São Paulo, sábado, 26 de agosto de 2006

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LUCIANO MENDES DE ALMEIDA

Partilha e perdão

OS JOVENS precisam assumir sua atuação na sociedade, oferecendo a contribuição do idealismo e a riqueza da esperança. O importante são os valores com os quais podem fecundar e dinamizar a sociedade. No mundo de hoje, com o recrudescimento da injustiça e da violência, urge superar esta situação caótica e demonstrar que um outro mundo é possível. Sem dúvida, nossa meta é o céu prometido por Deus. Mas a vontade de Deus, ao nos criar e colocar-nos nesse mundo, é de que já se inicie o caminho para a felicidade, fazendo o bem, como compete a filhos e filhas de Deus.
Quem nos ilumina sobre o desígnio divino da salvação é Jesus Cristo, Filho de Deus, que veio anunciar a Boa Nova e nos ensinar a viver, já nesta vida, os valores do Reino definitivo. Por vontade do mesmo Deus, devemos, a exemplo de Maria, tornar presente a beleza da vida da graça divina em nós. A enumeração desses valores muito nos ajuda, pois nos faz compreender que eles se completam e procuram retratar a vida de Jesus Cristo, que devemos imitar. Essa é a missão dos cristãos e mais ainda dos jovens cristãos.
Jesus nos ensinou a confiança no Pai do Céu. Dessa confiança nasce a força para amar o próximo como Jesus. E aí temos muito que imitar.
São duas as expressões mais fortes da fraternidade cristã: a partilha e o perdão. Por partilha entendemos a capacidade de dividir com os outros o que de Deus recebemos. É preciso, assim, partilhar não só o alimento cotidiano mas também tudo o que somos e temos. Os jovens cristãos são chamados a dar testemunho de vida solidária e feliz pela comunhão de bens para marcar a superação do egoísmo e revelar a força de Cristo em nosso meio.
À medida que partilhamos o pão, a humanidade torna-se mais fraterna, e obteremos como fruto a alegria própria do amor gratuito de quem vive o Evangelho da partilha e da comunhão. A outra atitude que expressa de modo claro e forte a nossa intenção de servir a Deus na vida de discípulos e discípulas de Jesus é o exercício do perdão evangélico. É o que mais falta na sociedade. Quem crê recebe uma força especial para amar e perdoar.
Eis aí o testemunho de amor mais forte que os jovens podem dar ao mundo de hoje: pagar o mal com o bem. É essa atitude de amor maior, capaz de vencer o ódio e a vingança e de promover a reconciliação e a concórdia, que há de caracterizar a vida dos jovens cristãos, chamados a alegrar cada dia o mundo com a beleza da confiança, da partilha e do perdão de Cristo.
PS: Antes de ser internado para tratamento quimioterápico, o que, infelizmente, me obrigou a ficar no CTI, escrevi e ditei alguns artigos para esta coluna. Agradeço a oração de todos.

almendescuria@yahoo.com.br


DOM LUCIANO MENDES DE ALMEIDA escreve aos sábados nesta coluna.


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