São Paulo, quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Provisório é permanente
"Depois da CPMF, no Brasil até presos provisórios se transformam em permanentes. Depois de ler a reportagem "1/3 dos presos está em situação provisória" (Cotidiano, 25/ 12), não acredito mais que o Brasil seja o país da impunidade. Isso não é verdade, pelo menos para esses provisórios. Fico pensando sobre a máxima que diz: "A liberdade é a regra, a prisão é a exceção". Por que para esses 120 mil provisórios não se aplica essa regra? Gostaria que a reportagem tivesse apresentado o perfil desses presos. Aliás, não precisa, dá para imaginar qual é."
FLAVIO SUELIO SANTOS (João Pessoa, PB)

Rio Lula da Silva
"Apresento uma sugestão que pode resolver em paz o grave problema do Velho Chico. Mudemos o nome do rio São Francisco para rio Lula da Silva (nunca na história deste país um rio tão grande teve nome de presidente) e passemos logo a escavar poços artesianos em todos os pontos do semi-árido. Solução mais barata e muitíssimo mais abrangente. O presidente colocará mais uma medalha no peito e o dinheiro dos brasileiros não será fonte de mais uma "sobra" para compra de políticos medíocres e venais."
GERALDO SIFFERT JUNIOR (Rio de Janeiro, RJ)

PET
"Sempre que algo incomoda, em vez de resolver, surge algum iluminado propondo o seu banimento. Nem considera outras possibilidades. O projeto que proíbe as garrafas PET é algo que não precisaria existir. Os neoterroristas ecológicos dizem que ainda mergulharemos numa montanha de PETs jogadas irresponsavelmente na natureza, mas há que considerar a sua facilidade de transporte e o baixo custo em relação ao vasilhame de vidro. Para o descarte correto: campanhas, incentivos, punições. Se for proibir tudo o que incomoda, São Paulo terá de acabar com os pneus, os sofás e até com o homem, cuja presença promove degradação ambiental. Proibir é retroceder."
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES (São Paulo, SP)

Educação
"A reportagem "Desigualdade educacional é ainda maior que a de renda" (Cotidiano, 24/12) confirma o que nós professores vimos denunciando sistematicamente: o governo do Estado mais rico da Federação vem, nos últimos 14 anos, implementando uma escola pobre para os pobres. Ao aplicar apenas 3,5% do PIB paulista em educação e nem sequer implementar um plano estadual para esse setor, o governo do Estado não poderia colher outro resultado que não esse. Há também que considerar que a política de municipalização levada a cabo em nosso Estado, ao fragmentar intensivamente o sistema, resultou na ampliação das desigualdades que o estudo verifica. A desvalorização dos educadores e funcionários, a falta de bibliotecas e laboratórios, as salas superlotadas, entre outros problemas, são os aspectos perversos e genocidas dessa política em São Paulo."
ROBERTO GUIDO , secretário adjunto de Comunicação da Apeoesp - sindicato dos professores estaduais (São Paulo, SP)

Previdência
"É realmente revoltante observar as disparidades que acontecem em nosso país. Enquanto idosos não conseguem se aposentar, alguns jovens com bons advogados conseguem. Há inclusive especialistas para isso: às vezes um problema na coluna, que é bastante comum, garante a aposentadoria de quem pode gastar com advogados. E nós temos que trabalhar por eles, por que não há árvore de dinheiro no governo, a árvore somos nós."
MÁRCIO TEIXEIRA (Estrela d'Oeste, SP)

 

"Com relação ao estudo do Ipea a respeito do sistema previdenciário ("Brasil lidera em gasto com Previdência", Dinheiro, 25/12), essa é mais uma discussão que corre o risco de virar um Fla-Flu. A realidade é que a Previdência brasileira nem é tão sólida quanto afirma a "esquerda" nem tão insustentável quanto acusa a "direita". A "esquerda" inclui em sua argumentação a soma de todas as contribuições à Seguridade Social para concluir que não há déficit; isso é correto, mas o mais importante é saber se a tendência de médio e longo prazo é de os gastos crescerem mais rápido que as receitas. E a "direita" compara nossa Previdência à de países desenvolvidos, mas, em seus cálculos, não enxerga o todo: deixa de lado o fato essencial de que, no Brasil, a Previdência é a principal política de distribuição de renda, cuja ausência ou redução traria problemas muito piores."
FLAVIO PATRICIO DORO , auditor fiscal da Receita Federal do Brasil (Cotia, SP)
 

