São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2006

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PAINEL DO LEITOR

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Tortura e anistia
"É mais do que oportuna a reabertura da discussão acerca dos limites constitucionais da anistia, hoje suscitada com o ajuizamento de ação para declarar a condição de torturador do coronel Ustra. O direito à verdade é inalienável.
A ninguém deve ser dada a possibilidade de manietar as futuras gerações, impedindo o conhecimento e a apuração de graves violações cometidas. A melhor forma de evitar o regresso do autoritarismo é revelando, e não encobrindo, o passado que nos envergonha.
Outros países da América do Sul que também conviveram com sistemas autoritários, como o Brasil, estão revendo suas leis de anistia -fundamentalmente pela consideração da incompatibilidade destas leis com tratados internacionais de proteção aos direitos humanos. Trata-se de uma questão fundamental para concretizar a transição ao Estado democrático de Direito."
MARCELO SEMER, presidente do Conselho Executivo da Associação Juízes para a Democracia (São Paulo, SP)

"Presto a minha solidariedade ao jurista José Carlos Dias por seu protesto contra a homenagem feita ao coronel Ustra ("Apologia da tortura", "Tendências/Debates", 24/11). Torturar, executar e ocultar os cadáveres de prisioneiros indefesos são crimes mesmo durante uma guerra, e aqueles que os cometeram deveriam ter sido julgados numa corte marcial, pois são uma vergonha para as Forças Armadas. Seus crimes foram perdoados pela anistia, mas nunca devem ser esquecidos."
JORGE ALBERTO DE OLIVEIRA MARUM, promotor de Justiça (Sorocaba, SP)

"O doutor José Carlos Dias se apresenta como defensor de presos políticos e como homem que valoriza as liberdades de opinião e de expressão. No entanto, seu texto me parece bastante contraditório, pois o ilustre advogado critica violentamente oficiais da reserva que se reuniram para manifestar apoio ao coronel Brilhante Ustra, ou seja, critica os que estavam apenas exercendo seus direitos de opinião e de expressão."
JOSUÉ LUIZ HENTZ (São João da Boa Vista, SP)

Salários
"Enquanto não for baixada uma lei que proíba a própria categoria de aumentar os seus próprios salários, vai continuar essa pouca vergonha anual...
Aliás, num país com tantas dificuldades como o nosso, pegaria muito bem se cada parlamentar fosse trabalhar com seu próprio carro -creio que todos tem o seu, não? Seria ótimo também que o "Aerolula" fosse leiloado em prol do Bolsa Família e que o senhor presidente & cia. viajassem em aviões de carreira, o que é normal na Inglaterra, na França etc. Que tal começarmos a ter atitudes de Primeiro Mundo?"
PRISCILA SCATENA (São Paulo, SP)

"Muito se discutiu a criação de um órgão de controle externo do Poder Judiciário até que, finalmente, foi criado, por emenda à Constituição, o Conselho Nacional de Justiça. Vê-se agora que a "emenda" saiu pior do que o soneto.
Os membros do CNJ acham-se no direito de advogar aumento de vencimentos em causa própria e de autorizar a manutenção de férias forenses de 60 dias, expressamente cortadas pela Lei Maior.
Juízo, senhores juízes!"
PAULO SERODIO (São Paulo, SP)

OAB
"A propósito da carta do advogado Eli Alves da Silva ("Painel do Leitor", 24/11), acredito que a Ordem dos Advogados do Brasil, em vez de divulgar uma "lista de inimigos da advocacia", prestaria melhor serviço à sociedade brasileira não só pleiteando desconto nos salários dos juízes que fogem do trabalho como posicionando-se firmemente contra os aumentos salariais absurdos que os ministros do Judiciário querem definir para si próprios."
FÁTIMA WANDERLEY (São Paulo, SP)

Ambiente
"O Ministério do Meio Ambiente esclarece que a nota "Por fora", publicada no "Painel" (Brasil, pág. A4) em 23/11, não é verdadeira ao afirmar que a ministra Marina Silva soube pelos jornais da reunião em que o governo discutiu o licenciamento ambiental de obras de infra-estrutura.
Enquanto a ministra estava no Quênia, ela foi informada, sim, por telefone, da reunião com o presidente e das decisões tomadas no encontro.
Os jornalistas que fazem a cobertura da Presidência da República tiveram a oportunidade de participar de uma entrevista coletiva, no dia 17/11 (data da referida reunião), em que esteve o ministro-interino do Meio Ambiente, Claudio Langone, representante de Marina Silva no encontro com o presidente Lula.
Marina Silva estava no Quênia participando da 12 ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidades sobre Mudanças Climáticas, onde apresentou a proposta do governo brasileiro de criação de mecanismo de incentivos positivos para países em desenvolvimento que reduzirem seus índices de desmatamento."
JANDIRA CORREA, assessora de comunicação social do Ministério do Meio Ambiente (Brasília, DF)

Dinheiro público
"Gastar, em média, com passagens aéreas, R$ 60 milhões em época de eleição -julho, agosto e setembro- e retornar em novembro ao gasto de R$ 30 milhões -valor também verificado em janeiro-, bem demonstra o quanto republicano é o controle com o dinheiro público por parte da União (nota "Ajuste fiscal", coluna de Mônica Bergamo, Ilustrada, pág. E2, 24/11). Tansparência, já!"
EDIVELTON TADEU MENDES (São Paulo, SP)

Bilhete
"O bilhete do metrô vai passar a custar R$ 2,30. Nossos governantes queriam mais. "O metrô terá prejuízo" etc., dizem. O salário mínimo no Brasil é de R$ 350, ou US$ 161.
Pois bem. O salário mínimo na Argentina é de US$ 149 (pouco menor do que o brasileiro). O metrô em Buenos Aires (cinco linhas grandes) custa 70 centavos de peso.
O preço do ônibus (por percurso) é equivalente. Seria como se, no Brasil, o metrô custasse R$ 0,75. Os senhores doutores que calcularam o preço do metrô e do ônibus em São Paulo saberiam explicar por que aqui não é possível um preço menor?
Ou a diferença é para pagar a conta da eleição?
LAURO FREIRE DA SILVA (São Paulo, SP)

CARTA REGISTRADA
"Lula diz que respeitará o silêncio dos outros. Não seria melhor respeitar quem tem algo consistente a dizer?"
CARLOS BRUNI FERNANDES (São Paulo, SP)

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