São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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PLÍNIO FRAGA

Números embasam discurso

RIO DE JANEIRO - A mais recente pesquisa Ibope mostra que o tucano José Serra segue o receituário do marketing quando centra seu discurso em dois temas: segurança pública e saúde. São as áreas em que o governo Lula está sendo reprovado pelos eleitores.
Dos ouvidos pelo Ibope, 53% desaprovam a gestão da saúde. Esta crítica já foi maior -em outubro do ano passado, a taxa estava em 57%-, mas houve um repique de dois pontos percentuais em relação a fevereiro. Na segurança pública, a reprovação está em 55%, três pontos a mais do que na pesquisa anterior, já tendo tido um ápice de 71% em 2006.
Impostos também incomodam os eleitores, com 52% se dizendo contrários à política tributária de Lula. As altas taxas de juros -outro tema repisado pelo tucano- dividem a população: 45% aprovam; 45% desaprovam.
Nos demais temas pesquisados -combate à fome e à pobreza, educação, combate ao desemprego, inflação e meio ambiente-, as políticas do governo são amplamente apoiadas, com índices que vão de 57% a 67%.
Pesquisas quantitativas costumam fornecer o norte para as campanhas, porque são a materialização de sentimentos esparsos. Por elas, em tese, Serra tem feito o discurso correto. Contraditoriamente, é o mesmo Ibope que mostra que hoje a eleição pode se encaminhar para terminar no primeiro turno em favor da petista Dilma Rousseff, que tem 38% contra 40% da soma dos demais candidatos, numa pesquisa que tem margem de dois pontos percentuais.
Até 1997, havia 60 dias de campanha no rádio e na TV. A lei que introduziu a reeleição -tão focada na recondução de FHC- reduziu-a para 45 dias. Se não conseguir "desconstruir" Dilma na TV, como pregam os tucanos, Serra já tem a quem culpar.


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