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Aniversário de São Paulo
"O bolo de 454 metros de comprimento na comemoração do aniversário da cidade São Paulo, que deveria ser servido a todos os presentes,
virou um ato animalesco. A maneira como as pessoas se servem dele
nada mais é do que um ato de selvageria, estupidez e um exemplo de
muita falta de educação. Fiquei estarrecido com o comportamento
dessas pessoas e a falta de respeito
para com o semelhante.
O egoísmo daquelas pessoas que
avançaram sobre o bolo foi tanto
que o despedaçaram, fazendo dele
uma verdadeira "gororoba", ou melhor, plastas de bolo. Vamos esperar
o próximo aniversário. De repente
alguma coisa vai mudar para melhor, fazendo da cidade um exemplo de educação e generosidade."
MONSUETO DE CASTRO (Mogi das Cruzes, SP)
Mensalão
"A debochada expressão facial de
Silvinho Pereira -o petista que recebeu um veículo de luxo em troca
de lobby no governo Lula- após a
sua "condenação" pela Justiça Federal transmite aos brasileiros um
triste prognóstico: tão fictícia, ridícula mesmo, será a punição aos "filhos do mensalão" que "nunca antes na história deste país" o Poder Judiciário terá parecido à população tão
frouxo, inútil. Na verdade, uma
agressiva provocação e um perigoso estímulo à "justiça das ruas"."
JORGE JOÃO BURUNZUZIA (São Paulo, SP)
Álcool
"A paliativa medida provisória
que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas rodovias federais comete o mesmo engano da lei paulista de 1985. Não pune o motorista infrator, mas penaliza o vendedor da
bebida. É ainda pior porque traz o
viés arrecadador, com multa pecuniária. Dezenas de restaurantes fecharam e o motorista continua bebendo e causando acidentes.
Para resolver o problema, as autoridades têm de caçar implacavelmente os que misturam álcool e volante, mas sem se esquecer de que,
paralelamente, têm o dever de conservar, sinalizar, manter e fiscalizar
as (intransitáveis) rodovias e vias
públicas urbanas. A tragédia do
trânsito não está no álcool, mas na
impunidade do motorista bêbado.
Ele precisa ter a certeza de que, dirigindo embriagado, irá para a cadeia
e terá muitos problemas."
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES , dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo (São Paulo, SP)
Cetran
"A troca dos membros do Conselho Estadual de Trânsito só porque
deferiam recursos por autuação de
desrespeito ao rodízio é um ato de
autêntica improbidade do governador José Serra, motivo mais do que
suficiente para ser impedido de
continuar no cargo. O Cetran agia
rigorosamente dentro da lei nessa
questão. Esse assunto é sério demais para passar batido. Com a palavra o Ministério Público Estadual
ou mesmo Federal."
ROBERT A. SHARP (São Paulo, SP)
Ministério
"A primeira reunião ministerial
do ano (nunca antes neste país um
governo teve 37 ministros!) foi pífia
e desalentadora. Se a política é o
"centro" de um governo, como disse
Lula, por que não se discutiu a política tributária que a reforma prevista para breve representará?
Com que política financeira o governo enfrentará a crise internacional que já bate às nossas portas? Ou:
como será a nova política para realmente tentar salvar a Amazônia do
extermínio? Esses e outros assuntos importantíssimos para o país
passaram ao largo. O que se discutiu
mesmo e em detalhes, por cinco horas, foi a política com pê minúsculo,
pois até Severino Cavalcanti foi desarquivado e citado como exemplo!
Foi o "toma lá, dá cá", a mixórdia de
sempre. O Brasil merece isso? Acho
que sim, segundo as últimas pesquisas. Aos insatisfeitos, só resta juntar
frases famosas, antigas e novas, e
concluir: Brasil, goze ou deixe-o!"
ELIAS DA COSTA LIMA (São Paulo, SP)
PT e PSDB
"Todas as vezes em que ocorre
um fato desfavorável ao governador
de São Paulo ele destila a seguinte
frase: é coisa do PT. Críticas, manifestações, reivindicações são totalmente insufladas pelo partido de
oposição. Será que o PT está com
essa bola toda? Não seria mais sensato admitir que existe um contentamento "descontente" por parte
dos paulistas em relação à gestão do
seu partido? Afinal, são quase 15
anos de PSDB em São Paulo e há
tanto por fazer! Mãos à obra, Serra:
trabalhe mais, reclame menos e assuma os erros."
MARA CHAGAS (São Paulo, SP)
Ocaso da ética
"Reúna meia dúzia de homens
"bombados", sedentos por dinheiro
e meio minuto de fama; outra meia
dúzia de mulheres fáceis, frívolas e
fúteis, cujo comportamento faz inveja a prostitutas de alto nível. Submeta-os ao comando de um apresentador -o Grande Irmão- "pelego" e sem escrúpulos, que também
se vende segundo a necessidade de
manter-se vaidoso e rico.
Coloque-os diante das câmeras
de um canal de TV que prima pela
alienação globalizada, propagando
a avidez do capital, dos falsos valores e a destruição de toda forma de
cidadania. Temos aí o modelo perfeito de como produzir um programa medíocre, de baixo custo e alta
rentabilidade e se tornar moeda de
troca da oligarquia internacional na
manutenção da miséria humana.
Um dia -Orwell tinha razão-,
para a alegria dos hipócritas e infelicidade dos incautos, o Brasil ainda
se tornará palco de um enorme "Big
Brother". Tudo em nome da "liberdade" de expressão. Ainda que se viva sem razão."
JOSÉ HUMBERTO PINTO (Franca, SP)
Colômbia
"Justamente num momento em
que as Farc estão em evidência em
função das acusações de terrorismo, Condoleezza Rice anuncia um
encontro com paramilitares colombianos. Ou seja, dizem que as Farc
são terroristas na selva. E os paramilitares foram acusados pelo próprio governo colombiano de serem
terroristas urbanos. Como entender então a atitude da representante norte-americana?"
URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)
Desmatamento
"O que mais chamou a atenção ao
ler a notícia de que a área de floresta
amazônica desmatada no final do
ano passado atingiu 3.235 km2
(além desse número, fala-se também em 7.000 km2) é a rapidez com
que isso se deu.
O constrangimento da ministra
Marina Silva e o já conhecido discurso controlado de quem deveria
cuidar disso e não o fez são, sob essa
visão, uma piada muito ridícula.
Não cuidam porque não querem ou
são incompetentes para fazê-lo.
Que saiam então. Apliquem a lei,
prendam e punam. Pois esses são
crimes contra a humanidade.
Que mais podemos fazer? Reciclar lixo, não usar o carro, poupar
água , ter menos filhos, plantar árvores e torcer para que essa consciência se estenda a todos. Cobrar
da autoridade constituída? Como já
disseram certa vez, nada além de
participar deste "suicídio coletivo
sem precedentes na história"."
CESAR EDUARDO CUNINGHANT (São Paulo, SP)
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