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EUROPA ESTAGNADA
O Produto Interno Bruto
(PIB) da área euro, estimado
em US$ 8 trilhões, registrou crescimento zero de abril a junho, após
dois trimestres anteriores com expansão de apenas 0,1%. Alemanha,
Itália e Holanda estão tecnicamente
em recessão. O PIB da França encolheu 0,3% entre abril e junho, apesar
da expansão do gasto público. O déficit fiscal na França e na Alemanha já
ultrapassou o limite de 3% do PIB definido pelo Pacto de Estabilidade europeu por dois anos consecutivos.
O Banco Central Europeu mantém
a taxa de juro básica da área euro em
2% ao ano, mas a ameaça de deflação
continua rondando a região. Durante o mês de julho, os preços caíram
0,2%. Apenas na Alemanha foi registrada inflação -de 0,3%.
Diante desse cenário, a partir de julho o euro inverteu seu movimento
de valorização. A cotação da moeda
passou a cair no mercado internacional, apesar de as emissões líquidas
de bônus em euro terem superado as
realizadas em dólares nos últimos
três trimestres. Em sentido contrário, as Bolsas de Valores européias
apresentaram forte movimento de
alta, refletindo a expectativa de a recuperação da economia norte-americana contribuir para tirar a zona do
euro da estagnação.
Mais uma vez, a retomada da economia européia e, por conseguinte,
da mundial permanece dependente
da evolução dos problemas da economia americana: elevado déficit em
conta corrente e fiscal, expansão do
consumo doméstico mediante taxas
de juros baixíssimas e valorização do
dólar. Seria desejável que os desequilíbrios fossem enfrentados com
maior coordenação entre as três
grandes áreas econômicas -EUA,
Europa e Ásia. Por ora, no entanto,
esse esforço é tímido ou quase inexistente, o que mantém as apreensões sobre os desdobramentos do
quadro internacional.
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