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CESAR MAIA
JJOO 2016
ABRIL DE 1993 , os srs. J. Havelange e R. Marinho sugeriram que se inscrevesse o
Rio para as Olimpíadas, persistindo, pois não seria escolhida em
uma vez. Esse seria o caminho do
relançamento do Rio, como o de
outras cidades-sede. A primeira
tentativa, para os JJOO de 2004, a
gestão foi do setor público. Em
1997, o Rio foi desclassificado na
primeira fase. Em 2002, com a escolha para sede do Pan-2007, voltou a apresentar a candidatura para 2012, sob a gestão do COB, com a
sustentação da prefeitura. Em
2004, outra decepção: o Rio foi eliminado na preliminar.
Consultado o COI sobre as razões de uma eliminação na primeira fase, foi dito que os patrocinadores não poderiam correr riscos
com projetos de papel, e que o Rio
deveria aproveitar o Pan-07 e mudar seu escopo. Os equipamentos
teriam que deixar o nível dos Jogos
Panamericanos e passar a ser equipamentos de nível olímpico. E as
consultorias de planejamento e de
segurança deveriam ter experiência em Jogos Olímpicos. Com isso
todo o orçamento apresentado para o Pan teve de ser alterado e ampliado. Dos US$ 350 milhões previstos, o valor mais do que triplicou. O governo federal entrou, de
fato, no segundo semestre de 2006,
com os sinais de reeleição.
A prefeitura, a partir da experiência de outras Olimpíadas (Barcelona), transformou gastos financeiros em gastos de capital sem desembolso, trocando a Vila do Pan
por gabarito e usando o sistema de
concessões no Rio-Centro (ginásios provisórios e imprensa) e na
Marina (prorrogação), deixando de
desembolsar R$ 400 milhões. O
desembolso, em equipamentos, direitos de TV (US$ 13 milhões), comitê gestor e na urbanização do
entorno dos equipamentos, alcançou R$ 1 bilhão. O governo federal,
apenas no específico ao Pan, aplicou R$ 800 milhões, incluindo os
gastos do governo do Estado que,
pela transição política, não tinha
caixa.
Com as consultorias com experiência olímpica, planejando e
acompanhando o Pan, os dirigentes do COI passaram a ter informações sobre a capacidade de gestão
do evento e da segurança. E, com os
equipamentos olímpicos, foram
minimizadas as dúvidas dos patrocinadores. O primeiro sinal positivo veio no leilão dos direitos de TV-2016. Dos US$ 20 milhões que a TV
brasileira pagou por Pequim e dos
US$ 60 milhões pagos por Londres, 2016 custou US$ 170 milhões
e mais US$ 40 milhões de espaços
publicitários na TV. Num sinal que
o aprendizado até esta terceira tentativa e o cumprimento das orientações recebidas quanto a equipamentos e planejamento colocaram
a candidatura do Rio no patamar
em que está hoje, de forte competitividade. Dia 2/10, decide-se.
cesar.maia@uol.com.br
CESAR MAIA escreve aos sábados nesta coluna.
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