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Educação
"Parece mesmo que o Brasil não é
um país sério, e o Estado de São
Paulo, também não. Quase metade
dos professores temporários de São
Paulo foram reprovados ("bombaram'). Pior que isso só mesmo a notícia de que esses professores reprovados vão dar aulas nas escolas
da periferia da Grande São Paulo
("SP admite ter de usar professor reprovado", Folha, 23/1).
É a consolidação de uma escola
pobre para alunos pobres. Parece
que São Paulo finalmente descobriu um jeito de acabar com o ensino ruim: colocar professor-bomba
para acabar de vez com as péssimas
escolas públicas da periferia."
MAURO ALVES DA SILVA (São Paulo, SP)
Maluf
"Agradeço à Folha pelo presente
que deu para seus leitores no aniversário de São Paulo, que é a visão
de futuro, a opinião sensata e correta do ex-governador Paulo Maluf
(Opinião, 25/1). Maluf foi considerado pelo Datafolha um dos políticos que mais tem a cara de São Paulo, mas seu artigo mostra que ele tem a cara do Brasil, pois descreve o
sentimento real da população brasileira em relação aos juros altos.
Brilhante artigo, que reflete a pura
realidade do Estado brasileiro."
ALBERTO H. HADDAD (São Paulo, SP)
Aneel
"Em referência à nota "Eletrosuriname" (24/1), publicada na coluna
de Elio Gaspari, a Agência Nacional
de Energia Elétrica informa que
sempre puniu concessionárias que
desrespeitam os índices de continuidade do fornecimento e que os
procedimentos tornaram-se ainda
mais rigorosos a partir de 1º de janeiro de 2010, quando entrou em
vigor a resolução que obriga as concessionárias a compensar integralmente os consumidores pelas interrupções que superarem os limites
estabelecidos por unidade consumidora.
Desta forma, toda vez que a
concessionária extrapola o limite, o
consumidor recebe, no mês subsequente à apuração dos indicadores,
o abatimento proporcional na conta de luz. As concessionárias são
também obrigadas a informar mensalmente os índices de interrupção
apurados no mês anterior. Com base nessa informação, o consumidor
pode checar se a duração informada
condiz com o tempo de interrupção.
Caso haja distorção, o consumidor deve entrar em contato com
a agência reguladora estadual ou
com a ouvidoria da Aneel pelo telefone 167, para a devida apuração."
ADRIANO FERNANDES, assessor de Comunicação
da Aneel (Brasília, DF)
Guerra fiscal
"A guerra fiscal só ajuda os sonegadores e quem os auxilia -eles ganham dinheiro lesando os cofres
públicos. Isso não acontece no financiamento imobiliário, pois o sistema financeiro tem sua forma de
se precaver e, com a nova Lei do Inquilinato, o dono do imóvel pode
pedir sua devolução. No caso do fisco, é justíssimo que seja autuado
tanto o sonegador que se beneficiou
do incentivo não autorizado como
quem vendeu a mercadoria. Afinal,
eles foram solidários, já que não
existe corrupto sem corruptor."
JOSÉ CARLOS CRUZ (Osasco, SP)
Leis sociais
"Ao criar leis sociais que serão
unificadas (Brasil, 25/1) e institucionalizar ações em andamento, o
governo federal dá um passo muito
importante para a consolidação do
avanço da distribuição de renda no
Brasil. Qualquer que venha a ser o
resultado das eleições presidenciais, com certeza ninguém terá coragem de tirar ou reduzir os programas sociais -tipo Bolsa Família
e ProUni. Qualquer administração
que ousar fazer mudanças que não
tenham o intuito de aperfeiçoar os
programas sociais já existentes ficará ingovernável e com o sério risco de não terminar o mandato."
PEDRO VALENTIM (Bauru, SP)
Enchentes
"Decerto o efeito devastador das
chuvas que acometem o Estado de
São Paulo no último mês se deve à
impermeabilização do solo, à ocupação desordenada, à pirataria imobiliária e ao parcelamento ilegal.
Esquecemos, talvez deliberadamente, que os cursos de água do Estado encontram-se profundamente
assoreados, canalizados e estreitados. Há pelo menos cem anos estamos matando nossos cursos d'água!
O Anhangabaú desapareceu, o Sumaré também! O Tamanduateí é
um esgoto estreito, o Ipiranga, um
esgoto estreito e com obras eternas!
É preciso lembrar que, dadas nossas condições de solo e pluviométricas, os cursos d'água são uma solução literalmente natural, cuja capacidade de escoar águas é muito
maior que a dos piscinões. Então,
povo paulista, vamos permitir que
nossos rios, patrimônio material e
difuso de todos, sejam mortos?"
DANILO COSTA LEITE (São Paulo, SP)
"É impressionante como a cidade
de São Paulo está abandonada. Enquanto nosso prefeito se preocupa
apenas com outdoor (Cidade Limpa, onde?), nossos bueiros transbordam lixo e enchem nossas ruas e
avenidas de água suja, prejudicando
a todos. Não dá para entender como
um bairro está embaixo d'água há
mais de 50 dias, e o sr. Gilberto Kassab nada faz. Aposto que se tivesse
um outdoor por lá a situação iria
mudar rapidamente. É lamentável
tudo isso que ocorre.
E ainda mais
triste foi escolher alguém que não
dá a mínima para uma cidade com
456 anos de tradição e luta, que recebeu povos de diversas origens e
abrigou todos de braços abertos.
Agora nem isso podemos, pois não
há como chegar na cidade -a menos que criem hidrovias. Mas sem
outdoor nas margens, é claro!"
PAULO ROGÉRIO TUNIN (São Paulo, SP)
Haiti
"Apenas um tema para reflexão
para os brasileiros que ironizam a
nossa posição no Haiti: os americanos não "baixaram" lá para ajudar na
reconstrução de um país que eles
mesmos ajudaram a destruir (o terremoto apenas mostrou ao mundo
como viviam os haitianos), mas para gerir os bilhões que chegarão de
todas as partes do mundo e colocar
suas empresas para ganhá-los.
Como já fizeram no Iraque, no Afeganistão etc. Enquanto a "síndrome de
cachorro vira-lata" atinge o clímax
por aqui, o império posiciona seu
exército numa clara demonstração,
não de quem pretende levar ajuda,
mas de quem diz: aqui é meu quintal e ninguém "tasca". Duvido que algum jornal americano tenha ironizado a atitude ridícula do ex-presidente Bill Clinton descarregando
um avião. E, no entanto, foi uma cena vergonhosa de exploração da
tragédia. Aqui, continuamos com
nosso pensamento pobre e subdesenvolvido, e pior, com nosso humor duvidoso para expressá-lo."
CARMEN PONTE (Rio de Janeiro, RJ)
Universidades
"Oportuno o artigo "Departamento Universitário", do reitor
Paulo Gabriel Soledad Nacif ("Tendências/Debates", 26/1). O autor
afirma que "o departamento representou efetivos avanços na organização da universidade, mas começa
a ser conceitualmente superado".
Sim, tudo bem, mas, objetivamente,
no que a estrutura departamental é
deficitária? Como aprimorá-la ou
mesmo substituí-la, e no sentido de
atender a quais demandas objetivas? O artigo debruça-se longamente sobre a obsolescência do modelo
departamental e a necessidade de
mudança, mas exatamente qual
mudança e com quais objetivos?
Descrições de casos e problemas
poderiam ajudar o público leigo a
entender melhor o problema."
ALFREDO LUIZ PAES DE OLIVEIRA SUPPIA (Sumaré,
SP)
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