São Paulo, Domingo, 26 de Setembro de 1999
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PAINEL DO LEITOR


Críticas

"No afã de esculhambar FHC, alguns jornalistas da Folha estão perdendo o senso crítico. Primeiro, José Fiori foi chamado de "renomado cientista" (Brasil, 20/9). Depois, um colunista considerou Fiori um dos mais lúcidos dos 56% que reprovam FHC.
Pensava que o prof. Fiori fosse capaz de encantar apenas uma platéia de estudantes imaturos."
Aluizio Barros (São João Del Rey, MG)

Ajuda a Timor

"Dá até vergonha ver o Brasil enviar só 51 militares, sendo 34 com patente e 17 soldados, para nosso país irmão de língua e colonização. Eu não gosto de guerra, mas muito menos de falsidade. Parece-me que esse envio foi apenas para ficar de bem com a comunidade internacional."
Sérgio Bianco (São Paulo, SP)

"Tenho recebido, diariamente, várias mensagens sobre os problemas de Timor Leste. Eu me solidarizo com a situação deles, mas, acima de tudo, sou brasileiro. Gostaria de ver os brasileiros repassando mensagens e lutando, dessa mesma forma, por nossos próprios problemas.
Gostaria de ver campanhas pelo fim da fome, da miséria, pelo fim da corrupção, contra a falta de ética, a cobrança absurda de impostos, a inércia do Congresso...
O nosso povo do Nordeste, das favelas de São Paulo e Rio de Janeiro vive, há muitos anos, situação pior que os timorenses e eu não vi nenhuma campanha em favor dele."
Jair Godoy (São Paulo, SP)

Incentivo à agricultura

"Em uma simples análise, deu para sentir que, com a mudança no câmbio, os agricultores foram literalmente prejudicados, já que os insumos foram dolarizados e os preços da produção, como era previsível, permaneceram em real. Deu também para perceber que, se os alimentos atingirem cotações compatíveis com os custos de produção, os mais pobres não poderão viver; porém, se os preços forem compatíveis com os salários dos mais pobres, aí os agricultores é que não viverão.
Daí a razão do subsídio à agricultura. E não adianta ficar feito tonto chorando pelos cantos, reclamando dos subsídios que os outros dão. Tem que dar também, enquanto existirem pobres e agricultores."
David Molles (São João da Boa Vista, SP)

Sem memória

"Frequentemente, a imprensa veicula que os brasileiros não têm memória, o que pode ser verdade. Porém tal esquecimento muitas vezes deve-se à própria mídia, que não exercita a memória de seu público.
Por isso, pergunto: por onde andam Sérgio Naya, Salvatore Cacciola, Francisco Lopes, o juiz Nicolau dos Santos, Hanna Garib, os anões do Orçamento, o dono da Encol, os sequestradores de Wellington Camargo etc.?"
Sergio Ricardo Tannuri (São Caetano, SP)

Punição por cassação

"A jornalista Eliane Cantanhêde acertou em cheio ao imputar ao PFL a culpa por abrigar bandidos (Opinião, pág. 1-2, 23/9). Apenas faltou acrescentar (talvez por falta de espaço) a lista dos "boa gente" do PFL e do PPB da capital paulista. Afinal, a quase totalidade dos vereadores suspeitos, acusados ou condenados nos escândalos de corrupção na Câmara Municipal (para não falar no prefeito e no ex-prefeito), pertence a esses dois partidos. Não deve ser coincidência. O duro é ainda ter que aguentar a propaganda do PFL na TV pregando a "ética na política"."
Atila Belloquim (São Paulo, SP)

Teto baixo

"Fixar o teto salarial dos magistrados em R$ 12.720 depois da queda do real sobre o dólar em quase dois por um é objetivo superado e até ridículo, pois a quantia está reduzida a menos da metade (R$ 6.360), consideradas as perdas acumuladas desde 1995. Por essa razão, a AMB luta ainda por um teto absolutamente defasado e impróprio aos magistrados, que deveriam ter uma melhoria salarial substancial sobre o funcionário público comum.
O juiz deve ter duas qualidades definitivas para a sua profissão. A primeira é a competência para estar à altura de julgamentos importantes ao cidadão comum. A segunda é a honestidade, que deve ficar a salvo de qualquer suspeita. O teto salarial deve ser pelo menos o dobro do que se pleiteia, pois a defasagem do real depois da mudança cambial é inquestionável."
Tito Livio Fleury Martins (São Paulo, SP)

Gasolina barata

"Preste atenção à declaração do diretor da Agência Nacional de Petróleo, David Zylbersztajn, que afirmou que "gasolina barata é um tiro no pé" e que é socialmente injusto subsidiá-la, porque quem tem carro pertence a uma classe que pode pagar.
Associe essa declaração à do presidente FHC, que disse que "pobreza não usa gasolina".
Os dirigentes brasileiros demonstram uma visão alienada da realidade da população. Para dizer o mínimo, senhores FHC e Zylbersztajn, o pobre precisa comer e se vestir, e o transporte de tudo consome combustível. O pobre tem que ir e voltar de seu trabalho (quando o tem) e as passagens de ônibus aumentam sempre que os preços dos combustíveis sobem. E que tal torcer e trabalhar para que os pobres brasileiros consigam comer e até tenham direito a ter um carrinho, mesmo que velho?"
João Carlos Moreno (Presidente Prudente, SP)


Prevenção à Aids

"De acordo com a Fundação Seade, desde 1992 a Aids é a primeira causa de morte entre mulheres na faixa etária de 20 a 34 anos de idade na cidade de São Paulo. Dados epidemiológicos no Estado de São Paulo demonstram que, das mulheres que se contaminaram por relação sexual, 41% tinham parceiro único. Eu peguei o vírus da Aids do meu primeiro namorado, quando tinha 16 anos. Portanto acredito que com esses marcos técnicos a promoção da redução de parceiros para as mulheres seria, no mínimo, dinheiro público jogado fora."
Valeria Piassa Polizzi, autora do livro "Depois Daquela Viagem" (São Paulo, SP)

Importância do Enem

"Será que é tão difícil para o MEC aceitar que os alunos que prestaram o Enem o fizeram pela pontuação que ganharão nos vestibulares?
Será que o ministro Paulo Renato e assessores não têm uma maneira mais racional de explicar o que pretendem fazer no ensino médio, sem ser essa propaganda que andam veiculando?
Será que os que propõem o tal "ensino para o dia-a-dia" aceitariam a proposta de, pelo menos um dia, tomar conta de uma classe do ensino público?"
Ruy Madsen Barbosa Neto (Campinas, SP)


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