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São Francisco
"Cumprimento d. Tomás Balduíno pelo lúcido artigo "Réquiem para
a transposição do São Francisco"
(Opinião, 25/10). É lamentável que
ninguém da imprensa tenha contestado a falaciosa comparação feita pelo presidente Lula sobre a
transposição com o programa desenvolvido por Franklin Roosevelt
no vale do Tennessee. Lá não houve
transposição, muito menos o caríssimo bombeamento de água a 300
metros de altura que ocorrerá no
rio São Francisco. Enquanto isso o
programa de cisternas de água da
chuva, muito mais barato e eficaz, é
relegado a nenhuma prioridade."
ALOÍSIO DE ARAÚJO PRINCE (Belo Horizonte, MG)
"Quando d. Tomás Balduíno
(Opinião, 25/10) fala das reações
contrárias à transposição do rio São
Francisco, entre as quais a do episcopado católico, omite que existem
inúmeras reações favoráveis à
transposição, incluindo as do próprio episcopado. Ao expor as razões
da inviabilidade do projeto, obviamente cita as que mais lhe convêm.
Mas o que mais chama a atenção no
artigo é quando diz que a questão
não é "acabar com a seca", mas se
adaptar ao ambiente de forma inteligente. Tem-se a sensação que à
Igreja Católica não interessa acabar
com a seca, com o risco de ter seu
rebanho diminuído. Haja vista as
frequentes missas e procissões com
o objetivo de pedir ajuda aos céus
em tempos de seca, acompanhadas
por inúmeros fiéis que sofrem diretamente na pele os seus efeitos."
BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP)
Alianças
"A igreja diz que Cristo não se
aliaria a bandidos. Ora, a Igreja Católica sempre fez isso: basta passear
pela cidade histórica de Mariana
(MG) para ver entre as duas igrejas
o pelourinho, onde escravos eram
chicoteados em praça pública com a
conivência da igreja -que inclusive
os proibia de assistir às missas."
JARDEL DIAS CAVALCANTI , professor de história da arte na UEL (Londrina, PR)
Rio
"Desde os últimos confrontos entre a polícia e os traficantes do Rio
que não se fala de outra coisa, porém em nenhum momento foi levantada a principal causa de tudo
isso: o consumo deliberado de drogas -maconha, cocaína, crack- por
parte dos diversos segmentos da sociedade carioca. As ações de combate ao tráfico da polícia, além de arriscadas e dispendiosas, são uma
gota no oceano, pois o dinheiro que
fomenta toda esta guerra continua
sendo gasto diariamente nas "bocas
de fumo" espalhadas pela cidade.
Investimentos em campanhas educativas e projetos sociais e a aplicação correta da lei aos usuários de
drogas são medidas que certamente
irão trazer melhores resultados."
EDUARDO TAVARES PIANCASTELLI (Belo Horizonte, MG)
"É preocupante que um jornal
como a Folha quase não tenha comentado o tema da legalização das
drogas concomitante aos acontecimentos no Rio de Janeiro. Essa parece ser a mesma postura dos nossos políticos, que, por acharem o tema das drogas tão complexo, pensam que o melhor mesmo é não fazer nada a respeito. Tem ainda uns
que acham que construir mais prisões irá resolver algo. Saldo de 50
anos de proibição das drogas: aumento do consumo, aumento da
produção, aumento do crime organizado, aumento da corrupção, aumento da população carcerária. O
que falta para as pessoas se darem
conta desse fracasso histórico?"
LUCAS CALDANA GORDON (São Paulo, SP)
Sarney
"A matéria "Sarney ajudou filho a
"atacar" setor elétrico, revela grampo" (Brasil, 25/10), a exemplo de
outras escutas da PF a que este jornal vem dando vazão, faz ilações
equivocadas a partir de diálogos
descontextualizados. Agindo desta
forma, qualquer conversa pode servir a qualquer tese. A indicação feita pelo senador José Sarney para a
presidência da Eletrobrás era o engenheiro Flávio Decat, a quem não
conhecia. Foi indicado a ele pelo
governador do Rio, Sérgio Cabral,
com o pedido de respaldo a seu nome para o cargo. Fernando Sarney,
que presidiu a Companhia Energética do Maranhão por 12 anos e
também comandou a Associação
Brasileira de Distribuidoras de
Energia Elétrica, deu referências
sobre Decat. Por orientação do senador Sarney, o engenheiro foi ao
Rio Grande do Norte se apresentar
ao então presidente do Senado, Garibaldi Alves, e solicitar seu apoio.
José Antônio Muniz foi uma escolha pessoal do ministro Edson
Lobão. Ambos têm todas as qualificações para o cargo. Decat foi presidente da Eletronuclear e da Companhia de Gás de Minas Gerais,
além de diretor da Cemig e vice-presidente da Enersul. Em 2006 foi
escolhido executivo do ano pelo
Instituto Brasileiro de Executivos
de Finanças de Minas Gerais. Muniz foi presidente da Chesf e da Eletronorte, é professor universitário
e nome reconhecido por todos os
profissionais do setor elétrico. Não
há nos diálogos fato desabonador a
qualquer um deles ou que represente prejuízo ao interesse público.
O senador Sarney está convencido
de que fez uma boa indicação para a
presidência da Eletrobrás e considera igualmente qualificada a escolha de José Antonio Muniz.
Quanto ao diálogo entre Anelise
Pacheco e Fernando, a conversa dizia respeito à permanência da servidora nos quadros da Eletrobrás,
onde trabalha desde o governo
FHC. A ONG a que o jornal se refere é a Associação dos Amigos do
Bom Menino, ligada à Fundação
José Sarney, que faz um importante trabalho social com meninos carentes de São Luís desde 1992.
Tais informações poderiam ter
sido dadas ao repórter, mas, como
das outras vezes, não nos foi dado
acesso aos diálogos gravados nem
foi informado de que se tratava de
mais um grampo. As perguntas enviadas por e-mail, por isso, estavam
descontextualizadas e pareciam
querer, apenas, confirmar uma tese
escolhida previamente. Não é justo
pedir explicações a qualquer pessoa
sem informar exatamente do que
ela está sendo acusada."
FRANCISCO MENDONÇA FILHO, secretário de Imprensa da Presidência do Senado (Brasília, DF)
Resposta dos jornalistas Hudson Corrêa, Andrea Michael e
Andreza Matais - A Folha procurou a assessoria do senador José Sarney por três vezes e não
obteve resposta. O e-mail encaminhado ao assessor esclarecia
os termos da reportagem.
Música
"De vez em quando aparece na
mídia algum artigo que remarca a
ausência da música contemporânea
de concerto na mídia e, neste sentido, é bom ler o artigo de Vladimir
Safatle ("Música no Brasil é prisioneira da canção", 23/10). Pena que,
quando a Folha publica algo nesse
sentido, ilustra com nomes dos reconhecidos compositores do século
20 no hemisfério norte, e mantém a
lacuna da informação sobre quem
são os nomes atuantes no Brasil.
Acredite, leitor, são muitos, e com
uma produção significativa."
DENISE GARCIA (São Paulo, SP)
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