -apresentando um repertório dos mais difíceis e variados. Eu, que desde o início estou acostumado a ouvir as grandes orquestras do mundo inteiro, tendo tocado com inúmeras delas, pude apreciar a qualidade da execução dessa maravilhosa ópera de Wagner que havia muitos anos não era executada em São Paulo. Em toda a minha carreira, jamais respondi a um crítico em relação às minhas interpretações, mas me sinto no direito de defender os músicos da Sinfônica Municipal e o maestro Ira Levin, pois não consegui entender a parcialidade do senhor Nestrovski."
João Carlos Martins, pianista (São Paulo, SP)

Mengele
"Felicito a Folha pelo trabalho jornalístico de nos revelar os diários de Mengele. Além de contribuir para que os horrores do nazismo não sejam esquecidos, os escritos do médico infame são perfeitos como ilustração e estudo de até onde pode chegar o racismo."
Lúcia Cavalcanti de Albuquerque Williams, Laboratório de Análise e Prevenção da Violência da UFSCar (São Carlos, SP)

Contrapartidas
"É importante definir as contrapartidas para o recebimento do programa Bolsa-Família. Mas, se 52% dos alunos chegam à 5ª série sem saber interpretar um texto, é importante definir também as contrapartidas para o recebimento do salário de professor."
Ascenso Furtado, pedagogo aposentado (Rio de Janeiro, RJ)

Brasileiros
"Li no "Painel do Leitor" de 23/11 a declaração do senhor Daniel Henrique Diniz Barbosa em que diz que ele e sua família não têm orgulho de serem brasileiros. O senhor Barbosa faz críticas à política de segurança do Estado do Rio mas não sugere nada. Sugiro ao mencionado leitor que deixe o país para nós, brasileiros que acreditamos que um dia este país será tão grande como desejamos, e fixe residência em outras plagas. Sugiro também que este jornal deixe de perder espaço com comentários de quem nada sugere e não gosta deste país."
Irineu Del Dotore (São Paulo, SP)

Violência no campo
"Segundo a reportagem "Ministro defende o agronegócio; setor vê "ódio de classes" (Brasil, pág. A5, 24/11), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, disse, durante reunião com pecuaristas nordestinos, que via "com naturalidade" a reação dos fazendeiros às invasões dos sem-terra. "Os fazendeiros reagem defendendo seu patrimônio, conforme autoriza e prega a Constituição", disse o ministro. Se não houve nenhum equívoco, essa declaração é muito grave, pois a reação dos fazendeiros à ocupação dos sem-terra foi o assassinato de cinco cidadãos brasileiros. E isso a nossa Constituição não autoriza nem prega. Espero ter havido um erro do jornal, pois é inaceitável ver um ministro dizer tal disparate. Assassinato é crime!"
José Alfredo Guimarães (Brasília, DF)

Saúde
"A respeito da reportagem "País não tem uma rede de farmacovigilância" (Cotidiano, pág. C6, 21/11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que desde 1999 desenvolve um sistema de farmacovigilância, ao contrário do que diz o título do texto. Esse sistema dispõe de uma rede de hospitais sentinelas e de um mecanismo de notificações voluntárias por meio do qual profissionais de saúde informam à Anvisa possíveis problemas e reações indesejáveis decorrentes do uso de medicamentos. As notificações são a base de um monitoramento constante efetuado pela área de farmacovigilância da Agência, que interfere diretamente na liberação para o consumo e na regulamentação técnica do mercado. A Anvisa esclarece ainda que o uso de qualquer medicamento envolve riscos que devem ser avaliados pelo médico no momento da sua prescrição. De fato não existem produtos totalmente seguros, pois todos podem ocasionar efeitos indesejáveis em determinadas circunstâncias. Trata-se de uma característica dos medicamentos. O que é avaliado pelos órgãos sanitários é a relação risco/benefício de cada um dos produtos."
Dirceu Raposo de Mello, gerente-geral de medicamentos da Anvisa (Brasília, DF)

Nota da Redação - Leia abaixo a seção "Erramos".

Pregões
Em relação à reportagem "Eleito diz que não perseguirá petistas" (Cotidiano, 19/11), na qual o jornal cita a bolsa eletrônica como forma de baratear serviços e produtos na administração municipal, informamos que a Prefeitura de São Paulo realiza, desde setembro de 2003, aquisições através de pregões eletrônicos por meio do sistema Comprasnet. No pregão eletrônico, a compra acontece online: as propostas de preços, os lances e o anúncio do vencedor ocorrem em tempo real. A identidade das empresas concorrentes só é revelada no final do certame. Todo o processo de compra se dá pela internet, o que garante agilidade e transparência. O sistema eletrônico também disponibiliza os editais de convocação -em data e horário fixados-, possibilita a participação de maior número de fornecedores e compras diretas e aumenta a competitividade, reduzindo os preços. A utilização do Comprasnet pela prefeitura foi viabilizada por um acordo de cooperação técnica celebrado em julho de 2003 entre o governo federal e a Prefeitura de São Paulo. Todo o processo pode ser acompanhado através do site www.comprasnet.gov.br."
Mônica Valente, secretária municipal de Gestão Pública (São Paulo, SP)


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