"A Folha desinforma ao publicar ontem a equivocada manchete "Brasil lidera gastos com Previdência no mundo". Trata-se de velho argumento falacioso, o "Brasil gasta como país rico" (12% do PIB), que vem sendo contestado por diversos estudiosos. Pelo "novo critério" adotado pelos economistas do Ipea, o Brasil e a Nigéria seriam os campeões mundiais ao lado de Áustria e Suíça. Qualquer metodologia que chegue a resultados tão inusitados, agregando países com realidades tão diferenciadas, deveria, no mínimo, ser vista com alguma cautela. Além disso, a Folha não leva em conta que, para justificar a reforma do regime geral (INSS), os autores entrevistados colocam no mesmo saco os gastos do INSS (urbano e rural) e dos servidores públicos dos três níveis de governo. Comparam banana com mexerica. Mesmo adotando esse critério, o gasto público per capita do Brasil (US$ 444) é inferior ao do Uruguai (US$ 754) e da Argentina (US$ 642), como mostram os estudos da Cepal. Na verdade, não "transgredimos padrões internacionais" e não somos "um ponto fora da curva': os gastos do INSS (rural e urbano) atingem 7,5% do PIB."
EDUARDO FAGNANI , professor do Instituto de Economia da Unicamp (São Paulo, SP)

Exército
"Inconcebível, impatriótica a proposta do leitor Fabio Tavares ("Painel do Leitor", 25/12), que demonstra em sua carta desconhecer o cotidiano de nosso Exército e julga pelas aparências, querendo limitar a função militar a hospitais, pesquisa e engenharia, atividades civis próprias de várias instituições estatais que, espera-se, sabem executá-las melhor que os militares. O Japão foi obrigado a abrir mão de suas Forças Armadas e deixar a sua segurança nacional a cargo de potências estrangeiras. É isso o que deseja o missivista? Se necessário, vamos chamar quais de nossos vizinhos? Hoje, o Japão está reconstruindo as suas Forças Armadas e dentre em breve elas serão mais bem dotadas que as nossas."
PAULO MARCOS G. LUSTOZA , capitão-de-mar-e-guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ)

Gafisa
"A reportagem "Gafisa usa subprefeitura para retirar favela da vizinhança" (Cotidiano, 20/12) foi muito boa. Porém, omitiu-se no que tange ao direito dos moradores. É fundamental esclarecer que os moradores de Campo Grande-Jurubatuba têm seu direito à moradia amparado por um instrumento jurídico denominado concessão especial de uso para fins de moradia coletiva, que é uma espécie de usucapião coletivo aplicável a terras públicas. O Escritório Modelo da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) propôs a ação em nome dos moradores e aguarda uma decisão judicial."
SABRINA DURIGON MARQUES , advogada do Escritório Modelo da PUC-SP (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Alberto Goldman, vice-governador do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Silvia Carneiro, assessora de assuntos institucionais do Secovi (São Paulo, SP); Pedro Pinciroli Júnior (São Paulo, SP); João Pontes e Stella Stephany (São Paulo, SP); Fernando Al-Egypto (Rio de Janeiro, RJ); Benone Augusto de Paiva (São Paulo, SP); Aguinaldo Medici Severino (Santa Maria, RS); Fernando Marrey Ferreira (São Paulo, SP); Luiz Henrique Soares Novaes (Santos, SP); Caon e Advogados Associados (Florianópolis, SC); Neusa Andrade e equipe, Expressão e Art Produções (São Paulo, SP); AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente (São Paulo, SP); Editora Bregantini, Espaço Cult e Cult (São Paulo, SP).

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